sexta-feira, 11 de julho de 2008

Sete Palmos



O final perfeito, a oscilar entre o feliz, o nostálgico e o sublime. Sete Palmos de Terra era uma intrigantes séries de televisão, que seguia as aventuras e desventuras de uma família muito especial de cangalheiros. Ao longo das três séries de Sete Palmos, mergulhava nas neuroses dos personagens e, ao mostrar a morte, celebrava a vida. Alguns episódios foram memoráveis pelo seu poder de nos deixar a pensar que a medida de uma vida é vivida nas memórias dos que ficam. Sem heroísmos e hipérboles, apenas com a simplicidade da dor.

A série, escrita por Alan Ball, puxava ao gótico ao iniciar os seus episódios com um falecimento. Alguns eram tristes, outros ridículos, alguns chocantes, outros patéticos. É um reviver da velha frase, no meio da vida encontramos a morte. De todos, o meu favorito tem de ser o atropelamento epifânico de uma mulher que confunde o advento evangélico com um carregamento de bonecas insufláveis que se soltam e flutuam em direcção ao céu, como se de almas se tratassem. Os níveis de ironia ultrapassamo os limites.

O final da série foi perfeito. Previsivelmente, assistimos à morte dos personagens, e é impossível não sentir um aperto no estômago ao ver esta aceitação da morte enquanto celebração de vida. Mesmo sabendo que é ficção, que as personagens não são reais. Um momento brilhante de cultura popular, a rever neste clip de video.