Mark Russel, Yanick Paquette (2022). The Incal: Psychoverse. Paris: Humanoides.
Um recriar, em espécie de prequela, do clássico Incal de Jodorowsky e Moebius. Este psychoverse passa-se imediatamente antes do arranque clássico da série, com os acontecimentos que levão ao cruzamento de Difool, Metabarão, mãe dos Bergs, e a posse do artefacto. É uma normalização de uma série clássica, criando-lhe um ponto de início, sem as pretensões mais esotéricas que aproximariam de Jodorowsky. Faz bem o que se propõe, cruzando vários dos fios narrativos da série num ponto inicial. A nível gráfico, é também interessante, homenageando o estilo de Moebius sem o querer imitar.
INJ Culbard (2022). Salamandre. Milwaukie: Dark Horse.
Uma história de ficção científica algo distópica, com um forte cunho pessoal. Num futuro onde o mundo polarizado se divide entre uma sociedade aberta e uma ditadura, um rapaz chora o desaparecimento do seu pai. Vai passar uma temporada com o avô, no meio do país ditatorial, um pais que aboliu a arte e a literatura. Mas estas formas de expressão sobrevivem, ocultas, como forma de resistência e manutenção da memória, esperando um futuro onde o regime totalitário caia. A história é singela, mas o seu futurismo suave dilui-se numa narrativa entre o político e o pessoal, espelhando parte das vivências do autor. Do qual, sendo Culbard, podemos sempre esperar excelência gráfica, e não desilude.
