sábado, 30 de junho de 2007

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Vector no Corel. Rabiscado numa daquelas longas reuniões que tenho, que são produtivas em mais do que um sentido...

sexta-feira, 29 de junho de 2007

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Parabéns à pequena ouricinha pelo seu primeiro ano de vida neste terceiro rochedo a contar do sol! Dentro de alguns anos oferecerei uns pinceis, para que a oricinha faça coisas destas nas paredes da casa dos pais... bem, é melhor ficar por aqui senão sou atacado por um ouriço grande.

É sempre bom celebrar estas pequenas coisinhas. Restauram a nossa fé na humanidade.

Leituras

Guardian | In these cities of no god, democracy is mocked by poverty and inequality No rescaldo do aviso das Nações Unidas sobre o futuro tenebroso de um urbanismo desenfreado e descontrolado, Timothy Garton Ash visita os vastos bairros de lata de uma das maiores megalópoles do planeta: S. Paulo, cidade de deus, onde milhões vivem em condições de extrema pobreza aterradora enquanto elites privilegiadas vivem vidas de luxo.

Guardian | Scepticism over Blair's envoy role Ex-primeiro ministro britânico, Tony Blair já arranjou novo cargo: enviado especial para o médio oriente. A coisa assemelha-se a colocar uma envelhecida raposa, especialista em rapinar galinhas, encarregada de um grupo de apoio psicológico a galinhas ameaçadas por raposas. Enfim, os àrabes não esquecem que Blair foi um dos maiores entusiastas da intervenção no Iraque.

The New York Times | An iPod has global value, ask the (many) countries that make it Um recente estudo tentou pegar num produto de consumo moderno e, partindo do preço final, determinar qual o valor que fica em cada local onde cada componente é manufacturado. O estudo só conseguiu determinar parte desses valores; os labirintos do mercado produtivo global são demasiado convulutos e desafiam qualquer sentido de organização.

quinta-feira, 28 de junho de 2007

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Rapidinha ontem à noite no Corel (e o Inkscape, perguntam? Bem, acabou-se o ano lectivo, respondo). Mudei de paleta - normalmente utilizo paletas RGB, mas decidi experimentar as paletas CMYK. o RGB garante mais brilho no ecrã, mas a CMYK é a paleta correcta para impressão, conforme descobri, da pior maneira possível, ao imprimir o meu projecto secreto (que irei começar a revelar a partir de dia 8). Estou a gostar da subtileza do CMYK.

Criaturinha de ar contrito, vectorizada a partir de um rabisco feito durante a reunião de directores de turma (desculpe, Maria José, mas garanto que tive sempre atenção às suas palavras enquanto rabiscava). E depois de duas semanas intensíssimas, de enormes lutas e trabalhos, o IRobot está de volta. Boas férias aos meus alunos, e parabéns muito especiais aos da minha antiga direcção de turma, que tantas alegrias e cabelos brancos me deram ao longo do ano. Boa sorte na vossa nova escola. Agora, está na hora de começar a preparar o próximo ano lectivo. E de dar um pulinho à praia, clarear ideias, porque como escreveu Melville na memorável abertura do monumental Moby Dick, "Whenever I find myself growing grim about the mouth; whenever it is a damp, drizzly November in my soul; whenever I find myself involuntarily pausing before coffin warehouses, and bringing up the rear of every
funeral I meet; and especially whenever my hypos get such an upper hand of me, that it requires a strong moral principle to prevent me from deliberately stepping into the street, and methodically knocking people's hats off--then, I account it high time to get to sea as soon as I can.


Bom livro. Havia de o reler.

Depois da intensidade e das lutas de um ano lectivo, depois de tudo fechado, encerrado, completo, fico sempre um pouco vazio, com a sensação de que poderia ter feito mais. Enfim, síndrome do astronauta.

Leituras

BBC | Supercomputer steps up the pace A IBM lançou o Blue Gene/P, um supercomputador cujos processadores são capazes de operações na ordem dos petaflops - mil triliões de operações por segundo. Três vezes mais rápido do que o Blue Gene/L, até agora mais rápida supermáquina informática, o Blue Gene/P destina-se a simular a complexidade das reacções nucleares, permitindo de forma virtual o teste e a manutenção do bem real arsenal nuclear norte-americano.

Agora um resmungo: se a coisa consegue simular explosões atómicas, o que é que faria em renderização de 3Ds?

BBC | Team makes Tunguska crater claim É presença típica em todos os relatos de estranhos mistérios da natureza: a explosão de Tunguska, ocorrida na Sibéria em 1908, que foi sentida em toda a europa e que deixou uma estranha cratera. As hipóteses têm-se sucedido, algumas mesmo muito estranhas - fala-se de um pouco de tudo, desde a colisão da Terra com um microscópico buraco negro até a um exótico acidente com uma nave espacial alienígena (algo tipo "Elvis perde o controle do seu disco voador, e despenha-se numa explosão imensa, Elvis, ser perfeito e superior, ergue-se intocado por entre as chamas nucleares, abandona o local do desastre, percorre o mundo e torna-se o GRANDE ELVIS, génio da música e devorador de multidões ok, pronto, estou a perder o fio à meada). Uma das explicações mais plausíveis envolve o embate de um pequeno asteróide, hipótese reforçada por recentes descobertas de uma equipe científica da universidade de Bolonha (curiosamente, uma das mais antigas da europa) que encontrou indícios que reforçam essa hipótese.

Quanto a mim voto no Elvis. Desconfio que a humanidade não evoluiu, antes elvisluiu, para se aproximar desse ser perfeito.

BBC | One in two will live in cities Uma espada de dois gumes: um relatório das Nações Unidas sublinha o crescimento imparável das cidades, com mais de metade da população do planeta a viver em espaços urbanos já em 2008. O crescimento explosivo das megalópoles continuará, mas será nas cidades pequenas que se acentuará mais o crescimento da população urbana. Agora, está o aviso feito. A tendência é imparável, e está nas mãos dos governos e das instituições modelar esta tendência - o crescimento urbano, se planeado e levando em conta os constrangimentos económicos e ambientais, pode ser um factor favorável. O lado oposto é o alastrar dos bairros de lata que rodeiam algumas das maiores megalópoles do planeta.

Sem piadas, que este não é assunto para levezas.

Guardian | This boom has 80s echoes. We know how that ended Gordon Gekkos do mundo, uni-vos em nome do lucro incomensurável. A recente febre de especulação bolsista a nível mundial, que está a gerar enormes lucros aos investidores e a assegurar uma disparidade impressionante entre os salários dos trabalhadores e os salários dos executivos, é em tudo semelhante à febre dos anos 80, imortalizada em Wall Street, o filme de Oliver Stone. Os anos 80 acabaram mal, com um crash bolsista e uma enorme recessão que ainda dura, e com muitos dos grandes especuladores, como Ivan Boesky, autor de um célebre discurso na universidade da Califórnia sobre os benefícios da ganância e a inspiração directa para a personagem de Gordon Gekko, a maior osga da bolsa de valores, presos por fraude. As lições da história não impedem a humanidade de alegremente repetir os mesmíssimos erros. No fim de contas, se a escolha é entre a justiça social e o lucro puro, sejamos realistas: o lucro é sempre mais importante.

The New York Times | Files on illegal spying show C.I.A. skeletons from the cold war Foram recentemente revelados documentos ultra-secretos que detalham muitas das mais sujas operações de espionagem da CIA nos seus tempos àureos, durante os anos 60 e 70. Aparecem coisas como planos de assassíno de Fidel Castro a protestos de funcionários/agentes por serem obrigados a deixar crescer o cabelo para se infiltrarem entre os hippies (e obrigados a tomar drogas e a fazer love not war, ai que sacrifícios se fazem em nome do dever). Apesar de revelações explosivas, convém registar que boa parte do documento foi censurada. Ainda há mais esqueletos enterrandos e sujidade escondida. A libertação da revelação destes velhos escândalos está também a levantar polémica, com afirmações de que se trata de uma maneira da Agência desviar as atenções sobre os relatos de tortura e masmorras secretas nesta nova guerra suja contra o terrorismo.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

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Pedimos desculpa pela interrupção, a programação regular segue dentro de momentos.

Por curiosidade, gostava de saber quem é que visitou este blog a partir de uma pesquisa no Google com os termos sexo explicito de cruzamento de animais no cio. Tarado perverso não são conceitos suficientes para qualificar esta frase.

Por vezes a internet assusta-me.

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Estou a precisar de férias num sítio distante. Mesmo.

terça-feira, 26 de junho de 2007

segunda-feira, 25 de junho de 2007

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Porque é que há adultos que já esqueceram o que é ser criança? Porque é que há professores que se esqueceram do que era ser aluno?

Leituras

Guardian | Shopping is the spirit of the silk route, not the online rout Após um boom inicial, em que todos previam que o comércio electrónico iria destruir o modelo de comércio tradicional, começa a notar-se um esfriar do crescimento do comércio electrónico. Uma das principais razões por detrás deste decréscimo prende-se com a natureza humana, com o gosto do consumo ao acaso, com o prazer da descoberta do inesperado, experiências que só se conseguem ter vasculhando lojas e não sites. Por mim falo - sou bibliófilo e bibliófago, mas raramente compro livros online. O prazer está em descobrir obras inesperadas, algo que só consigo a vasculhar as prateleiras das livrarias. As compras online só me dariam mais daquilo que já conheço.

Guardian | UN report warns of climate wars Subjacente ao conflito no Darfur estão questões ambientais: a seca prolongada exacerbou os conflitos entre os agricultores e os criadores de gado numa região onde a escassez de recursos se agudiza. As linhas de tensão dividem-se entre etnias, e o resultado está à vista: uma terrível crise humanitária, um genocídio silencioso. Será o futuro, avisam as Nações Unidas. Os conflitos regionais motivados pelo controle de recursos naturais tornar-se-ão mais frequentes.

The New York Times | When computers attack A guerra cibernética é activamente estudada pelas potências militares. Sendo as redes informáticas infra-estruturas críticas, são um alvo militar. No entanto, a guerra cibernética é mais subtil do que os recentes ataques informáticos à Estónia - em vez de negar o acesso à informação, a guerra cibernética visa manipular e negar as certezas sobre a qualidade da informação.

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Pronto para o combate nas reuniões de avaliação?

domingo, 24 de junho de 2007

sábado, 23 de junho de 2007

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Acordei de manhã, liguei o computador e dei com isto: Deviant Art | Colour Strip. Os meus lémures andam por lá perdidos...

Ah, e também aqui... Deviant Art | Festival of 200 Features, desta vez com peixes...

sexta-feira, 22 de junho de 2007

XAD



205 XAD. Melhor carro não há. Instável, maneirinho, ágil, potente, de confiança. Na estrada mete de lado muito carro novo. Esboço no Corel - depois do meu projecto secreto, fiquei com o bichinho dos vectores.

Out!

Alice Cooper - School's Out For The Summer

E eis que chegou hoje o dia mais ansiado desde Setembro. Hoje terminaram as aulas. A partir de hoje, milhares de crianças encherão as ruas e as praias do país. Força, que merecem e não há melhor idade para aproveitar a vida. De maneira que dedico esta música a todos os alunos, aos cábulas, aos crânios, aos espertos, aos bem comportados, aos mal comportados, aos simples, aos problemáticos, aos atinados, aos simpáticos, aos difíceis, e muito em especial àqueles alunos que acompanhei durante dois anos e dos quais hoje me despedi. É vosso o futuro, não esmoreçam.

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Read-only

O blog vai andar em read-only mode durante os próximos dias. Final do ano lectivo assim obriga. Demasiado trabalho, pouco tempo. Durante os próximos dias a minha luta será triplicada; tenho de relembrar que brio e profissionalismo não é só mérito, é também sentido de realidade. Ou seja, tenho de encontrar forma de fazer avançar alguns alunos que, por mérito próprio, estão chumbados. Mas não ficam a fazer nada retidos; não é um ano perdido que os vai fazer trabalhar e recuperar, isso em alguns casos funciona, na maior parte não; para quê ter 14 anos e continuar no sexto ano? É, apenas, mais um ano perdido. As famosas novas oportunidades educativas, lançadas agora com tanta fanfarra, continuma àquem do necessário - os cursos práticos, de vertente tecnológica, já deviam iniciar-se a partir do sexto ano e não do nono. Nunca mais se perde o preconceito da escolaridade única obrigatória até ao nono ano, ou até aos quinze (o que vier primeiro, e já apanhei alunos no 5º ano com 15 anos). Há décadas que o ensino de bitola única demonstra ser inadequado e prejudicial a boa parte das crianças. Mas enfim, vivemos num país de teorias, e se a realidade não se adequa à teoria, culpa da realidade. Agora alterar teorias e paradigmas, nas imortais palavras do ministro das obras públicas , jamais em sotaque francês (isto escrito pelo tipo dos soi disants). Por vezes, ser professor neste sistema educativo é como aparafusar parafusos quadrados em buracos redondos.

Por isso, read-only mode que tenho muita gente para convencer. Soi disant...

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There's no time like no time.

terça-feira, 19 de junho de 2007

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Dia de exames nacionais, que se parecem difíceis e exigentes aos alunos, ainda mais o são para os professores. As regras de aplicação são tantas e tão específicas e rigorosas que quase se tornam ridículas - como a regra de só permitir lenços de papel nas salas de exame a alunos constipados se os lenços forem préviamente retirados dos pacotes e desdobrados à vista dos professores aplicadores. Enfim, mas é esse o preço da igualdade e do combate às fraudes: regras e critérios específicos, que não deixem margem para dúvidas. Boa sorte à malta que tem de fazer exames.

segunda-feira, 18 de junho de 2007

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Vai um voo nas asas da imaginação?

Leituras

BBC | Warnings of internet overload Rotineiramente vão aparecendo estes avisos apocalípticos que preconizam o colapso da internet sob uma avalanche de dados. Não são para ser levados à letra, mas são para ser levados a sério. A internet depende da largura de banda, e esta está cada vez mais sobrecarregada por aplicações de video, som, imagem e software remoto. Precisamos de canos grandes para as torrentes de dados do nosso admirável novo mundo digital.

The New York Times | The life of the chinese gold farmer Há duas maneiras de ser bem sucedido num jogo online multijogador: ir, pacientemente, adquirindo os pontos e o ouro virtual que permite adquirir melhores itens de jogo, ou comprar dinheiro e bens virtuais utilizando o dinheiro real, pagando a empresas especialidas em adquirir ouro virtual e itens de jogo. Não por acaso, graças aos baixos salários, essas empresas têm na China a sua base de operações. Mais um exemplo de como na China se constroem negócios multimilionários a partir da exploração dos nichos criados pelos hábitos de consumo ocidentais.

domingo, 17 de junho de 2007

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Toque de azul.

Leituras

Guardian | How war was turned into a brand Desde a sua independência que Israel vive num estado de guerra permanente. Paradoxalmente, este factor tem sido decisivo para a economia israelita, cujo crescimento anual ultrapassa o da China. As indústrias de alta tecnologia militar e de defesa interna são os motores deste crescimento explosivo, ajudado por uma vantagem competitiva única: Israel testa extensivamente o seu material bélico e as suas tecnologias anti-terrorismo nas populações palestinianas.

SIC | Operação: proteger, guardar e entregar exames Os exames nacionais que se irão realizar durante a próxima semana são levados muito a sério por alunos, professores, escolas e... autoridades, que todos os anos montam uma operação de segurança de grande envergadura que vai desde a entrega em mão dos enunciados nos conselhos executivos ao montar guarda junto da editorial do ministério, onde estão a ser impressas as provas de exame.

sábado, 16 de junho de 2007

Ufa, que hoje é sábado.

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Final de uma longa e cansativa semana de muito trabalho que, como tudo o que dá muito trabalho, foi extremamente recompensador. Excepção seja feita aos termos financeiros...
Nesta semana, deixei imperdoávelmente passar o dia dos zombies, uma iniciativa da blogoesfera em que os autores dos diversos blogs que colaboraram no projecto se comportavam como se o mundo estivesse a acabar num cataclismo zombie. Coisa perfeita para um fã assumido das carcassas putrefactas que vivem apenas para se alimentar dos humanos. O SF Signal publicou ao longo do dia uma série de hilariantes entrevistas com zombies autores de FC. Cá pelo meu recanto intergaláctico, estava com vontade de ir escrevendo posts de hora em hora relatando o terror de um professor fechado numa escola invadida por hordes de alunos zombies (estou a escrever isto sem qualquer malícia ou ironia), ao melhor estilo Night of the Living Dead. Não deu.

Não houve tempo. Passei a semana a investir em duas frentes, no meu projecto "secreto" artístico pro-bono (que me vai dizendo a minha colega Paula que já estava na hora de cobrar por estes projectos, mas enfim, não tenho espírito de privado) que apenas poderei revelar a partir de 8 de julho mas já estou a deixar no Deviant Art para aferir impactos. É um projecto que me está a dar muito trabalho, e muito gozo, que só peca por ter sido forçado a regressar ao Corel - o Inkscape ainda não tem uma forma de gerir objectos, coisa que se torna necessária (e imprescindível) quando se cria um desenho final que inclui centenas de linhas agrupadas em dezenas de objectos. Espero que o resultado final agrade, nem que seja às crianças.

A outra frente foi mais visível. Empenhei-me a duzentos por cento na exposição final de trabalhos do departamento de artes da minha escola, que teve lugar durante esta semana, com um grande sucesso, que modificou a forma de pensar uma tradicional exposição final de trabalhos (geralmente, amontoam-se os desenhos dos alunos em cartazes numa sala de aula). Utilizámos três salas, cada uma dedicada às componentes do departamento de artes - Educação Musical, Educação Visual e Tecnológica (2ºciclo), Educação Visual (3º ciclo), Educação Tecnológica (3ºciclo) e Atelier de Artes (3º ciclo). Mais do que exposição, era encorajada a experimentação, com pequenos ateliers onde a generalidade dos alunos podia experimentar diversas técnicas de expressão artística. Os professores de EM foram provocando dissonâncias ao longo do dia, e em EVT havia novidades - um atelier de animação stop motion, criado de forma altamente profissional por um dos meus colegas, e um atelier de modelação 3D e arte digital que, modéstia à parte, surpreendeu. O impacto dos trabalhos digitais dos meus alunos foi enorme, especialmente junto dos alunos mais velhos, e ainda ouvi muitos comentários do género "de certeza que isto foi feito pelos alunos?" Sim. Totalmente. Mas a exposição não foi dedicada unicamente aos computadores - podia-se encontrar azulejaria, ladrilhado, desenho tradicional, fantoches, origami, modelos de animais e aeronaves... mais uma vez, escrevendo em modo de orgulho pessoal, não consigo deixar de fazer o reparo na enorme quantidade de trabalhos dos meus alunos que estava presente na exposição. Grande parte dos trabalhos expostos, e tudo o que estaa pendurado no tecto. Mas não quero com isto parecer que estou a desvalorizar o trabalho dos meus colegas. Pelo contrário, coisas como esta exposição não seriam possíveis sem o trabalho de conjunto dos vários professores. Este sim, foi um ano produtivo. Estou a chegar ao fim exausto, mas a quantidade de objectos e trabalhos criados foi enorme. Só foi possível porque este ano tive a sorte de trabalhar com a Paula, uma par pedagógica excepcional, excelente profissional, profundamente criativa, inquieta e sem medo de encontrar novos usos para as mais tradicionais técnicas. Entre as ideias loucas dela e as minhas, saiu imensa coisa, muita da qual está disponível online na galeria dos Pequenos Artistas.

A exposição só pecou pelo velho hábito de ter sido centrada no espaço escolar. Talvez num próximo ano se consiga fazer de forma mais aberta.

Mas hoje é sábado. Tempo para descansar um pouco. O dia está cinzento e chuvoso, memso como eu gosto.

Leituras

BBC | Pluto status suffers another blow Depois de ter sido despromovido da liga dos planetas, Plutão ainda está a sofrer a ignomínia de não ser considerado o maior dos planetas anões - Éris, o corpo celestial que causou a reformulação, tem massa superior à de Plutão. Pobre rei dos infernos... Assim é a ciência no seu melhor, sem certezas. Cada nova observação melhora a percepção e altera a verdade estabelecida, em evolução contínua.

The New York Times | Sri Lanka's scars trace lines of war without end Na mítica Taprobana camoniana a realidade é uma de guerra civil violenta e prolongada entre os Tamils e governo cingalês pela independência da península de Jaffna. É uma guerra suja, que já dura há décadas - os Tamils são famosos por terem inventado o míssil teleguiado dos pobres, o bombista suicida, muitos anos antes deste bárbaro artifício de guerra ser utilizado pelos grupos terroristas islâmicos (e pelo exército iraniano, que travou os tanques iraquianos à custa de adolescentes carregados de dinamite). A guerra não parece ter fim, com sucessivos cessar-fogos a colapsarem em mais um ataque governamental ou em mais um atentado rebelde.

The New York Times | Driver not included in this performance test Quando o primeiro DARPA Grand Challenge foi levado a cabo, os resultados não foram animadores. A iniciativa visava atribuir um prémio ao primeiro veículo capaz de percorrer um percurso no deserto, de forma autónoma, mas nenhum dos concorrentes foi muito mais longe do que a linha de partida. Dois anos depois, pelo menos cinco veículos robotizados chegaram ao fim do percurso, e agora o desafio é maior: criar um veículo autónomo capaz de circular em ambiente urbano. O objectivo da DARPA é dotar dentro de alguns anos as forças armadas americanas de veículos militares que se conduzem a si mesmos no campo de batalha. As empresas, cientistas e centros de pesquisa que convergem nos projectos do Grand Challenge estão a desenvolver novas tecnologias que encontrarão aplicações industriais futuras. Os dias em que a viagem de carro para o emprego poderá ser passada a ler o jornal enquanto o carro conduz sozinho já estão sobre o horizonte.

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Leituras

BBC | FBI tries to fight zombie hordes Grande título! Frase inspirada, a remeter para a ficção apocalíptica do horror mais revoltante. Nem acreditei que fosse um título autêntico, muito menos na séria BBC. O artigo é sobre as hordes de zombies, computadores manipulados por hackers sem conhecimento dos seus utilizadores, não sobre hordes rastejantes de cadáveres putrefactos.

BBC | Computer crash hits space station O que cá em baixo é uma irritação, em órbita é potencialmente fatal. A culpa parece estar nos sistemas russos, mas eu cá pergunto-me se a ISS está a correr em ambiente Windows...

BBC | Firm rockets into space tourism A EADS/Astrium, o consórcio europeu que constroi e lança os foguetões Ariane, e que é a maior empresa europeia do sector espacial, surpreendeu com planos para entrar no turismo espacial, mostrando mesmo um projecto de nave sub-orbital criada para o efeito.

Guardian | Content in a lost land Normalmente chamamos de tralha aos objectos do dia a dia que usamos e descartamos, muitas vezes sem sequer pensar. Esqucidos, os velhos objectos acumulam pó, arrumados em locais de esquecimento conveniente, aguardando a sua redescoberta em ondas de nostalgia pelos modos de vida passados.

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Ainda muito trabalho e pouco tempo.

quarta-feira, 13 de junho de 2007

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É sempre preciso ter a cabeça no lugar...

Leituras

BBC | NASA to carry out shuttle repairs Os últimos anos de voo do vaivém espacial estão a ser particularmente atribulados. As velhas máquinas começam a dar sinais da sua idade, e depois do acidente do Columbia os técnicos da NASA não correm riscos. Um dano na fuselagem da nave deverá ser reparado pelos astronautas, que viram a sua missão prolongada em mais uns dias.

Guardian | A true land of opportunity O Iraque pode estar em ruínas, mas o entulho fumegante de uns é a mina de ouro de outros: graças à necessidade de protecção dos inúmeros negócios estrangeiros no Iraque, as empresas de segurança privada (algumas com verdadeiros pequenos exércitos capazes de fazer inveja a muitos generais legítimos) estão a lucrar milhares de milhões com chorudos negócios no Iraque. Terry Jones, dos Monty Python, numa crónica de humor àcido e corrosivo.

terça-feira, 12 de junho de 2007

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Sombra para combater a luminosidade.

Por um fio

Por vezes somos surpreendidos com referências submersas. Como por exemplo ao acónito, planta que em The Wolfman desempenha um papel no mito do cimena de terror, uma referência às velhas lendas medievais que associavam esta planta, wolfsbane no seu nome inglês, às velhas histórias da licantropia. Que no fundo não passam de velhas histórias que reflectem o fundo selvagem existente na nossa alma. A erudição acima do normal neste filme deve-se a Curt Siodmak, escritor de fc e refugiado do regime nazi, que não por acaso distinguiu no filme o lobisomem com uma marca estranhamente semelhante à marca que distinguia os judeus na alemanha nazi. Um esforço anterior dos estudios Universal, o recomendável Werewolf of London, uma mistura de lobisomens com Dr. Jekill e Mr. Hyde, já apresentava uma planta como elemento essencial no mito do lobisomem, mas era uma planta perfeitamente fictícia.

O acónito é um pequeno detalhe de um filme marcante que só peca pela escolha de um actor canastrão. Se Bela Lugosi estabeleceu o paradigma de Drácula e Boris Karloff marcou o ícone de Frankenstein, digo, do monstro de Frankenstein, Lon Chaney Jr nunca foi convicente no papel de homem lobo. Enquanto lobo, mais se assemelha a um cão rafeiro e medricas; enquanto homem torturado pela maldição, não consegue mais do que expressões lamechas de criança a quem tiraram um brinquedo... ou que se magoou, fazendo um doi-doi. Mas são também estas idiosincrasias que décadas passadas sobre o filme ainda lhe despertam mais interesse.

Quando na Idade da Fábula de Thomas Bulfinch li o mito de Aracne, fiquei surpreendido. Recordando o mito, diga-se que Aracne era uma extraordinária urdidora e tecedeira, sem par no mundo do mito grego. Orgulhosa, atreveu-se a desafiar a deusa Minerva para lhe mostrar que a sua arte era superior à da deusa. Má ideia; sempre que os homens desafiam deuses, algo corre mal. Minerva, deusa da sabedoria, deu a Aracne oportunidades para se redimir do orgulho desmedido que a levava a crer ser superior aos deuses. A coisa foi resolvida com desportivismo, com uma competição em que Aracne e Minerva teciam, cada qual dando o melhor da sua arte. Uma versão muito feminina do julgamento de Páris, se me permitirem o comentário machista. Não estava em causa a arte de Aracne, estava sim em causa a sua sobranceria perante a deusa, que irritada como só os tão humanos deuses gregos, destroi a tela que Aracne com tanta arte urdia, e enlouquece Aracne com vergonha. Aracne enforca-se, pondo termo à sua vida, mas Minerva, uma vez desvanecida a sua raiva, compadece-se da tecedeira, concede-lhe a imortalidade, mas de uma forma a que para sempre se recorde do seu desmedido orgulho. Minerva transformou a sua rival numa criatura minúscula, para sempre condenada a tecer, a urdir e a pendurar-se. É de Aracne que vem a palavra Aranha. Os velhos mitos, memes milenários, revivem-se na linguagem do dia a dia.

Pois, isto realmente da humanidade se sobrepôr aos seus deuses é ideia que ainda hoje levanta sobrancelhas e aquece os ânimos.

Idade da Fábula de Thomas Bulfinch é um daqueles clássicos que é sempre bom ter na mesa de cabeceira. Obra já velhinha, mais do que centenária, é uma recolha de mitos gregos, romanos, celtas e egípcios publicada por um académico que via o declínio do conhecimento dos clássicos e tentou mostrar o valor da cultura clássica. Legou-nos uma obra imortal, uma leitura agradável, e uma referência cultural.

O que é que o mito de Aracne tem a ver com o velhinho filme dos anos 30? Minerva transforma Aracne em aranha através da aplicação de sumo de acónito. Mais uma vez, os velhos mitos mostram-se pervasivos.

segunda-feira, 11 de junho de 2007

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Pelo fresquinho da manhã.

Leituras

BBC | Patent sought on synthetic life Choque do futuro, agora. Cientistas que estão a investigar a possibilidade de criação de vida artificial em laboratório estão a tentar patentear a criação de vida artificial. Por detrás do esforço, como um Dr. Frankenstein dos tempos modernos, está Craig Venter, patrão da Celera Genomics e investigador da àrea da genética.

BBC | Bush makes landmark Albania visit É, talvez, o único país do mundo onde o inefável presidente dos US of A é bem vindo. Sete horas em Tirana, capital deste país empobrecido e montanhoso, enclausurado entre a Grécia, a Sérvia e o Montenegro mereceram a Bush honras de herói. Devem ser boas notícias. Quando esta luminária da escória política perder finalmente o poder e seja finalmente levado à jusitiça por crimes contra a humanidade, talvez encontre refúgio como montanhês num qualquer buraco das serranias albanesas.

Guardian | Withdrawal won't happen A curto prazo, fala-se numa retirada americana do Iraque, mas os planos a longo prazo, que envolvem a construção de catorze bases militares permanentes e de uma embaixada, complexo gigantesco que será o maior edifício de embaixada americana no mundo, dizem o contrário: uma presença prolongada, com os objectivos de intimidar o Irão e a Síria, proteger Israel e, essencialmente, controlar as reservas de petróleo iraquianas. É assim que se faz o colonialismo no século XXI.

domingo, 10 de junho de 2007

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Domingo, dia a começar com uma forte chuvada e uma escura luz de inverno. Assim sendo, talvez não seja má ideia voltar para debaixo dos cobertores e voltar a adormecer ao som da chuva e ao sabor da Mitologia de Bullfinch.

sábado, 9 de junho de 2007

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Maré vermelha. Ambiente ominoso.

Leituras

BBC | Wireless energy promise powers up Queremos a tecnologia cada vez mais móvel e os fios são coisa destinada à extinção. Excepto um, até agora considerado imorescindível - o fio que liga os aparelhos à electricidade. Investigadores estão a explorar as propriedades da indução de corrente à distância para, literalmente, proporcionarem electricidade sem fios.

Guardian | The west has to accept that there is no military solution Cinco anos passados sobre o derrubar do regime talibã no afeganistão e o panorama não é animador: tropas da Nato, insuficientes para patrulharem o país, coexistem com agressivas forças americanas e acabam por ser mal vistas pelas populações locais, devido à agressividade das forças americanas. Os talibãs, quase derrotados em 2002, estão novamente a aumentar a sua força militar e poder político, apelando agora ao sentimento de nacionalismo face à ocupação estrangeira.

The New York Times| One city's home sellers do better on their own Um estudo empírico realizado por economistas revela pormenores curiosos sobre o negócio imobiliário. Um dos economistas colocou a sua casa à venda através de uma imobiliária e outro colocou a sua casa em venda directa, sem intermediários. A teoria clássica aponta para que o que deixou a sua casa nas mãos de profissinais capazes e empenhados conseguisse um preço de venda mais alto do que o que optou pela venda directa. Espera-se sempre que o promotor/vendedor imobiliário seja um tubarão capaz de negociar os melhores preços. No entanto, e é por isso que este estudo merece uma nota de rodapé, aconteceu precisamente o oposto - o economista que vendeu a sua casa sem intermediários conseguiu o melhor preço. Por outro lado, paradoxos económicos com a imobiliária não são novidade. Veja-se o que diz o Freakonmics sobre o assunto.

sexta-feira, 8 de junho de 2007

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Aqueçer o dia a dia.

Leituras

Correio da Manhã | Prestação da casa mais cara Novamente sob o pretexto do controle de preços, o Banco Central Europeu voltou a subir a taxa de juro de referência. Não sei quanto ao controlo de preços, mas o asfixiar das gargantas europeias é sensação que já conheço. Pior, fala-se que as intenções do BCE não se ficam por aqui, e pretendem chegar aos 5% até final de 2007. Não estará na hora de perguntar aos responsáveis políticos e económicos se não seria boa ideia parar de cumprir a teoria para aliviar a realidade dos trabalhadores europeus? Talvez não; os lucros bancários ainda não pararam de disparar.

Guardian | The battle for the media is about race as well as class Diga-se o que se disser de Hugo Chávez, a verdade é que o recente encerramento de uma TV privada venezuelana não soou muito bem. Mas analisando mais profundamente o caso, o encerramento da TV aparece como mais um sintoma da luta entre as élites venezuelanas e as massas populares, que ganharam poder sob o regime de Chávez. O presidente venezuelano é uma fugura no mínimo controversa, que utiliza meios ditatoriais para espalhar a democracia e garantir saúde e educação às maiorias empobrecidas do seu país.

Guardian | There's one thing the US presidential contenders all have in common: god O grande paradoxo americano: país que se orgulha de uma tradição republicana, os seus políticos dependem largamente do apoio de poderosas organizações religiosas - o que significa que no meios das mais importâncias discussões deixem cair inanidades como comentários sobre a sua "fé" e sobre o poder da oração, ou no caso dos mais liberais, fujam cuidadosamente a mencionar assuntos tão polémicos como a teoria da evolução biológica para não ofender os religiosos partidários do criacionismo. Estará a américa a transformar-se numa teocracia?

To Dare & To Conquer



Derek Leebaert , To Dare & To Conquer, Back Bay Books, 2006

Armchair General | To Dare and To Conquer

As forças de operações especiais revestem-se de uma muito própria aura de secretismo e excelência que desperta curiosidades, atiça fascínios e desperta o interesse pelos super-guerreiros secretos que podem estar perto de nós sem que o saibamos, prontos a intervir no mais absoluto secretismo.

O princípio pouco auspicioso do século XXI trouxe à ribalta o papel das operações especiais nesta estranha guerra mundial que se convencionou apelidar de guerra contra o terrorismo. Esta guerra, impactada na memória colectiva com o embate das aeronaves contra os arranha-céus nova-iorquinos, é lutada contra um inimigo oculto e insidioso, perante o qual as forças convencinais não são capazes de agir eficazmente. Tem cabido às forças especiais o papel preponderante no combate às células Al-Qaeda.

Quando entramos nestes domínios a ideia de legitimade esbate-se. O século XX forjou a ferro e fogo sonhos e esperanças. Todos acreditavam que o século XXI seria um século de progresso e optimismo. Em vez disso, confrontamo-nos com os desafios das mudanças climatéricas globais e esta guerra de balas e ideias que mergulhou o mundo num sucedâneo pós-moderno e high tech das cruzadas medievas. 1984 passou sem que o mundo se tivesse transformado no mundo de 1984, mas os anos de 2000 assemelham-se arrepiantemente, com um immanuel goldstein insidioso e oculto a catalizar os medos de uma sociedade mergulhada na violência incompreensível da guerra.

To Dare & To Conquer, escrito por um analista da universidade de Georgetown, especialista em serviços secretos e operações especiais, traça uma história possível da evolução das operações especiais militares através dos tempos. A obra é ambiciosa, procurando as fontes históricas da antiguidade clássica para ir o mais atrás possível no tempo. A metáfora homérica do cavalo de Tróia dá o mote ao ensaio, que descreve de uma forma muito empolgante para o género (estamos a falar de um ensaio histórico) a evolução histórica do que se transformou, nos finais do século XX, na ideia de operação especial.

Históricamente, as operações especiais foram o domínio de homens dotados de coragem e qualidades excepcionais, e é nas pequenas histórias, notas de rodapé das grandes campanhas, que Derek Leebaert se centra, tentando demonstrar a sua tese de como os grandes momentos da história são decididos em momentos onde acções decisivas têm impactos que mudam literalmente o curso da história. Para o leitor leigo nestes assuntos, e amante de uma boa estória factual, é aqui que o livro ganha o seu enorme interesse. Derek Leebaert narra com enorme vivacidade os feitos daqueles poucos homens que se atreviam a conquistar, traçando uma narração de feitos incríveis que vai desde Alexandre o Grande à época contemporânea.

Entre as muitas pequenas histórias contidas na obra, algumas saltam à vista pela sua incredulidade: soldados gregos dos exércitos de Alexandre a escalarem montanhas afegãs para conquistar fortalezas impenetráveis no alto dos cumes, milénios antes da invenção do alpinismo; a estratégia brilhante de Aníbal, general cartaginês que durante anos enfrentou forças romanas vastamente superiores às suas nas terras de Roma; as sinistras histórias da seita dos Assassinos, que aterrorizaram o mundo cristão e islâmico na era medieval, até serem literalmente exterminados pelos mongois, pouco impressionados com a subtileza de operadores capazes de se disfarçarem de monges durante décadas apenas para levar a cabo um assassínio suicida; as estratégias de incoerentes minorias armadas que puseram fim aos impérios pré-colombianos; a coragem e a cupidez dos corsários que praticavam a pirataria como forma de guerra entre estados; os feitos de homens de capacidades singulares no mundo colonial do século XIX; o historial de secretismos do século XX, repleto de operações secretas e unidades especiais nas múltiplas guerras que sangraram o século.

Talvez a mais fascinante história seja a dos feitos de Thomas Cochrane, oficial muito pouco convencional da marinha britânica, que na guerra peninsular se distinguiu pela audácia extrema das suas acções, na sua maioria não autorizadas, contra os franceses e os seus aliados. O mais incrível dos seus feitos desafia a imaginação: ordenado para não intervir em auxílio de uma força de 300 catalães entricheirados numa fortaleza costeira e cercados por 8000 soldados napoleónicos, Cochrane fez-se na mesma ao mar e reforçou as tropas cercadas com a sua tripulação. Incapazes de resistir ao assalto de forças mais de dez vezes superiores, Cochrane e os catalães sobreviventes montaram uma fuga arrojada no último momento possível. Com os soldados franceses a passarem as muralhas da fortaleza catalã, Cochrane evacuou os homens para a sua fragata através de uma corda, os últimos homens acendendo rastilhos para provocarem uma enorme explosão na fortaleza, último golpe possível dos defensores contra os franceses. História digna de um inverosímil filme de Hollywood, não é? Graças a feitos deste calibre, Cochrane sucedeu ao lendário Almirante Nelson no comando do almirantado britânico nos tempos em que a marinha de sua majestade (e o incongruente navio de linha) dominava os sete mares.

To Dare & To Conquer centra-se muito sobre as personalidades muito especiais que deram origem ao longo dos tempos ao que hoje se convencionou chamar de operação especial Alguns são velhos conhecidos, como Alexandre, Pizarro ou T. E. Lawrence. Outros são menos conhecidos, mas merecem uma nota de rodapé na história mundial pelos seus feitos que traem ou uma infinita loucura ou um enorme génio - como Murad Rais, soldado indiano ao serviço da coroa britânica, que conseguiu com um punhado de homens tomar uma fortaleza tida como inexpugnável, através do brilhante estratagema de disfarçar os seus oficiais superiores de prisioneiros e infiltrar os seus soldados na fortaleza com a concordância do marajá sob pretexto de guarda dos prisioneiros. Como este, houve muitos homens que se dedicaram a vencer batalhas e a derrotar exércitos melhor armados e mais numerosos com as armas da inteligência pura e do bloqueio bem colocado na engrenagem.

No meio de tanta adrenalina até nos esqueçemos que esta é uma história de matanças, de massacres precisos. Um soldado de operações especiais é, fundamentalmente, uma eficiente máquina de matar. É um ponto que Leebaert, no meio de tanta admiração rasgada pela excitante história dos feitos militares, apenas aflora muito por alto, excepção feita quando enumera o rosário de falhanços ineptos da CIA.

Talvez a maior lição a retirar desta obra, para além da realidade ultrapassar largamente a ficção, esteja no facto de em tantos momentos da história punhados de homens decididos, não necessáriamente poderosos ou bem armados, terem conseguido influenciar decisivamente o curso da história mundial. É uma lição que o autor não se cansa de sublinhar, tirando paralelos com a guerra contra o terrorismo.

Apesar do enorme interesse deste livro, não consigo deixar de referir que preferiria viver num planeta onde estas histórias não passassem de histórias registadas em livros, e não em imagens aterradoras que diáriamente nos chegam através dos media.

quinta-feira, 7 de junho de 2007

Memphis Belle

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Para ficarem a saber o que é um B-17 apelidado de Memphis Belle. One never knows too much...

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Ainda bem que hoje é feriado. Bom dia para começar a trabalhar bem cedinho...

Leituras

BBC | Censorship changes face of net Um sinal da importância que a internet assumiu na nossa sociedade planetária é a vontade que governos e organizações têm de censurar a internet, quer através do bloqueio de conteúdos que ofendem as listas negras dos organismos, ou da perseguição aberta às vozes dissidentes que utilizam a internet para falar abertamente.

Guardian | This russian blunder could yet dwarf our blunder in Iraq A recente crise russa dos mísseis pode não passar de uma forma de pressão russa para o encontro dos G8 agora a decorrer. Ou pode simbolizar um sinal dos próximos tempos, com a famosa guerra ao terrorismo a não passar de uma nota de rodapé entre a nova guerra fria entre a Rússia pós soviética e um ocidente demasiado confiante numa vitória artificial sobre o imperium soviético.

The New York Times | Competing as software goes to the web A imagem e o carácter dos sistemas operativos da Microsoft e da Apple reflectem-se até nos processos de trabalho das empresas. Enquanto a Microsoft favorece uma aproximação rígida, dependente de prazos fixos, a Apple favorece uma certa criatividade imponderável. No entanto, com a emergência da internet como ferramenta de trabalho, a partir da qual é possível correr as aplicações que tradicionalmente corriam apenas a partir do computador, será que a questão do sistema operativo é assim tão essencial? Estaremos a assistir ao canto de cisne dos sistemas operativos superdominantes?

Sky | RAF pilots told: paint out your pin-ups A tradição de decorar as fuselagens dos aviões de combate, o chamado nose art, com as mais diversas figuras, mas com especial predominância para imagens de belas mulheres em poses... sugestivas, tradição que é quase tão antiga como a aviação militar, está agora suspensa no Afeganistão, onde a RAF ordenou aos seus pilotos que pintassem por cima das pinups da fuselagem para não ofender a estrita moralidade muçulmana. Não haverá um Memphis Belle da guerra do Afeganistão...

terça-feira, 5 de junho de 2007

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Cave canem. Cuidado, que eles mordem. O vulcão poderia ter saído melhor.

Leituras

BBC | China unveils climate change plan A China finalmente desvendou os seus planos para combater as mudanças ambientais. Um sinal positivo.

BBC | Launch date for iPhone revealed Descansem os fanáticos da Apple. O novísimo gadget must have já tem data de lançamento prevista. Espera-se grande fanfarra. E para quando uma Palm Lifedrive com capacidades de telemóvel, que é apenas o que falta à maravilha de 4Gb da Palm?

Guardian | Russian missiles to target Europe De repente, sinto-me de novo nos anos 80, com os mísseis permanentemente apontados. Curioso, este desenvolvimento do grande jogo internacional, neste retrocesso aos tempos da guerra fria.

The New York Times | Palm is said to sell stake to equity firm in revamping A Palm, lendária empresa construtora dos melhores PDA em relação preço-custo está a pagar o preço de más decisões de negócio. Pressionada pela Apple e pela Microsoft, a Palm reagiu... colocando no mercado um computador portátil, em vez de fazer o óbvio - combater a ameaça dos smartphones windows e mac com mais e melhores Treos, T|X e Lifedrives. Estará em declínio? Terá o meu próximo PDA de ser um Windows CE, desculpem, Pocket PC, caro e ineficiente face ao excelente design dos Palms?

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Leituras

Das palavras o espaço | À volta de Borges Como abordar a figura única de Jorge Luís Borges, o surreal e inspirador escritor argentino? De forma fria e clínica, com retoques de bisturi literário, ou procurando identificar o autor, conhecer intimamente as suas palavras, até que, citando João Ventura, “Não sei qual dos dois escreve esta página.”. Ficção sobre ficções neste blog de curiosas ficções curtas.

Motel de Moka | Gipsy Beat O blog ultracool Motel de Moka tem um abrangente post sobre a delirante música cigana da europa central. Groove puro garantido.

Guardian | Fear and luxury lure foreign legions Reportagem do Guardian sobre o estranho mundo dos expatriados no Iraque, gente bem paga que desempenha todo o tipo de funções, desde a segurança privada a representação de empresas. É um mundo paranóico e arriscado, onde as recompensas financeiras são enormes, mas onde também há exploração de trabalhadores ilegais arrastados de países do terceiro mundo para trabalharem sob condições de escravatura. Tudo isto sempre sob a ameaça das letais milícias e gerrilheiros iraquianos.

The New York Times | Genius and misfits aren't synonyms, or are they? A industria informática parece ser construída a partir dos esforços de inovadores radicais que pensam diferente, que recusam os meios institucionais, que agem de forma excêntrica e que não prestam atenção à sabedoria convencional. Resta saber se este mito, alicerçado em figuras como Bill Gates, Steve Jobs ou Sergei Brin, é de facto a força motriz por detrás da revolução digital, ou se a criatividade pouco convencional de um poucos é a crista da grande onda deste admirável novo mundo da tecnologia.

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Hmm... onde é que já vi uma imagem parecida com esta? Não falta aqui uma ovelhinha e mais qualquer coisa?

domingo, 3 de junho de 2007

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À razão a que destruímos o nosso meio ambiente, talvez dentro em breve o único refúgio da natureza esteja dentro de um ovo de vidro, reforçado e inexpugnável, para aguentar o assalto do ar corrosivo, do oceano contaminado e da atmosfera letal com radições puras.

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Correio da Manhã | PS, PCP e BE na mira Alegadamente, os membros do Hammerskin, cabeças-rapadas com ligações estreitas ao inefável PNR, planeavam atentados a figuras de partidos de esquerda e verdadeiras acções de terror urbano, com bombas artesanais e os velhinhos mas sempre eficientes cocktails Molotov, contra as sedes de partidos de esquerda.

Correio da Manhã | Sexo para criança ver A RTP, numa rara instância de serviço público (convenhamos que só o canal :2 presta verdadeiramente serviço público) transmitiu um filme desenvolvido para abordar a educação sexual. Não o vi, não o posso comentar, mas nunca é demais referir a importância da educação sexual. É um tema delicado, com muitas vozes discordantes sobre o que se deve, ou não, abordar com as crianças, ou até se se deve abordar o assunto. A questão, a meu ver, é mais prática: abordar a educação sexual a nível sistémico é uma medida de saúde pública - ajuda a prevenir abusos, acidentes como gravidez na adolescência e os cuidados para prevenir doenças sexualmente transmissíveis. Os espinhos estão no como abordar. Os programas escolares, nomeadamente os ligados às ciências, já contemplam alguns conteúdos sobre educação sexual. É preciso mais, como a famosa e sempre adiada disciplina de educação sexual. Mas, por um lado, ainda bem que esta é uma disciplina sempre adiada - não devido ao seu conteúdo, mas sim devido a um tremendo defeito do sistema educativo que é a inexistência de gestão de recursos humanos. Assume-se que o professor é sempre capaz de trabalhar para lá da disciplina que lecciona, independentemente da sua capacidade para o fazer. Este factor, adicionado aos clamores de despesismo que se ergueriam caso fossem treinados e contratados para as escolas especialistas em educação sexual, com um forte background em saúde, biologia e psicologia, significaria que a disciplina teria de ser leccionada (só a ideia de leccionar e de disciplina em relação a educação sexual é um absurdo que trás à memóra o memorável Sentido da Vida dos Monty Python) por um pobre professor para isso nomeado - e certamente que seria o director de turma, que para além de ser bombeiro para resolver os problemas dos alunos e secretário para marcar faltas, também já tem de ser criativo para criar projectos para Área de Projecto, capaz de estruturar actividades de aprendizagem para Estudo Acompanhado (que geralmente se resolvem com as fichas de trabalho que eu tanto abomino, e que aboli nas minhas horas de EA, que são passadas a desenvolver competências dos alunos no domínio das TIC), e ainda um misto de semrão de padre, discurso de político e ensaio de historiador em Formação Cívica... independentemente de estar ou não estar vocacionado para estas actividades. O sistema ainda não perdeu a ideia romântica do professor pau para toda a obra, algo que sempre entendi como amadorismo. Por muito bem intencionado que seja o professor, na abordagem à educação sexual o profissional treinado em psicologia, capaz de pensar fora do contexto de sala de aula, sempre abordará os temas de forma mais profissional. Pena é que no país em que vivemos, ainda preso às grilhetas de uma mentalidade conservadora alicerçada no obscurantismo religioso, a educação sexual seja o sonho tabu sempre adiado, com toda a sociedade a fechar os olhos e a negar a realidade da natureza humana, em forte ebulição nas veias recheadas de hormonas dos adolescentes.

El Mundo | China crea su primer traje astronáutico diseñado para hacer paseos espaciales O programa espacial chinês é uma curiosa criatura híbrida. As ambições científicas não parecem ser o principal motor do programa. Antes, o programa justifica-se em golpes propagandísticos típicos de um estado totalitário, com o benefício adicional de prestigiar a tecnologia indígena chinesa - porque, convenhamos, não equacionamos a China com produtos tecnológicos de qualidade. Talvez seja esta a maior virtude do programa espacial chinês. No caso oposto, a NASA assumiu uma forte motivação científica para as missões espaciais - e no processo transformou a exploração da fronteira espacial de uma aventura fascinante numa rotina entediante, incapaz de galvanizar a humanidade com os sonhos de um futuro além dos limites do poço gravitacional terrestre.

The New York Times | For pornographers, internet's virtues turn to vices O crescimento explosivo da internet tem dois fortíssimos motores na pirataria online e na pornografia. Basta analisar os termos de pesquisa em motores de busca para se perceber esta realidade. Como pormenor adicional, note-se que a indústria da pornografia esteve sempre na crista da onda do desenvolvimento tecnológico digital - nos tempos em que a internet ainda era de banda estreita, com a maioria dos utilizadores a desfrutar de velocidades na ordem de uns estonteantes 36 kbps, já os empresários daos três X investiam em video online. O negócio era altamente lucrativo. Agora, a banda larga está a erodir os lucros da pornografia na internet, graças aos esforços de amadores que colocam online os seus prurientes videos, disponíveis de graça, o que prejudica as empresas que disponibilizam videos porno na internet mediante pagamento.

Claro, ninguém usa a internet para ver imagens de mulheres nuas... e claro, os adolescentes aos quais a irresponsabilidade da sociedade nega educação sexual não têm acesso a esta forma tão peculiar de educação sexual... e sim, o buraco na areia onde enfiámos a cabeça tem certamente um horizonte cor de rosa... enquanto a sociedade continuar a acreditar nos mitos da bonomia do espírito humano os verdadeiros problemas que nos afectam não têm esperança de ser resolvidos.

sábado, 2 de junho de 2007

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Este garanto que não tem nada a ver com icbms de ogivas múltiplas.

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BBC | Online and offline worlds merge A Google move-se para dominar o mundo offline, com o lançamento do Google Gears - um plugin para browsers que permite aceder a conteúdos da internet enquanto se está desligado - a coisas como feeds rss sincronizados ou aos documentos do Google Docs. Dois pormenores curiosos: a manobra da Google no terreno das empresas de software tradicionias, e o conceito do browser como a ferramenta central no interface com o computador.

Guardian | Humanity must recognise our entire way of life is chronically short termist Lucro rápido, objectivos a curto prazo, desenvolvimento artificial através da construção desenfreada. Hoje em dia temos pressa para tudo, e estamos a ser incapazes de pensar em termos de futuro a longo prazo, excepto num pormenor - na acumulação de dívida para pagar caprichos a curto prazo, algo que se reflecte no nosso legado ambiental ao futuro.

The New York Times | Administration rebukes Putin on his policies Uma nova guerra fria? Esta semana, as tensões entre os EUA e a Rússia agudizaram-se, com a Rússia a testar novos mísseis intercontinentais e os EUA a criticarem abertamente o governo russo. Regressará a velha ordem mundial, com dois gigantes a olharem-se em mútua desconfiança, armados até aos dentes? A história tem formas de aniquilar as pretensões de velhas ordens que desejam regressar ao palco do grande jogo geopolítico mundial...

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Vida de Cão

Vida de cão foi durante muito tempo sinónimo de vida dura e desprezada. Isso mudou, felizmente. Hoje os nossos cães são estimados animais de companhia, bem tratados e mimados por donos que transferem afectos e tratam os seus animais como se de pessoas se tratassem. Vida de cão é hoje um negócio multimilionário, que alimenta veterinários. comércio e indústrias. Francamente, e digo isto a pensar no tratamento que dou à minha feroz cadela, começo a pensar que prefiro a vida de cão à minha vida... a título de exemplo, posso garantir que o animal vai mais vezes ao veterinário por ano do que eu ao médico.

Os nossos animais de estimação são verdadeiras coqueluches, mimadas e acarinhadas, cheios de alimentos especiais, brinquedos e mimos. Nunca o comentário de que os cães são mais bem tratados do que as crianças foi tão verdadeiro - felizmente para a nossa humanidade para com os animais, infelizmente para a nossa desumanidade para com os nossos companheiros humanos.

Mesmo assim, há um lado negro no mundo mimado dos animais de estimação. É a praga dos verões. Todos gostam de um gatinho ou de um cachorro, não há quem não se derreta e não resista a comprar um cachorrinho para ter em casa, se o puder fazer. No entanto, quando percebem que manter um animal é uma responsabilidade que dá trabalho e interfere com a vida, muitas vezes a solução que encontram é o simples abandono dos animais - como se aquele ser brincalhão, que dá trabalho, que tem que ser educado, que ladra a horas inconvenientes, que nos deixa prendas mal-cheirosas enquanto não aprende a fazer as suas necessidades, fosse um objecto descartável, para usar e deitar fora quando passa o brilho da novidade.

Este ano queria ir de férias a Londres. A ideia era fazer uma road trip, de carro ou comboio. Não o poderei fazer - não tenho onde deixar a minha cadela. Paciência; não é a viagem que define a minha vida. Digo isto para sublinhar o parágrafo anterior - quantos são aqueles que na época de férias simplesmente deixam o cão ou o gato à beira da estrada?

Há uns poucos, voluntários, que lutam contra isto. Gente dedicada, que recolhe os animais e procura novos lares. Gente que com poucos recursos e sem nenhuns apoios institucionais tenta salvar os animais abandonados pela desumanidade dos seus donos. Precisam de apoios, e precisam também de encontrar lares para os animais.

Quando pensar em adquirir um animal de estimação, pense bem: será que quer comprometer-se a cuidar da vida de um animal? O compromisso mede-se em anos, note-se. Se a resposta for sim, pense novamente antes de se dirigir à loja para comprar um cão ou gato de raça apurada a um preço exorbitante. Lembre-se que pode adoptar um animal - basta dirigir-se a uma associação de amigos dos animais para o fazer. Se o fizer, será recompensado com o agradecimento daqueles que lutam pelo bem estar dos animais e com a dedicação de um animal que já sofreu o inimaginável.

Imagine, se for filho, que o seu pai o abanonava na estrada. Ou imagine, se for pai, que abandonava o seu filho na beira da estrada. Conhecendo a dedicação que os animais dedicam aos seus donos, simplesmente imagine a violência e a frieza do abandono.

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Ontem àrvores enlatadas em ovos de vidro, hoje planetas sob um dilúvio cósmico. Haverá método no meu acaso?