quinta-feira, 31 de julho de 2008

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Rascunho.

50 Weapons That Changed Warfare




William Weir (2006). 50 Weapons That Changed Warfare. Londres: Bounty Books

Amazon | 50 Weapons That Changed Warfare


A história militar é algo que se olha com um misto de fascínio juvenil e de desgosto perante o horror que se oculta atrás das fantásticas invenções, histórias de valor ou descrições das engenhosas estratégias. Sendo assunto fascinante, deslumbra mas não perdendo de vista que a guerra é, no fundo, uma súmula de atrocidades e destruição, que o objectivo final - a vitória sobre o inimigo, só é possível após a aplicação do engenho humano em metodologias de morte organizada.

50 Weapons That Changed Warfare olha com algum pormenor para o elemento essencial da guerra, as armas. Analisa, de forma sumária, cinquenta armas cujo impacto sobre o campo de batalha mudou as estratégias e formas de fazer guerra, tornando a sua natureza mais horrífica. Da lança à alabarda, sem esquecer as variações das armas de fogo, passando pela evolução naval que destronou o navio de guerra em favor do submarino, a evolução da tecnologia bélica é vista pelos impactos e transformações que causa.

Dizia McLuhan que os generais estavam sempre bem preparados para combater as guerras anteriores, e este livro espelha essa opinião. Weir descreve os impactos destas cinquenta armas sob o campo de batalha ilustrando com histórias do seu primeiro aparecimento, geralmente carnificinas em que quem usava a nova arma aniquilava inimigos habituados às antigas tácticas. Algo que nunca foi tão vedade como nas tincheiras da I Guerra, onde as tácticas de carga de soldados do século XIX embateram com as armas do século XX, com perdas de vida inimagináveis. O livro termina com uma análise de armas capazes de paralisarem os mais modernos e avançados exércitos. Não equipamentos de alta tecnologia, mas primitivas armas improvisadas, o armamento de eleição de insurgentes e movimentos terroristas.

(Um à parte: note-se como o vocabulário muda com as épocas. Antes do 11 de setembro, usar-se-iam os termos rebeldes,gerrilheiros e combatentes da liberdade. Agora, neste novo mundo atemorizado, os que se opõem à ocupação do seu país são insurgentes, ao invés do mais nobre resistente.)

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Magalhães II



Confirma-se, via Wired, que o magalhães é a maior encomenda mundial de Classmates da Intel. O lado positivo? A montagems das máquinas em portugal sempre gera mais postos de trabalho. O lado negativo? É um subsídio do governo português a um gigante mundial. Sem este meio milhão de pcs para portugal, o Classmate não se sobrepunha ao OLPC nem se impunha no quente mercado dos ultra-portáteis de baixo custo. O lado inexistente? A tal construção totalmente portuguesa (que aliás já existe, com outras marcas e modelos). O Classmate será meramente licenciado, apesar do que apregoam os media. O lado dor-de-cabeça? Pobres coordenadores tic que terão de assegurar a viabilidade da estrutura e rede informática das escolas (mas esta, é uma boa dor de cabeça).

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Get smart.

Magalhães

A curiosidade aguça-se: que maravilha será essa, do computador Magalhães? Estou curioso. É sem dúvida um sucesso para as empresas portuguesas de tecnologia, mas... a construção de um pc adaptado a crianças sob licença da Intel faz parecer que este novo pc vai ser um Classmate, o pc que a Intel criou como resposta à concorrência do OLPC, talvez com algumas modificações nacionais. Uma coisa é certa: no Plano Tecnológico, o domínio WinTel (Microsoft e Intel) é total. No maior programa tecnológico português, destinado a colocar máquinas (e software) nas mãos de largas fatias da população nacional, as alternativas ficam de fora. Garantida fica uma base de utilizadores que se habituarão às marcas, e avessos a outras formas de computação.

Leituras

Globe and Mail | Taliban use ring tones to spread the word Os Talibãs, reconhecidamente ultraconservadores no seu fanatismo religioso, surpreendem pelas suas inovações. Algum dos clérigos barbudos deve ser mcluhanista ardente, leitor inveterado do Understanding Media ao lado do corão. Este grupo é exímio em explorar os media, particularmente os novos meios de comunicação, para fazer passar a sua mensagem. A novidade está no uso dos toques de telemóvel para fazer passar a mensagem da guerra santa.

Los Angeles Times | Iraqi army launches offensive to flex its strenght Chamam a isto uma iniciativa de autonomia. Mais parece o aluno que, titubeante, dá os primeiros passos sem auxílio do professor.

BBC | Branson unveils space tourism jet O acesso privado ao espaço ficou um pouco mais próximo com a estreia da aeronave que transportará o foguete suborbital criado por Burt Rutan. Para terem uma ideia do fascínio gerado por estas máquinas, leiam o feed twitter de Xeni Jardin, que bombardeou a microblogoesfera com as suas impressões em tempo real da inauguração da aeronave.

Lisboa no Ano Três Mil



Cândido de Figueiredo. (2003). Lisboa no Ano Três Mil. Lisboa: Frenesi

Wikipédia: Cândido de Figueiredo
Frenesi

Este é um texto clássico, publicado orignalmente sob forma de folhetim no jornal Ocidente em finais do século XIX. Lisboa no Ano Três Mil parte com uma premissa de ficção científica: o jornalista, graças aos mistérios do hipnotismo, antevê um futuro longínquo através da mente de um sábio que pesquisa as ruínas da cidade das sete colinas. No futuro longínquo de Cândido de Figueiredo, as viagens aéreas são a norma, levadas a cabo em dragões de madeira e ferro (uma ideia muito cyberpunk). A Austrália é a nação dominante no mundo, o centro do saber, onde toda a costa era uma imensa cidade. No seu centro, uma luz do mundo: uma imensa biblioteca, onde o alter-ego futuro de Cândido de Figueiredo consulta as cartas de Terramarique, sábio explorador das regiões desérticas e em ruínas da europa.

Neste futuro distópico, a europa havia sido conquistada e arrasada por novas hordes mongóis ao serviço do império russo, que dominava as terras da àsia ao cabo espichel a partir das ruínas do Kremlin. E Terramarique, sábio australiano, explora as regiões isoladas do mundo com autorização do imperador que reside nas ruínas guardado por ursos.

Mais do que proto-romance de ficção científica, Lisboa no Ano Três Mil é uma boa desculpa para aquele passatempo tão português que é o escárnio e mal-dizer. Olhando o Portugal do século XIX dos tempos ficcionais em que já Portugal não existia, Cãndido de Oliveira traça um retrato ridicularizante dos vícios e poucas virtudes do país de fim de século, dos ridículos, do novo-riquismo, da parolice e da mesquinhês das classes políticas. O retrato é mordaz e sarcástico. E, na Lisboa do ano Dois Mil, as efabulações do sábio Terramarique pela voz de Cândido de Figueiredo ainda pintam um retrato apropriado da sociedade portuguesa.

terça-feira, 29 de julho de 2008

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on the beach

Finalmente.

Recortes

Para se ser amável, para se falar sem hesitação, para se pronunciar um discurso arrebatador, chegou a julgar-se indispensável o ter grão na asa. (28)

Em Portugal, os faladores tiveram sempre a mais larga aceitação. Quem não o fosse era sensabor e reles; e, se o desgraçado fosse deputado, nunca chegaria a ministro, excepto em caso de recomposição urgente. Audácia e parola, com um poucochinho ao menos de ignorância recomendada, era aqui o mais curto e directo caminho para as grandezas políticas e sociais. (29)

...mas as empresas não se inventaram para fomentar o interesse alheio, e muito menos os interesses morais de uma sociedade qualquer... (36)

... e sendo aquele documento um símbolo do estudo, cheguei a persuadir-me de que se tratava de um papagaio, porque o estudo em Portugal tinha geralmente, como resultante, a faculdade de falar, sem necessidade de pensar. (63)

Cândido de Figueiredo. (2003). Lisboa no Ano Três Mil. Lisboa: Frenesi (edição original em 1892 no jornal Ocidente)

segunda-feira, 28 de julho de 2008

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Oficialmente de férias. K.O. e a precisar mesmo de uma pausa.

Traços de Cor



Já está online o site que desenvolvi como trabalho final da cadeira de Concepção de Materiais Multimédia. Em estreia mundial, os... Traços de Cor.

O site foi totalmente tricotado por mim no FrontPage. As ilustrações foram criadas no Corel e no Inkscape, trabalhadas no Gimp. Os textos foram criados no Notepad, para ficarem em texto simples, sem formatação. Os videos foram editados no Adobe Premiere, com edição de som no Audacity, e convertidos utilizando o fenomenal conversor Super (se não converter é porque o codec ainda não existe). O upload em ftp foi assegurado pelo FileZilla.

domingo, 27 de julho de 2008

Tentações



A tentação ao virar da esquina... está a decorrer na zona de S. Sebastião mais uma edição da Feira do Livro da Ericeira. Uma bela iniciativa, bem recheada com diversidade de leituras. Há um pouco de tudo, desde obras recentes a preços mais apetecíveis, a livros mais antigos a preços muito convidativios. Há um pouco de tudo para todos, até para os bibliófagos mais exigentes. É uma boa paragem antes de ir até à praia dar um mergulho.

Leituras

Los Angeles Times | Fun may be a casualty of Beijing's effort for a perfect Olympic games Medo parece ser a palavra de ordem dos jogos de Pequim. Medo de ataques terroristas, medo de manifestações políticas que embaracem o regime chinês. A resposta dos responsáveis chineses é uma típica estratégia de estado policial.

Finantial Times | Europeans warm to candidate's message Foi curioso, ver a multidão que Barack Obama atraiu ao discursar em Berlim. Obama é apenas candidato, ainda não é presidente, e poderá nunca o ser... no fim de contas, os americanos elegeram Bush duas vezes. Da primeira de forma irregular, e da segunda com agradecimentos ao sr. Laden, mas enfim, elegeram-no. Neste mundo globalizado, já longe do duópolo dos tempos da guerra fria, multicêntrico, cada vez mais em rede, surpreende ver a importância dada à liderança de um país. Saudades imperiais?

Read Write Web | iPhone: the new personal computer Não irá substituir o computador. Há tarefas que necessitam do computador tradicional, tal como há tarefas que exigem supercomputadores. Mas o iPhone representa uma nova tendência de computação, muito desejada, sonhada e antevista: dispositivos móveis, potentes, capazes de assegurar comunicações, navegação na web e as aplicações pessoais mais correntes do computador. Em qualquer lado, de forma ultraportátil. Os smartphones substituíram por completo os PDAs. Mas o conceito dos PDAs prevaleceu. Falar torna-se uma função secundária de um smartphone.

sábado, 26 de julho de 2008

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393 posts por ler no Reader. Email controlado. 48 deviations por ver. dois dias passados agarrado ao computador, corolário de uma semana de trabalho. Seis noites a dormir quatro horas. Tudo por causa dos Traços de Tinta, o meu trabalho final da cadeira de Concepção de Materiais Multimédia, um website concebido em FrontPage. Deu muito gozo criar ilustrações, mascotes, inconografia e botões; foi minucioso criar o grafismo a partir da organização de tabelas; foi necessariamente chato escrever os textos do site; foi enfurecedor colocar videos no FrontPage. Parece que colocar um video em formato windows media numa página criada no Microsoft FrontPage sem arranque automático do Windows Media Player é tarefa hérculea. Enfim, quando o site for para a internet vai tudo em flashvideo. Deu trabalho, e muito gosto.

Agora, prioridades:
- verificar o paradeiro dos meus amigos, que isto da acumulação de responsabilidades laborais com a intensidade do mestrado reduziu a minha vida social a menos que zero. Isto se ainda se lembrarem de mim...
- praia. Praia, máquina fotográfica, caderno de esboços, livro, namorada e cadela.
- ruas da Ericeia. Reparei há uns meses que já não me lembro da última vez que percorri as belas ruas da nossa Ericeira.
- leituras. Mas, se me desculparem, durante uns dias ficam de parte quaisquer leituras sobre tecnologia, educação, internet, comunidades de prática, direitos de autor, tecnologias colaborativas, sociedade da informação e coisas similares. Preciso de um bom livro de FC, talvez o último do Peter Hamilton.

Ah, e dormir. Dormir, talvez sonhar...

Salpicos



Video criado para o projecto Traços de Tinta. Tutorial video de pintura com guaches.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

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Ainda mergulhado num trabalho final que está a chegar a uma fase enciclopédica. Não vejo fim à coisa... e tenho de o apresentar amanhã.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

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Tã piquenino e a dar tanto trabalho, este projecto final de construção de materiais multimédia. Já estou farto de html.

terça-feira, 22 de julho de 2008

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Armadilhas da escrita inteligente nos telemóveis: saldolitico, talvez essa era desconhecida da pré-história.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

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Mergulho nas cores. Último exame do trimestre: construção de materiais multimédia. Nada de teorias, antes construção prática de um site. Mãos à obra...

domingo, 20 de julho de 2008

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Ressaca pós-exame. Deveria estar a preparar um guião multimédia para o website que tem de estar pronto no sábado. Mas só consigo dormir...

Ficções

O regresso, breve, do Infinite Matrix para celebrar o aniversário de Cory Doctorow. Seria bom que regressasse de vez. Até lá, a ler Nimby and the Dimension Hoppers.

George Dyson, historiador de ciência e elemento da família Dyson, notória nos meios científicos e tecnológicos, escreveu um conto de ficção científica considerado demasiado técnico para as publicações de ficção e demasiado ficcional para as publicações técnicas. Publica a Edge, a revista online da 3ª cultura: Engineer's Dream.

sábado, 19 de julho de 2008

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Cérebro. Derretido.

Exames

Exames digitais... realizado, concluído e enviado por email. Dados lançados. Menos uma cadeira.

(a escrever isto só pelo privilégio de colocar um post em plena sala de exame. tendências futuras...)

sexta-feira, 18 de julho de 2008

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Dúvidas, questões... hoje não estou para nada nem para ninguém. Não há urgências ou emergências. Tussam computadores, redes derretam, servidores crashem, vírus apaguem os sistemas. À vontade. Não estou. Nem para emergências nucleares, biológicas ou apocalípticas. É tempo de me preparar para o exame de Internet na Educação, curiosamente às voltas com o tanto na moda plano tecnológico.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Visões

The kids starting school this year will be retiring roundabout 2070. I don’t know anybody who has got the faintest idea of what the world will look like in 2010, let alone 2070.

Okay, well if you want to boil it down in two minutes, it’s about two things; it’s about habits and habitats. I mean by habit, the routines that we follow during the course of our daily life, the more we do the same thing everyday, the more we think the same way. So, one of the ways of unleashing your creative capacity is to do different things, stimulate your imagination, do things you wouldn’t normally do. If you never go to an Opera, go to one. If there are some books you have never read, go and read them. If there are people in your building you have never spoken to, go and speak to them. If you go the same way to work everyday, go some other way.

Open your mind to new possibilities and new experiences and do things you haven’t done before, because often, being creative is finding a new medium of expression for yourselves, and the people who achieve most I think have found their medium, they are in their element, and they love the thing they do. So, open yourself out to new experiences and question the things you take for granted, so change habits.

Secondly, it’s habitats. Really the environment we live in, the environments we work in, the way we configure the desks, the buildings, who we relate to, has a huge effect on how we think and how well we think. Redesigning your office space, redesigning the physical relationships between you and other people can have a huge liberating effect on your whole creative capacity.

Ken Robinson

Rapture



Não resisto. Este clip da série de culto Six Feet Under tem imensas nuances, a principal das quais é a ideia que crenças à parte, o uso dos miolos é fundamental.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

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The Groovy Inkspots!

Políticas

No artigo O Novo Vocacionalismo na Política Educativa em Portugal e a Reconstrução Lógica da Acumulação, os autores começam por afirmar que "num conjunto de países europeus, em que se inclui Portugal, a política educativa tem vindo, a partir dos anos oitenta, a desempenhar um papel cada vez mais instrumental na satisfação de metas de curto e médio prazo da política nacional, tanto económica como industrial." Logo no primeiro parágrafo. Este artigo de Stoer, Stollerof e Correia é já um pouco antigo, de 1990, mas esta primeira frase resume bem a lógica por detrás dos constantes atropelos e das inúmeras redefinições das políticas educativas.

Quando olhamos para objectivos de curto prazo, quando definimos e redifinimos um sistema que supostamente deve preparar cidadãos para a vida focalizando apenas nas necessidades imediatas e em previsões a quatro ou cinco anos, algo se perde. O imediato é necessário, mas num sistema educativo o mais importante será responder às necessidades do momento, pensadas por responsáveis políticos que orientam as políticas em função das suas carreiras?

terça-feira, 15 de julho de 2008

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Penso, logo...? Dúvidas existenciais.

Grrr! (II)

E se algumas dúvidas tinha em relação a desligar-me da PT, foram ontem dissipadas com um telefonema: um técnico da Pt contactou-me para reparar a linha, uma semana e meia depois de ter ficado sem ligação à net. Se não tivesse mudado de ISP, estaria até agora sem acesso à web, impedido de enviar trabalhos e consultar informação durante dez dias. Um recado à PT: se querem manter os clientes, primeiro livrem-se da assinatura de linha. É puro roubo, e todos sabem disso. Segundo, baixem os preços de acesso. Terceiro, quando um cliente precisa de apoio técnico, tentem demorar menos de dez dias a responder ao pedido... parece razoável?

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Western Lands



Western lands. Uma experiência em video. Ainda não está ao nível de Vertov, Lynch ou Oliveira, mas quem sabe... (yeah, right!). Montado a partir de clips de O Homem da Máquina de Filmar, The Great Train Robbery, Une Voyage das la Lune e Un Chien Andalou, com sons de William S. Burroughs, ruídos dos Negativland e Autechre. Montado no Premiere Elements, tirando partido das sobreposições de video. Ou seja, grande salganhada. Espero que gostem.

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Leis de murphy. Tudo o que pode correr mal vai correr mal. São inescapáveis. Não se pode fugir delas.

domingo, 13 de julho de 2008

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Pois, mas será arte? A partir de duas obras de Roy Lichtenstein.

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One just like the other, sin's a good man's brother, but is that right?
You tell me that I don't, then I say I won't, but then I might.
You said this is the way it's supposed to be, but it just don't seem right to me, and that's outta' sight.
Some folks need an education, don't give up, or we'll loose the nation.
You say we need a revolution? It seems to be the only solution.


Grand Funk Railroad

Bits



Deviant Art 2.0? Foi uma boa surpresa: a comunidade de administradores e moderadores do Deviant Art reestruturou todo o site, que está agora muito mais amigo do utilizador. De entre as novidades, uma excelente: thumbnails nas mensagens de novas imagens dos utilizadores que acompanhamos. E há mais para descobrir nesta nova vesrão do Deviant Art, a v.6, the sleek version.

Cloud computing para as massas? A Optimus lançou um curioso serviço, o Store and Share, que permite armazenar online fotografias, música e video, com oferta de 10 Gb. O armazenamento online não é novidade, o que torna este projecto interessante é que o material armazenado pode ser consultado quer no computador quer no telemóvel. E quem começa com fotografias eventualmente sente necessidade de utilizar e editar outros ficheiros. Algo a acompanhar.

Pastel de Cor: mais um lançamento na blogoesfera, de uma amiga e colega muito talentosa que mostra neste blog os seus trabalhos.

sábado, 12 de julho de 2008

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Experiências no SumoPaint.

Leituras

Globe and Mail | Touch screens the new gold standard Mais intuitivos e fáceis de utilizar que os interfaces de teclas, os ecrãs sensíveis ao toque tornaram-se o interface de primeira escolha para os telemóveis topo de gama. Talvez seja essa a virtude do iPhone, mostrar que são possíveis outro tipo de interfaces.

LA Times | Syria software pirate live by own code of standards A pirataria é um problema global, mas há certas zonas do planeta onde atinge proporções assustadoras. Estima-se que no médio oriente a quantidade de material pirateado atinja os 80% de todo o software instalado. Neste artigo, o perfil de um hacker sírio que não se importa de crackar os mais complexos sistemas informáticos, pelo preço certo, mas que no seu computador pessoal só tem software legal.

Guardian | Warning to copyright enforcers: three strikes and you're out A ideia de cortar o acesso à internet ao fim de três suspeitas de download ilegal parece ter nascido em França, mas está a ser adaptada ao nível da União Europeia. Como todas as questões ligadas aos direitos de autor na era digital, a questão é complexa. Estamos a falar de empresas produtoras de conteúdos de carácter questionável (vai um reality show?) que estão a ser muito afectadas pelo download ilegal de conteúdos, que defendem restrições de direitos de autor tão restritivas que impedem que a maior parte dos conteúdos seja revivida em reedições legais, acabando por cair no esquecimento, conhecida pelos métodos agressivos de combate aos direitos de autor, que processam impressoras por download ilegal de conteúdos (embate das notificações com sistemas de ip dinâmico) e que pedem à união europeia que lhes seja retirada a obrigação de provar que os acusados de download ilegal realmente efectuaram esse download, por considerarem ser um ónus dispendioso.

The New Yorker | Dymaxion Man Um perfil de Buckminster Fuller, o influente, complexo e desconcertante visionário da arquitectura, urbanismo e tecnologia, inventor da cúpula geodésica. As suas visões continuam influentes, embora valham mais como conceito que como aplicação prática.

Ars Technica | Bandwidth caps could lead to ISPs benefitting from piracy Para nós, os limites de tráfego são uma infeliz realidade, mas nos estados unidos são uma novidade. Qual o principal efeito dos limites de tráfego? Aumentar os lucros dos ISPs, uma vez que acabamos sempre por ultrapassar os limites, pagando custos adicionais. Sabendo que muitos dos downloads são de legalidade duvidosa, acabamos por ter instituições legais a beneficiar de actos ilegais. O que leva ao pensamento: quem lucra, realmente, com a pirataria online? Certamente que não os produtores de conteúdos, nem a maior parte dos "piratas", uma vez que disponibilizam conteúdos de forma gratuita. Quem realmente lucra é quem está no meio, quem fornece acesso à internet.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

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Abaixo.

3.1



Adeus, Windows 3.1. A microsofot anunciou, sem grande fanfarra, que irá descontinuar esta venerável versão do windows, que introduziu os ambientes gráficos à computação de massas. Incrivelmente, este windows 3.1 ainda está activo em sistema embebidos.

Pronto, mas isto foi uma desculpa para colocar esta imagem do ambiente de trabalho do windows 3.1. Um momento de pura nostalgia.

Sete Palmos



O final perfeito, a oscilar entre o feliz, o nostálgico e o sublime. Sete Palmos de Terra era uma intrigantes séries de televisão, que seguia as aventuras e desventuras de uma família muito especial de cangalheiros. Ao longo das três séries de Sete Palmos, mergulhava nas neuroses dos personagens e, ao mostrar a morte, celebrava a vida. Alguns episódios foram memoráveis pelo seu poder de nos deixar a pensar que a medida de uma vida é vivida nas memórias dos que ficam. Sem heroísmos e hipérboles, apenas com a simplicidade da dor.

A série, escrita por Alan Ball, puxava ao gótico ao iniciar os seus episódios com um falecimento. Alguns eram tristes, outros ridículos, alguns chocantes, outros patéticos. É um reviver da velha frase, no meio da vida encontramos a morte. De todos, o meu favorito tem de ser o atropelamento epifânico de uma mulher que confunde o advento evangélico com um carregamento de bonecas insufláveis que se soltam e flutuam em direcção ao céu, como se de almas se tratassem. Os níveis de ironia ultrapassamo os limites.

O final da série foi perfeito. Previsivelmente, assistimos à morte dos personagens, e é impossível não sentir um aperto no estômago ao ver esta aceitação da morte enquanto celebração de vida. Mesmo sabendo que é ficção, que as personagens não são reais. Um momento brilhante de cultura popular, a rever neste clip de video.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

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Três graças. Quase me apetecia escrever três garças.

Little Brother



Download do livro
Little Brother News

E quando é que um livro é um manual de sistema operativo? Por detrás de uma inócua e estereotipada história juvenil de um rapaz que se vê em aventuras e desventuras enquanto combate injustiças, está uma potente reflexão sobre privacidade, poder dos media, direitos e liberdades individuais, equilíbrio entre os poderes dos estados e direitos dos cidadãos, e aproveitamentos políticos da paranoia associada à guerra ao terrorismo.

Little Brother é uma história que rebusca, intencionalmente, os estereótipos de injustiça absoluta aplicada ao desventurado herói, que tem de sofrer os piores percalços, as mais gritantes injustiças e até tortura numa luta em que os valores da liberdade acabam por triunfar. É uma clássica história de luta do bem contra o mal, só que aqui o bem são os hackers libertários da cultura digital e o mal as legislações opressivas levantadas pelos estados em nome da segurança.

Little Brother tem uma intenção abrangente. Escrito por Cory Doctorow, conhecido activista dos direitos digitais e escritor notório pela acérrima defesa da cultura livre, que publica habitualmente os seus livros em formatos tradicionais e também sob licenças creative commons para download sem restrições, este livro tem como propósito expresso utilizar a literatura juvenil para informar e galvanizar os espíritos sobre temas quentes da actualidade, ligadas à privacidade, segurança online, e as lutas entre uma cultura livre e os interesses políticos e económicos que alegam necessidades imperiosas para imporem limitações que ultrapassam o razoável.

Mais do que uma história, este livro é um manual de subversão. Na narrativa da luta contra as injustiças do jovem hacker ético do livro, Doctorow explora com profundidade formas de luta social e tecnologias que defendem as liberdades e direitos individuais. Enquanto nos compadecemos com a luta sem quartel do jovem Marcus, M1k3y no mundo online, contra os poderes instituídos dos sistemas escolares restritivos, que sobrepõem a indotrinação sobre o espírito de livre arbítrio, e contra as agências governamentais que em nome da segurança atropelam os mais elementares direitos humanos, aprendemos sobre criptografia, o espírito da cultura hacker (que não, não é prejudicar mas sim colocar nas mãos dos utilizadores o controlo da tecnologia que utilizam), smart mobs, flash mobs, cultura livre, movimento opensource, redes sem fios, direitos civis e novas formas de organização à margem da tradição partidária potenciadas pelas tecnologias digitais.

Misto de história juvenil com manual de instruções para derrube inteligente de regimes totalitários, Little Brother vale essencialmente pela profundidade com que aborda, para um público juvenil, temas que o impacto da internet nos sistemas sociais, políticos e económicos tornaram basilares nas lutas pelo controle da sociedade do presente. É um livro escrito com o propósito expresso de fazer pensar, o que já de si é altamente louvável.

Assim que o livro for traduzido para português recomendo-o aos meus alunos. Não diria leitura obrigatória - isso vai contra o espírito da nova cultura global que está a emergir, não aquela de consumismo e alienção que nos é imposta pelos interesse económicos com a conivência política, mas a cultura libertária de partilha, a sociedade em rede, que evolui graças à internet.

Podem ler o livro online, ou fazer o download do livro na página de Cory Doctorow.

terça-feira, 8 de julho de 2008

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Crooked Little Vein



Warren Ellis, 2008. Crooked Little Vein. Nova Yorque: Harper Collins

A Piece of Crooked Little Vein
Amazon | Crooked Little Vein

Argumentista de alguns dos mais influntes comics contemporâneos, autor de Transmetropolitan e assumido guru do mundo online, Ellis não surpreende neste seu primeiro livro em formato... livro. Para os conhecedores, a obra de Ellis procura sempre chocar e provocar com os desvios da alma humana, mantendo um irrepreensível sentido de liberdade mesmo face aos comportamentos mais revoltantes, desde que estes não interfiram com a liberdade dos outros.

Crooked Little Vein mergulha nesse mundo bizarro e desviante que Ellis tanto gosta de retratar. É um mundo ao mesmo tempo vibrante e decadente, onde a definição de normal se estilhaça em subculturas, algumas incompatíveis com uma mente sã e um estômago estável. Num estilo literário próximo do pulp, seguimos um percurso quase iniciático, reminiscente da travessia dos infernos das comédias divinas, em que um detective atravessa uma américa de comportamentos aberrantes e desviantes em busca de um artefacto capaz de restaurar uma certa normalidade a um mundo que parece mergulhado no caos.

Pelo caminho, a regra parece ser quanto mais bizarro, melhor. Mas por detrás do exagero grand guignol das festas de injecções salinas nos genitais, dos fétiches sobre lagartos gigantes, da decadência das velhas famílias e do retrato libertário dos males da sede de poder, fica a sensação de que estamos a ver um mundo, toda uma subcultura atomizada em míriades de versões, a um espelho distorcido. Basta um olhar mais atento a certos recantos do mundo online para encontrar variações bem reais (e algumas mais nauseantes) dos exageros de Ellis.

Um ponto comum a toda a obra é a ideia de transformação comportamental trazida pela internet. Olhamos o mundo através do filtro da popularidade mediática, e esse filtro, até agora expresso nos media tradicionais, expande-se com a facilidade de pesquisa e publicação gerada pela internet. Como se define algo que é underground e oculto, quando facilmente se encontra após uns cliques de rato? All this stuff that was hidden away for years is mainstream now, repete-se ao longo deste livro. O desvio e a decadência, como oposição ao padrão de normalidade, sempre existiram e exerceram uma profunda atracção sobre os espíritos, como nos mostra a longa tradição da literatura decadente. A tecnologia permite-nos descobrir e experimentar aquilo que tradicionalmente estava oculto.

Leitura rápida, que agarra o leitor pelo seu passo acelarado, peripécias inverosímeis e choque entre a cultura libertária e as restrições ao gosto dos poderes instituídos, Crooked Little Vein é um convite ao passeio pelo lado selvagem das subculturas contemporâneas, exageradas quase ao absurdo. Um mergulho visceral pelas esquinas ocultas do mundo urbano, em busca de decadências emergentes.

Grrr!

Já alguma vez tentaram cancelar a linha telefónica PT e o serviço Sapo ADSL em Mafra? Não tentem, tal enormidade de atentado a uma empresa de boa fé não é possível. Porque se fosse fácil, as pessoas poderiam começar a pensar e a aderir a outros serviços...

às vezes cansa viver em portugal.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

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Be a devil, you.

Leituras

Washington Post | Discovering Meaning in Modern É um elogio ao modernismo, o facto de décadas após do seu auge ainda ser confundido com a contemporaniedade artística. O estilo moderno não perdeu o seu carácter de vanguarda.

Reuters | IEA sees oil easing, then tightening to 2013 Uma boa notícia a curto prazo: o aumento previsto na capacidade de extracção e refinação de petrólo, graças às pressões dos elevadíssimos preços, poderá provocar uma diminuição do preço em 2009. Mas é sol de pouca dura. A partir de 2013, com um consumo mundial de petróleo sem sinais de diminuição, é de prever que regressem os preços incomportáveis. A escolha é óbvia: quer por razões ambientais quer económicas, é imperativo apostar nas energias alternativas.

BBC | Google must divulge You Tube log Às voltas com um processo lançado pela Viacom sobre colocações não autorizadas de videos de eventos desportivos, a Google foi forçada a entregar os logs de acesso de todos os seus utilizadores, permitindo o acesso à informação de quem viu e colocou o quê no YouTube, e quando. Mais uma batalha perdida na guerra pela privacidade dos dados, e pelo equilíbrio entre liberdades e direitos individuais e colectivos.

sábado, 5 de julho de 2008

Regresso

A estrear a ligação TMN HSPDA, uma vez que a ligação de rede fixa deixou de dar sinal de vida e a assistência técnica do Sapo me informou amávelmente que as avarias demoram pelo menos 48 horas a serem diagnosticadas e reparadas. Não é boa ideia dizer isto a um aluno de mestrado com trabalhos para entregar online com urgência. Assim sendo, adeus Sapo e com ele adeus, assinatura de linha PT. Já não terei o privilégio de pagar 15€ por mês apenas para ter linha sem telefone...

quinta-feira, 3 de julho de 2008

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All that is necessary for the triumph of evil is that good men do nothing. Edmund Burke

Polvos



A inesperada inteligência dos polvos e outras maravilhas dos mundos submersos, que questionam as linhas de fronteira da inteligência e comportamento. Uma assombrosa conferência TED de David Gallo, mostrando comportamentos animais surpreendentemente inteligentes.

Leituras

Business Week | Touch computing hits its stride Os interfaces tácteis não são nenhuma novidade (Negroponte já os demonstrava numa conferência TED em 1984) mas estão, finalmente, a chegar aos mercados de forma massificada. Mas o fim dos ratos ainda anda longe: a resistência interna da indústria, mostrada neste artigo sobre as peripécias dos interfaces tácteis no seio da Microsoft, é grande. Primeiro há que vender o que se tem...

Washington Post | What's colorless and tasteless and smells like... money? Conhecem a piada da àgua liofilizada? Água em pó, ao qual basta adicionar àgua para obter... àgua. As aventuras de marketing dos proponentes da àgua enquanto produto de luxo ainda não chegaram tão longe, mas já chegaram à àgua pura concentrada, àgua à qual se deve adicionar... àgua. A moda da àgua engarrafada está a chegar a estranhos extremos. Os esforços de marketing para convencer os consumidores de que a àgua engarrafada é melhor do que a àgua canalizada ultrapassam em alguns casos os limites do bizarro. Vai uma àgua da antártida? Numa tentativa de transformar o consumo de àgua em algo similar ao do vinho, os promotores chegam ao ponto de atribuir propriedades de cor e sabor que a àgua, por definição, não pode ter.

The New York Times | The web that time forgot A invenção da ideia de teia de informação atribui-se normalmente a Ted Nelson, inventor do conceito de hipertexto, e a Vannevar Bush, inventor do Memex, conceito de máquina organizadora/repositório fluído de documentos multimédia. Mas antes da II Guerra, o inventor belga Paul Ottlet trabalhava afincadamente num meio mecânico capaz de organizar e permitir a consulta global de informação, baseado em cartões de indexação e telégrafos. Uma internet steampunk, como a caraterizou Kevin Kelly.