quinta-feira, 31 de julho de 2008

50 Weapons That Changed Warfare




William Weir (2006). 50 Weapons That Changed Warfare. Londres: Bounty Books

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A história militar é algo que se olha com um misto de fascínio juvenil e de desgosto perante o horror que se oculta atrás das fantásticas invenções, histórias de valor ou descrições das engenhosas estratégias. Sendo assunto fascinante, deslumbra mas não perdendo de vista que a guerra é, no fundo, uma súmula de atrocidades e destruição, que o objectivo final - a vitória sobre o inimigo, só é possível após a aplicação do engenho humano em metodologias de morte organizada.

50 Weapons That Changed Warfare olha com algum pormenor para o elemento essencial da guerra, as armas. Analisa, de forma sumária, cinquenta armas cujo impacto sobre o campo de batalha mudou as estratégias e formas de fazer guerra, tornando a sua natureza mais horrífica. Da lança à alabarda, sem esquecer as variações das armas de fogo, passando pela evolução naval que destronou o navio de guerra em favor do submarino, a evolução da tecnologia bélica é vista pelos impactos e transformações que causa.

Dizia McLuhan que os generais estavam sempre bem preparados para combater as guerras anteriores, e este livro espelha essa opinião. Weir descreve os impactos destas cinquenta armas sob o campo de batalha ilustrando com histórias do seu primeiro aparecimento, geralmente carnificinas em que quem usava a nova arma aniquilava inimigos habituados às antigas tácticas. Algo que nunca foi tão vedade como nas tincheiras da I Guerra, onde as tácticas de carga de soldados do século XIX embateram com as armas do século XX, com perdas de vida inimagináveis. O livro termina com uma análise de armas capazes de paralisarem os mais modernos e avançados exércitos. Não equipamentos de alta tecnologia, mas primitivas armas improvisadas, o armamento de eleição de insurgentes e movimentos terroristas.

(Um à parte: note-se como o vocabulário muda com as épocas. Antes do 11 de setembro, usar-se-iam os termos rebeldes,gerrilheiros e combatentes da liberdade. Agora, neste novo mundo atemorizado, os que se opõem à ocupação do seu país são insurgentes, ao invés do mais nobre resistente.)