No artigo O Novo Vocacionalismo na Política Educativa em Portugal e a Reconstrução Lógica da Acumulação, os autores começam por afirmar que "num conjunto de países europeus, em que se inclui Portugal, a política educativa tem vindo, a partir dos anos oitenta, a desempenhar um papel cada vez mais instrumental na satisfação de metas de curto e médio prazo da política nacional, tanto económica como industrial." Logo no primeiro parágrafo. Este artigo de Stoer, Stollerof e Correia é já um pouco antigo, de 1990, mas esta primeira frase resume bem a lógica por detrás dos constantes atropelos e das inúmeras redefinições das políticas educativas.
Quando olhamos para objectivos de curto prazo, quando definimos e redifinimos um sistema que supostamente deve preparar cidadãos para a vida focalizando apenas nas necessidades imediatas e em previsões a quatro ou cinco anos, algo se perde. O imediato é necessário, mas num sistema educativo o mais importante será responder às necessidades do momento, pensadas por responsáveis políticos que orientam as políticas em função das suas carreiras?