terça-feira, 3 de dezembro de 2024

Mujeres y diosas en el Mediterráneo antiguo


Paola Bernardini (2022). Mujeres y diosas en el Mediterráneo antiguo. Santa Cruz de Tenerife: Melusina.

Um périplo pelo mundo marítimo grego, focado na intersecção entre a mulher e o mar Mediterrâneo. O grande foco está nos mitos, e a autora percorre as teogonias, os mitos fundacionais, as poesias épicas e satíricas, ou as lendas locais que nos chegaram dos registos literários da antiga Grécia. Mostra-nos a profunda ligação entre périplos marítimos e a imagem da mulher, enquanto deusa, criatura mítica ou humana com conexões divinas. O mundo grego era um mundo ligado ao mar, às ondas e correntes do Mediterrâneo, e os seus mitos e histórias mostram isso.

Com um destaque menor, dado que as fontes históricas são escassas, a autora também olha para as mulheres reais e a sua relação com o mar. Sabemos que o mundo grego não era muito clemente para as mulheres, as liberdades e democracia eram ideais masculinos. Mas entre prostitutas e escravas, sacerdotisas e comerciantes, ou como reféns das constantes guerras entre povos e pólis, o mundo feminino também se cruzava com o marítimo.

domingo, 1 de dezembro de 2024

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Kull
: Recordar Robert E. Howard.

The Woman Who Revolutionized the Fantasy Genre Is Finally Getting Her Due: Não prestamos muita atenção ao papel das mulheres que trabalharam na ficção científica. Se às autoras já as reconhecemos, as editoras nem por isso. E eu confesso, vergonhosamente, sempre achei que o selo Del Rey tinha a ver com o escritor Lester Del Rey, e não com a sua esposa, editora e criadora da chancela.

Lançamento: O grande durante, Alan Moore: Os fãs brasileiros de literatura fantástica são uns sortudos - já podem ler o novo romance de Moore.

How Things Work: Great STEM Books for 8-12 Year Olds, recommended by Our Children's Editor: Livros simples que explicam o complexo.

Why we need to fight back against sexy Asian lady robots: Os estereótipos asiáticos na FC são o novo orientalismo.

Seven True Stories That Read Like Thrillers: O poder narrativo do olhar jornalístico.

Creature Commandos: James Gunn Posts Look at NYCC's Belle Reve (VIDEO): Confesso, normalmente fujo aos filmes de super-heróis, é chão que deu uvas e tema demasiado estafado. Mas sou capaz de abrir exceção para estes, pela curiosidade de ver como a bizarria de JM deMatteis vai ser revista pelos olhares contemporâneos.

Dia Nacional da Banda Desenhada Portuguesa: A 18 de outubro comemorou-se pela primeira vez o dia da BD Portuguesa. 

PROJECT MARS, Wernher von Braun: Confesso que li este livro, e digo-vos, a parte não técnica é bastante bizarra.

14 Books That Prove Science Fiction is Actually Hilarious AF: Algo me diz que doze destes livros não são tão divertidos quanto isso. Talvez seja trauma meu, queimado das sugestões de fantástico e FC do booktok, que se revelam normalmente leituras medianas.

The Best John Wyndham Books, recommended by Amy Binns: É bom ver que este escritor, uma das mais potentes vozes da FC britânica dos anos 50 e 60, não está a cair no esquecimento.

Nota de Encerramento Projecto Egypopcult: Esta apareceu-me de forna totalmente random, e com uma ilustração onde os académicos do projeto surgem como super-heróis de inspiração egípcia na capa de um comic. Confesso que tive de ir investigar se, de facto, houve um projeto académico financiado em Portugal que se dedicava a transformar a cultura do antigo Egipto em comics, mas na verdade, o âmbito é outro, uma base de dados que mapeia aparições e representações das iconografias ligadas à antiguidade egípcia na cultura pop. E merece ser visitado.


The Missionaries: Prestem atenção ao detalhe.

Tesla Optimus bots were controlled by humans during the ‘We, Robot’ event: O space karen meteu-se numa onda turco mecânico. O preocupante? Quem esteve lá não se importa, o que interessa é a "visão", mesmo que não esteja alicerçada na realidade.

New Study Looks at the Potential Carcinogenicity of 3D Printing: Apesar dos estudos não demonstrarem uma ligação preocupante entre cancro e a respiração de microplásticos derivados do processo de impressão 3D, não significa que não tenhamos de ter cuidados.

La IA generativa parece estancada. Las Big Tech creen tener un as en la manga: "agentes" que hagan cosas por nosotros: É a killer app da GenAI - algoritmos que nos auxiliem em múltiplas tarefas.

Expert witness used Copilot to make up fake damages, irking judge: Se as provas não existem… a IA generativa ajuda. O que é que poderá correr mal?

Uno de los pioneros de la IA ha echado un vistazo a la IA generativa actual y ha llegado a una conclusión: es tontíssima: O hype tem sido enorme mas as reais capacidades da IA Generativa não passam do seu nicho específico.

Parents Sue School That Gave Bad Grade to Student Who Used AI to Complete Assignment: É uma realidade que nós, professores conhecemos bem - os pais para quem o sucesso académico dos seus filhos é feito pela pressão e ameaças, e não pelas suas reais capacidades ou aprendizagens. Pior que uma IA mal aplicada, são os pais perfeitamente idiotas e que, afianço-vos, não são uma minoria.

X rival Mastodon has started selling toys: Confesso, também quero um mamute de peluche! Já quanto ao artigo, malta, o Mastodon é parte do fediverso, e não representa rivalidade ao X e outras redes proprietárias, antes, um mundo à parte, onde o enviesamento algorítmico para maximizar lucros não existe.

The AI Boom Has an Expiration Date: As vozes dos profetas da IA começam a soar cada vez mais ocas.

Mechanical toys draw unique Spirograph-style art: Já tinha visto isto no TikTok, e fartei-me de rir, o título do projeto é "arte degenerativa" e é uma brincadeira bem humorada com o desenho generativo com robots. E, na verdade, é um tipo de atividade que faço com os meus alunos, se bem que nós usamos copos de café e motores para isto.

What Gmail Did to Email: Alterou profundamente a nossa forma de usar esta vertente da internet. E a principal alteração foi o fazer-nos mudar do local para o online, foi o primeiro grande serviço a fazer-nos usar a Cloud.

Prada helped make a spacesuit: Ir ao espaço, com estilo.

Penguin Random House books now explicitly say ‘no’ to AI training: Não vai valer de muito. Já se percebeu que a estratégia de desenvolvimento da IA é "usar primeiro, inventar desculpas depois".

The Age of AI Child Abuse Is Here: O que arrepia neste tipo de artigos, não é saber que esta tecnologia está a ser usada para isto. É perceber que a quantidade de utilizadores que se comprazem em gerar este tipo de conteúdos é muito superior ao esperado. Notem, nestas coisas dos alarmismos, é sempre bom recordar que é a intenção de quem usa a tecnologia que determina o seu bom ou mau uso.

Pluralistic: You should be using an RSS reader (16 Oct 2024): Claro que sim. Também não vivia sem um leitor RSS. Permite-nos gerir fontes de informação de forma centralizada, escapar à monetização extrema dos sites informativos e mediáticos, e fugir ao viés da curadoria algorítmica das redes sociais.

Secret 3D Scans in the French Supreme Court: Sempre me ultrapassou a política de instituições públicas que se recusam a abrir as suas bases de dados a uso público (é particularmente gravoso se pedem apoios públicos para digitalização de património, mas depois recusam disponibilizar esses recursos).

Why are Instagram searches for ‘Adam Driver Megalopolis’ blocked for CSAM?: Quando os padrões de moderação de conteúdos baseados em linguagem se cruzam com as tendências pop.


Andrew George, 1982: Paisagens fantásticas.

La guerra en Ucrania tiene un nuevo actor inesperado: Arabia Saudita. Todas las miradas se dirigen a Rusia: A geopolítica do conflito ucraniano atinge as rivalidades entre países produtores de petróleo.

A Baixa-Chiado não é uma estação de metro, é um ginásio: Ri-me com isto, porque de facto esta estação é um paradigma de desrespeito pelos utentes. É onde escadas rolantes são mais necessárias (a menos que queiram arriscar ataques cardíacos a subir até ao chiado), e é onde estão mais tempo avariadas.

Dogs Are Entering a New Wave of Domestication: O aprofundar da nossa relação com os nossos mais fiéis amigos.

Trump Breaks Down Onstage: Vou dizer isto, de maneira muito direta. Como é que é tolerável que boomers senis bilionários tenham ainda influência política, tornando a democracia numa gerontocracia?

Restoring The Colors In An Ancient Egyptian Temple: Um privilégio, este vislumbre das cores vibrantes do antigo Egipto.

Mediocridade multimilionária: Certíssimo, João, certíssimo. E deprime, este fascínio social pela falsa sabedoria dos techbros, ou a vacuidade mental dos bilionários.

Taliban Bans Images of Living Beings in Some Afghan Media: Fico siderado com a ingénua inocência por detrás deste lead - "raising concerns about the future of the nation’s press freedom". A sério que achavam que uma ditadura teocrática medievalista ia mostrar-se aberta aos valores da modernidade? A incompatibilidade entre religiões e humanismo é total, recordem-se disso.

What is this History of Color?: Winsor & Newton Revive the Legacy of Their Archives: Um olhar (luxurioso) sobre os métodos de produção das tintas desta clássica fábrica.

Trump Is Speaking Like Hitler, Stalin, and Mussolini: Sim, e em modo cópia fajuta da Wish, o que não torna este resvalar menos odioso.

17 anos de Aberto até de Madrugada: É sempre bom celebrar aniversários de blogues, especialmente dos que se vão mantendo ao longo dos anos. A blogosfera é um dos poucos resquícios de uma era onde a Internet parecia prometedora e livre, antes das redes sociais terem assentado arraiais e transformado a liberdade digital num deserto de consumo de conteúdos algoritmizados. Mas, apesar disto, ainda há espaços para quem mantém o espírito aberto, grassroots e independente - a blogosfera, e o fediverso.

What we can learn from animals about death and mortality: Não é um tema confortável para mim, dado que perdi muito recentemente a minha muito querida cadela Alice, depois de uma luta de vários meses contra um linfoma. Estive com ela até ao fim, sabendo que eu e ela não compreendíamos a situação com os mesmos modos de pensamento, mas deixando-a sentir que nunca estaria abandonada ou desacompanhada. Em conversa, a veterinária observou que há quem não consiga acompanhar os seus animais de estimação no último momento, e compreende-se, é mesmo muito duro. Mas é daqueles momentos em que temos de pensar não nos nossos sentimentos, mas nos sentimentos do outro. E sim, os cães têm sentimentos, não da mesma forma que nós (antropomorfizamos as suas expressões), mas de formas que a etologia tem desbravado.

Why the Oil Market Is Not Shocked: Ou, a normalização das guerras na Ucrânia e Israel pelos mercados.

A la pregunta de "cómo cocinaban los romanos surcando los mares durante meses", la ciencia acaba de encontrar respuesta: Brasas para sopas e peixes grelhados, o segredo da dieta romana em alto mar.

Fundación Aeronáutica António Quintana: Será que dá para visitar, sem ser a convite?

What Elon Musk Really Wants: Enriquecer à custa de todos. É esse o objetivo, não há outra política. Deseganem-se. A classe bilionária não é feita de beneméritos e visionários que vão melhorar o mundo, mas sim de sanguessugas que se aproveitam do trabalho alheio e do bem público para enriquecer.

quinta-feira, 28 de novembro de 2024

Inside Cyber Warfare


Jeffrey Caruso (2024). Inside Cyber Warfare: Mapping the Cyber Underworld. Newton: O'Reilly Media.

Confesso que esperava mais profundidade deste livro. Toca em vários aspetos da cibersegurança, especialmente  no que toca ao seu uso como arma nos jogos geoestratégicos. Aí o livro deixa imenso por falar, é muito superficial, o que intriga dado ter sido publicado numa editora mais técnica. No entanto, faz uma interessante desmontagem da cibersegurança como indústria, mostrando a sua falta de regulação, a maneira como opera em pressupostos questionáveis que seriam inaceitáveis noutras áreas, e as consequências sociais e financeiras desta forma de trabalhar.

terça-feira, 26 de novembro de 2024

E se Angola Tivesse Proclamado a Independência em 1959?


Jonuel Gonçalves (2018). E se Angola Tivesse Proclamado a Independência em 1959?. Lisboa: Guerra e Paz.

Um intrigante exercício de especulação e história alternativa, com que me deparei naqueles acasos de papelaria. O autor, ligado à história e, pelo que percebi, alguém que esteve envolvido na luta pela independência de Angola, faz uma pergunta simples: e se, em vez dos longos anos de guerra colonial, seguidos da guerra civil, os movimentos independentistas angolanos tivessem arriscado um golpe de mão e conseguido avançar com a libertação do território?

É um curioso "e se", que assinala que o território colonizado estava defendido por forças complacentes, mal armadas e em número insuficiente para travar uma guerra, algo que na realidade histórica veio a mudar nos anos seguintes, para mal de todos. No cenário especulativo, um pequeno grupo de rebeldes angolanos consegue assaltar esquadras e lojas de armeiros, adquirindo armas suficientes para neutralizar as débeis defesas coloniais e ocupar as principais cidades angolanas. Os colonos resistem, e uma intervenção metropolitana de pára-quedistas, com apoio sul africano, conseguem segurar territórios no sul do país.  Mas as tensões geopolíticas, o risco de confrontos com a União Soviética, os novos países africanos independentes e o apoio indiano levam a discussões nas Nações Unidas, e a uma posição de força americana, que desloca soldados para a base das Lajes, num sinal ao governo salazarista que se arrisca a perder mais do que a colónia angolana caso não aceda à intervenção da ONU e  aceite os resultados de um referendo que irá decidir o futuro do território.

Esta história é contada num ritmo telegráfico, por escolha estilística do autor, que pretente simular relatos e relatórios. Não é nenhum empolgante portento narrativo, mas mantém o interesse de quem aprecia voos especulativos. O interesse aguça-se por ser uma obra de fição especulativa que olha para a história recente, quer angolana quer portuguesa.

Comics: Des Liens Indéfectibles; Du Tonnerre Dans Les Veines.


Black Widow: Des Liens Indéfectibles.

Como travar a mais eficaz espia do mundo Marvel numa teia de vingança letal? Não a matando, apesar de ser esse o desejo dos seus inimigos, mas neutralizá-la criando-lhe uma vida falsa, em que a super-espia, agora amnésica, vive uma falsa vida do outro lado da América. De espia, passa a mulher profissional casada e com filhos, com alguns flashbacks inesperados. Toda uma conspiração landada pelos seus piores inimigos que, como é habitual nestas histórias, serão derrotados num final infeliz.


Thot: Du Tonnerre Dans Les Veines.

As modificações a Thor que levaram o personagem a ter uma encarnação feminina foram algo desconfortáveis para alguns fãs mais renhidos. Pessoalmente, apreciei imenso esta versão, com um Thor original caído em desgraça e uma frágil humana, a morrer de cancro, a ser a única digna de segurar o martelo Mjolnir. Esta série representa um dos primeiros grandes passos da Thor, e é uma luxuriantemente desenhada viagem pelas intrigas violentas dos míticos mundos asgardianos. É a afirmação de uma personagem que veio a ter uma evolução complexa, e uma pedrada no charco do convencional nos comics Marvel.

domingo, 24 de novembro de 2024

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You Can’t Buy Eternity: Do surrealismo inesperado na FC.

Leituras da Semana (#35 / 07 Out 2024): Nesta semana, o João olha com imensa atenção para o fandom tóxico. Algo que sempre existiu, mas que com os espaços digitais e redes sociais foi potenciado a níveis estratosféricos.

Lançamentos: Clássicos da Literatura Portuguesa em BD: #9 Crónica de D. João I + #10 Maria Moisés + Dorian Gray: Estou muito curioso com o trabalho do Filipe Abranches na Crónica de D. João I. Nas imagens que partilhou, o esquema de cores fez-me recordar um tipo de iconografia que vi em livros de história com o design modernista português dos anos 60.

Private Snafu: The World War II Propaganda Cartoons: Coisas muito politicamente incorretas.

Six Books for People Who Love Movies: Livros de, sobre, à volta e na estética do cinema.

Qué estamos leyendo en Xataka: una selección de libros para dar la bienvenida al otoño: Leituras sugeridas são sempre interessantes de explorar, e esta lista traz o último livro de Barker.

Uma Órbita: Parabéns ao mecânico que mete o sobreiro a mexer, e cá estaremos para mais um ano de partilhas, e discussões a ritmo lento.

Ice Cream Man #43 Adds Jeff Lemire, Geoff Johns, Zoe Thorogood: Suspeito que será este o momento em que deixo de seguir esta brilhante série. Não que seja avesso a mudanças, mas neste caso, o que tornava Ice Cream Man era o experimentalismo da equipa criativa. Quem agora pega neste título, tem indubitáveis provas de excelência, mas também tem a sua própria voz.

I Survived MEGALOPOLIS And All I Got Was This Weird Time Disease: Estou mortinho por ver este filme, e já percebi que não vai ser uma experiência fácil. E, pelo ruído de desapontamento que corre online, é pelo menos algo a que o fã médio de FC e fantástico foi desabituado, graças à constante dieta de mínimo denominador comum que os estúdios e os canais de televisão tanto apostam - um filme que obriga a puxar pelo lado intelectual. Ou seja, será um filme maldito: quem aprecia cinema de autor não aprecia a incursão num género como a ficção científica, que a intelligentsia considera um charco fétido; e quem é fã de FC não vai levar com as sucessivas sequências de ação e perseguição, vai mesmo ter de pensar para apreender o filme.

Doctor Who: The Show's Best Monsters/Villains & Their Iconic Looks: Só mesmo os ingleses para enfiar um desentupidor e uma batedeira num saleiro, e tornar isso num dos monstros mecânicos mais icónicos da história da FC.

Best Biotech Sci-fi: Leituras de FC onde a biotecnologial é o elemento central para a narrativa e mundo ficcional.


A preliminary study for a paperback cover by Jack Gaughan for Ace: Fantástico retro.

Meta is bringing AI-edited video ads to Facebook and Instagram: Ah, mesmo aquilo que precisávamos. Mais AI sludge a entupir as redes sociais.

Why Electric Trains Sound The Way They Do: Provavelmente nunca se perguntaram, mas neste vídeo podem ficar a saber tudo sobre os diferentes sons que os motores elétricos dos comboios fazem, e porquê.

Archive.org, a repository of the history of the Internet, has a data breach: Não me surpreenderia se fossem consequências do processo movido por editoras contra esta instituição fundamental da cultura digital.

Who Owns the Copyright for an AI-Generated Artwork?: É uma questão de resposta complexa, dependendo da ferramenta. Se houver personalização do modelo, diria que os criadores devem ter esse direito. Agora, afinando prompts no midjourney? O resultado final só é possível graças à forma como o algoritmo remistura  o incontável trabalho de gerações de artistas.

The Most Sought-After Travel Guide Is a Google Doc: Como é que se combate a prevalente tirania das sugestões de influencers e wannabe influencer, sempre dispostos a promover o mais banal e comercial como experiência única, mas que na verdade defrauda as massas que os seguem. A alternativa, é grass roots, é a autenticidade de quem apenas partilha o que experimenta, sem interesses ulteriores. Esta tendência é uma reação à hiper comercialização.

Apple’s New AI Summarized a Series of Breakup Texts in the Most Brutal Way Possible: O cerne desta questão está no próprio artigo - "are there some conversations that simply shouldn't be auto-mediated by a chatbot?". Se acham que a resposta é não, sugiro que analisem bem o conceito de humanismo. É tentador usar uma barreira que nos proteja emocionalmente de momentos difíceis, mas isso diminui-nos enquanto pessoas.

Sex bomb: The collateral damage of OnlyFans’ explosive success: Confesso que nunca percebi porque é que um site que é tão obviamente de proxenetismo, e que se apregoa como um defensor do empoderamento feminino (suspeito que qualquer pessoa com um mínimo de dois dedos de testa se pergunta como diabos é que vender o acesso sexualizado ao corpo é um progresso de empoderamento, autonomia e respeito feminino) tem tanta latitude na forma como é publicamente encarado. 

The Future of Spaceflight: O futuro próximo da exploração espacial, das naves capazes de colocar humanos em órbita à exploração robotizada do sistema solar.

France Announces Development of Rafale F5 With New UCAV And Nuclear Missile: Os franceses continuam a fazer evoluir o seu já excelente caça, e procuram incorporar aeronaves autónomas de combate emparelhadas com caças tripulados.

In a rare disclosure, the Pentagon provides an update on the X-37B spaceplane: Bem, mas não esperem ficar a saber o que é que a nave anda a fazer em órbita, apenas que está a testar manobras de aerofrenagem. Sobre o conteúdo das missões deste vaivém não tripulado, mantém-se o secretismo.

TikTok executives know about app’s effect on teens, lawsuit documents allege: Isto não é de todo surpreendente, e os mecanismos de adição incorporados na app não lhe são exclusivos, são a prática em todas as redes sociais. Estas empresas enriquecem cativando a nossa atenção, e não olham a meios para o fazer. É por isto que me choca o corrente pânico moral sobre o uso do telemóvel. Está exclusivamente focado em colocar o ónus moral sobre os utilizadores, enquanto nos passa totalmente ao lado o comportamento predatório das empresas que desenvolvem aplicações para telemóveis, usando intencionalmente mecanismos que viciam os utilizadores, de forma aberta e bem conhecida. 

Sunday Read: Series: "A Mythological Odyssey Through Technology": The Oracle of Delphi and Predictive Analytics – #3: Muito certeira, esta ideia da IA como o oráculo de Delfos da atualidade.


War Declared!: Histórias da história.

El coche eléctrico de Volkswagen no será alemán ni de Volkswagen: venderlo por 20.000 euros es imposible en esas condiciones: Inesperada, esta ideia que a Alemanha se iria opor a medidas protecionistas europeias face aos automóveis elétricos chineses. A razão? Muitos dos que as marcas alemãs vendem são fabricados na China.

Antarctica Isn’t Supposed to Be This Green: As colinas verdejantes da Antártida, ou os efeitos do aquecimento global a fazerem-se sentir.

UE E DE HAVILLAND CANADA FECHAM ACORDO DOS NOVOS CANADAIR: E, o curioso da notícia é saber que também teremos estas lendárias aeronaves ao nosso serviço.

The Origin Story of Reality TV Is Funny, and a Little Fascist: Não há aqui grande surpresa. Programas que se comprazem com o espetáculo da degradação humana têm muito pouco de progressista.

Una de las islas más remotas fue tomada hace 60 años por Reino Unido y EEUU. Desde entonces, lo que pasa allí es un secreto: Um olhar para o BIOT, cujos habitantes foram expulsos para dar lugar a uma base americana, e que ganharam recentemente o direito de regressar ao seu antigo território.~

El día que España casi recupera Gibraltar: una llamada de Franco a Hitler cambió la historia en el último minuto: Um e se… que nunca aconteceu. Franco nunca se uniu ao Eixo, talvez mais porque sabia que a Espanha acabada de sair da guerra civil não tinha a capacidade de entrar numa aliança bélica. Mas se o tivesse feito, a história da II Guerra teria sido diferente, e dadas as inclinações franquistas para com o nosso território, também nos afetaria.

Breaking News: Ukrainian F-16 Fighter Wins First Air-to-Air Fight Shoots Down Russian Su-34: Os clássicos F-16, a mostrar o que ainda valem e a fazer os estragos certos nos céus ucranianos.

La Edad Media tiene fama de ser un período oscuro. Hasta que descubres los nombres que tenían para sus mascotas: É sempre bom saber que os nossos antepassados medievos também adoravam os seus cães.

quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Service Model


Adrian Tchaikovsky (2024). Service Model. Nova Iorque: TOR Books.

Vi o futuro em que os robots dominavam a humanidade... e a coisa não foi bem o que se esperava. Quando um robot de serviço de luxo assassina o seu patrão humano, embarca numa odisseia que desafiará os limites de toda a lógica. Isto, num sentido literal. Um dos grandes temas de Service Model é o que pode correr mal quando se leva a lógica ao extremo do rigor.

O mundo do romance é um misto de apocalipse ambiental misturado com a revolta das máquinas. O lado ambiental é uma crítica pouco velada ao late stage capitalism e às desigualdades, à destruição sistemática do ambiente para enriquecimento de uma minoria que, isolada numa vida de luxo, se sente invulnerável perante a erosão gradual das condições de vida. Já o lado revolta robótica é uma hilariante  experiência de pensamento (major spoiler, porque isto é praticamente o fim do livro): o que é que aconteceria se uma inteligência artificial programada para ser juiz de tribunal decidisse que exterminar a humanidade seria a melhor forma de cumprir, à risca e com toda a lógica, a programação legal com que os humanos a dotaram? É a velha parábola da paperclip AI, recauchutada com muito estilo para a era ChatGPT.

A grande, elegante e hilariante piada que Tchaikovsky meticulosamente monta está em imaginar uma triunfante revolução dos robots em que os novos donos do planeta se revelam limitados ao cumprimento das suas programações. Apesar de suspeito de poder ter desenvolvido alguma forma de conscência artificial, o robot protagonista do romance é guiado no seu périplo pela inclinação de servir os humanos, cumprindo à risca as instruções de fábrica. Na viagem, cruza-se com situações de progressivo absurdismo. 

Tchaikovsky solta-se no lado pós-apocalíptico onde as máquinas estão condenadas a desempenhar as funções para as quais foram desenhadas, mesmo que estas deixem de fazer sentido. Veículos automáticos transportam carga que nunca despejam em viagens intermináveis. Robots avariados acumulam-se em serviços de reparação paralisados, enferrujando enquanto aguardam com paciência robótica a sua vez de atendimento que nunca chegará. Robots bibliotecários levam à letra o conceito matemático de preservação do conhecimento, destruindo todos os artefactos históricos, livros e dispositivos de media para extrair a informação neles contida e coligi-la num interminável arquivo binário, um borgesianismo digital onde todo o significado das ideias se perde na abstração binária. Robots militares lutam em combates incessantes, sem saber porque quem e porquê lutam.

Há humanos nesta distopia. Alguns, poucos, definham isolados nas suas mansões de luxo. Outros foram arrebanhados de forma voluntária forçada para reservas de preservação da cultura humana, onde vivem o lado mais deprimente da vida urbana, os rituais sem sentido do casa-transportes-trabalho. Entre os poucos sobreviventes do extermínio robótico, vivem alguns em puro estado de selvagem violência, com os quais não é conveniente cruzar caminhos.

O robot de serviço afunda-se num périplo de progressiva bizarria, por vezes ajudado e outras desencaminhado por uma humana, que busca a resposta do porquê do extermínio da humanidade e também pensa que o robot poderá ter desenvolvido consciência. O livro é divertido e corrosivo, desmontando a ideia da perfeição mecanicista da robótica, e brincando com as falácias da lógica pura.

terça-feira, 19 de novembro de 2024

Os Grandes Nomes do Macabro


Joan Boix (2024). Os Grandes Nomes do Macabro. Oeiras: Levoir.

Se, como eu, forem fãs de um certo estilo clássico de BD de terror, este livro vai ser uma delícia. Estou a falar da iconografia clássica dos anos 70, que caracterizou revistas como a Creepy e a Eerie: um estilo visual pesado, muito gótico, por vezes sensual com um certo barroquismo do traço, e um preto e branco profundo. 

O catalão Joan Boix foi um dos ilustradores que trabalhou nesse estilo e nessa época, e alguns dos seus trabalhos são recolhidos nestes livro. É, como não podia deixar de ser, um esplendoroso mergulho no macabro, com o sabor adicional da nostalgia do traço. As historias têm aquele registo de ironia negra e crime/castigo do horror clássico, algumas adaptando clássicos do conto negro, outras originais. 

segunda-feira, 18 de novembro de 2024

Ficções

A Trip to the Museum: É sempre bom ler Luís Filipe Silva, e já há muito que não nos brindava com um conto original. Esta visita a um museu que preserva, com todo o detalhe, as artes da guerra, é de uma fina ironia negra, um comentário sobre a capacidade humana de fazer mal a si própria.

The Beachcomber of Novi Kotor: Bruce Sterling passou de um dos fundadores do cyberpunk a uma voz que agora se dedica a um certo eurofascínio, deslumbrado com as possibilidades e impossibilidades das zonas entre o norte de Itália e os Balcãs. Este conto insere-se numa curiosa estética de cyberpunk maker em modo cli-fi apocalíptico, entre os resíduos ideológicos do capitalismo e a apropriação da tecnologia de formas não concebidas em laboratório de investigação.

Azalea: a science-fiction story: Um regresso ao cli-fi de Paolo Bacigalupi, num conto que cruza desigualdades com um futuro arrasado pelo aquecimento global combinado com a decadência política em fundamentalismos religiosos e ideológicos. A sua mensagem atinge com a força de um martelo pneumático: porque é que não se fez nada quando ainda se ia a tempo?

domingo, 17 de novembro de 2024

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It's Full of Stars: Auto-utopias.

As Escolhas do Ano – Uma sessão no Fórum Fantástico 2024 (parte 1): As primeiras seleções da Cristina do Rascunhos, para o clássico painel do Fórum Fantástico.

Amadora BD 2024 - Os Nomeados: Os livros de BD nomeados para os prémios do FIBDA 2024.

Crítica a «O Velho e a Espada»: Tive o privilégio de ver este filme no Festival Contacto, e digo-vos, é uma delícia. Bizarro, intencionalmente tosco (os efeitos especiais são hilariantes, e isso faz parte da piada), mas também uma vénia ternurenta à personalidade do ator amador que inspirou o filme.

The Rocky Horror Picture Show is now a video game: Vamos fazer o Time Warp no teclado?

The Best Cozy Fantasy Books, recommended by T.J. Klune: Um olhar para a fantasia não-épica.

El fracaso de 'Megalopolis' de Coppola apunta a un trágico final: el de la era del cine de autor de gran presupuesto: Bem, mas já há muito que o cinema de autor é um fracasso. Numa paisagem mediática dominada por grandes empresas que lucram ao vender-nos mais do mesmo, produtos recauchutados, ou cultura feita a metro por comité financeiro, tudo que não se fique por esses estreitos limites é à partida considerado insucesso.

What Does Our Far Future Look Like?: Visões de futuros verdadeiramente longínquos.

Hemos visto 'Joker: Folie á Deux'. Ya podemos responder a la pregunta de por qué demonios es un musical: Já eu, não tenciono perder tempo com este filme. O primeiro foi interessante, na forma como quebrou a estereotipia banal dos filmes de super-heróis, mas este é um requentar da fórmula. 

Two Books That’ll Make You Feel Bad for AI: Visões complexas, entre ficção e especulação.

Lançamentos: Bairro distante + Maltempo + Crianças do Mar #1 + Frieren #01 + Kaiju N.º8. #06: Não será uma novidade para os fãs mais eruditos de manga (perdoem-me o aparente insulto, mas recordo que o campo não se esgota no shonen, e, maltinha que adora Naruto e One Piece, vocês vão crescer e querer ler coisas mais complexas), mas Taniguchi é sempre daquelas apostas certas. 

The Best Popular Science Books of 2024, recommended by John Hutchison: As melhores leituras de divulgação científica do ano.

Kindred (1979): Um olhar para a ficção de um nome significativo, mas algo esquecido, da literatura de Ficção Científica.

In Praise of the Info Dump: A Literary Case for Hard Science Fiction: Confesso, e assumo: se há coisa que gosto na ficção científica, é um bom infodump.

It's Full of Stars: Geometrias tridimensionais.

Shh, ChatGPT. That’s a Secret: O que me arrepia neste texto é perceber a facilidade com que as pessoas conversam e se deixam seduzir por um algoritmo.

Meta confirms it may train its AI on any image you ask Ray-Ban Meta AI to analyze: O quê, achavam que a Meta não ia encontrar mais formas de lucrar com a devassa da nossa privacidade?

Defending Taiwan With Chips and Drones: As capacidades avançadas da indústria de semicondutores taiwanesa como arma de defesa estratégia.

Meta AI’s GenAI ‘Imagine’ features expand across Facebook, Instagram, and Messenger: Ah, boomers, mensagens e geração de imagens. O que é que poderá correr mal?

Does AI Actually Understand Language?: A resposta, claro, é não. Mas reestruturação estatística da linguagem sobre o qual assentam os LLMs são suficientemente convincentes.

AI-generated images can teach robots how to act: Confesso que sou daqueles que torce o nariz quando se fala do uso de dados sintéticos para treino de modelos com aplicação real, pela questão da fiabilidade e alucinações.

Please Don’t Make Me Download Another App: I can relate. E porque é que de repente passámos a ter apps para tudo? Porque as empresas perceberam que podem lucrar além dos produtos e serviços que nos vendem, aproveitando-se dos nossos dados.

People are using Google study software to make AI podcasts—and they’re weird and amazing: Como dizia William Gibson, the street finds a way. Usar as capacidades generativas do NotebookLM para estudar, faz sentido, porque esta aplicação trabalha a partir de dados que o próprio utilizador insere, ou seja, responde a partir de documentos áudio, vídeo ou textuais, e não da forma aberta dos LLMs "clássicos". É tecnologia IA de uso direcionado, onde funciona melhor.

The Latest Update on Humanity's First Lunar Space Station: A construção dos módulos da futura estação orbital lunar está em andamento.

Ryanair se enfrenta a una investigación a lo largo y ancho de la UE. El motivo: uso de reconocimiento facial: Quão abusiva terá sido esta prática da Ryanair, para ser processada num tribunal irlandês? A comissão de proteção de dados da Irlanda é notória pelo seu laxismo, e só intervém quando seria demasiado gritante não o fazer. 

The moral panic over social media and teen depression: Certeiro - "But despite all of the studies, there is still an almost complete lack of any evidence that social media use causes anxiety or depression in young adults. So why do so many people believe it does? Because news articles keep telling them so. “Smartphones and social media are destroying children’s mental health,” the Financial Times wrote last spring, while the Guardian described the smartphone as “a pocket full of poison.” Many of these articles are based on books such as The Anxious Generation, by Jonathan Haidt, a psychologist at the Stern School of Business." E agora recordo o momento em que no encontro de educação de Mafra, um dos participantes começa o painel a pegar exatamente neste livro, como se fosse boa ciência e fiável. Mas lá por o livro dizer as palavras que tantos gostam de ouvir, isso não significa que sejam palavras certas.

Smartphone policies in schools - What does the evidence say?: Dos riscos de desenvoler e implementar políticas com base em pânicos morais e opiniões mal fundamentadas - "Despite considerable media attention, remarkably few studies have examined the effects of school smartphone policies on students’ academic performance or other outcomes." - Bem, mas isto não abre telejornais ou faz capa de revista, falar de forma complexa e analisar as questões não é economicamente rentável; "Several studies show benefits for students’ academic performance when smartphone use is restricted, especially for less advantaged children or children whose performance is suboptimal. However, the results are mixed, with methods being contested and some studies showing no benefits or even harmful effects. With so few studies the evidence is not sufficiently nuanced to say which policies work best for the student body as a whole or for children of different ages." - Não é o que se lê nos media, porque, novamente, o que vende é o catastrofismo; "In some contexts, schools rely on students’ personal smartphones in (and out of) class for educational purposes. Research suggests that this can bring academic benefits provided the smartphones are carefully incorporated into the curriculum and deliberately supported by educators. However, in many contexts, school-provided laptops or tablets for learning are increasingly taking precedence over ‘bring your own device’ policies."; Bem, mas por cá temos o desastre chamado Escola Digital, que assegurou que todos os alunos tinham direito a um computador de baixa qualidade, e avariado ao fim de poucos meses. Mark my words, daqui a uns meses esta discussão vai ser letra morta e tão ridícula como foi o colocar acetados em frente ao televisor a preto e branco, para não prejudicar os olhos.

How artificial intelligence is changing the reports US police write | Artificial intelligence (AI): Numa primeira leitura, parece assustador e caminho certo para inúmeros problemas. Automatizar a produção de relatórios policiais parece caminho certo para injustiças em tribunal. Mas a tecnologia em si resume e gera relatórios a partir da captura de dados vindas das câmaras dos polícias, e os textos finais têm de ser comparados com o registo vídeo. Ou seja, como em muitas coisas, a análise sobre esta aplicação de IA não pode ser simplista.

Muito barulho por nada: Talvez a melhor análise do que realmente representam os que mais alto falam sobre o que dizem ser os grandes benefícios que a IA Generativa nos trará: "todos aqueles que acreditam que vão ter um assistente para fazer todo trabalho chato por si, mais, para todos os que pensam que graças à IA vão ser os criativos do futuro ".

The long and the short of our confidence in AI: Antídoto para deslumbramentos.

Yoke of the Yogi: Femme fatale.

The Only Way the Ukraine War Can End: Análise sóbria à criatividade e capacidade de resistência dos ucranianos, apesar de todas as limitações.

Lleida indemnizará con 442.000 euros a una empresa de radares porque ya no multaban a 50 km/h. El motivo: elecciones municipales: Ah, parcerias público-privadas bem feitas. Não é só por cá que se fazem negócios com dinheiro públicos à medida do enriquecimento dos privados.

PARELHA DE HELICÓPTEROS LYNX DA MARINHA, NO OEIRAS AIR SHOW: E diga-se, deram um belo espetáculo.

Damen begins construction of advanced multi-purpose ship for Portuguese Navy: O absurdo neste projeto? Integra as medidas PRR, e foi à partida pensado como um desafio à evolução das capacidades tecnológicas e industriais portuguesas. Acabou a ser construído na Roménia por uma empresa holandesa. Há aqui algo que está a falhar, não sei se do lado do Estado, se do lado da indústria. Esperemos pelo menos que os drones que irão equipar este navio multifunções sejam desenvolvidos por cá (e, dado que as empresas que desenvolvem em Portugal estas tecnologias estão mais interessadas em sobreviver do que os nossos estaleiros navais, diria que as probabilidades são grandes).

A rodar: Por aqui também se roda, mais esporadicamente. Comprei há alguns anos um daqueles gira-discos que o João observa e bem que são anátema entre os audiófilos, mas ainda não dei o salto para coisa melhor, até porque não o tenho em minha casa, está em casa da minha mulher. Deu para recuperar a coleção de vinis do meu sogro, e resolveu uma das minhas dores de cabeça - ideias para prendas de ano ou surpresas românticas, resolvem-se com um disco, especialmente se for daqueles clássicos que eu sei que ela adora (ok, pensem The Cure, e não Monteverdi, e isso complica-me a vida, não é de todo a minha onda). Adoro deixar-me levar pelo Spotify, e tenho encaixotada uma significativa coleção de CDs. Mas o fascínio do analógico puro do vinil é por demais sedutor.

Truth Social Users Are Losing Ridiculous Sums of Money to Scams: Uma piada que se faz a si própria. Os apoiantes mais hard core de Trump não são conhecidos pela sua argúcia. Mas vale a pena ler os mecanismos com que são enganados. Alguns são clássicos, explorando empatia ou sentimentos românticos. A maioria, esquemas de enriquecimento em que as vítimas são convencidas a investir em falsas cryptoexchanges, em que os investimentos parecem estar a crescer, mas sendo-lhes exigido mais dinheiro para reforço, pagamento de impostos ou transferência de ganhos que nunca aparecem.

Insane Videos Show The Moment A Russian S-70 UCAV Is Shot Down by Russian Fighter Jet Over Ukraine: Resta saber porque é que os pilotos russos abateram o seu próprio drone, o que não abona muito a favor da qualidade da sua tecnologia.

Why trolls, extremists, and others spread conspiracy theories they don’t believe: Essencialmente, oportunismo, é um caminho fácil para fama e notoriedade, mesmo que seja entre a ralé da ralé online.

quinta-feira, 14 de novembro de 2024

O Livro do Deslumbramento


Lord Dunsany (2007). O Livro do Deslumbramento. S. Pedro do Estoril: Saída de Emergência.

Apesar dos inescapáveis apelos do seu lado mais pop, a literatura fantástica mantém entre as suas características o não esquecer da sua memória. Os autores mais clássicos e antigos são reeditados, por vezes redescobertos por novas gerações de fãs e criadores, e são discutidos. Não há um desparecimento de memória literária, antes, contínuas releituras que mostram a influência destes autores na evolução do género.

Lord Dunsany é um desses nomes, escritor da viragem do século XX, que mantinha o seu conto fantástico no campo da fantasia com recortes vitorianos, apesar de algumas intrusões da modernidade. Os seus Livros do Deslumbramento são as suas obras mais perenes, onde encontramos sob a forma estrita do conto curto a estética clássica da fantasia, algo soturna e nostálgica, muito exótica e feérica. Um livro a descobrir, para os fãs mais novatos do género, e que para os conhecedores sabem sempre bem redescobrir.

terça-feira, 12 de novembro de 2024

O Jardim de Infância


Geoff Ryman (1992). O Jardim de Infância. Lisboa: Clássica.

Há livros que não nos tocam. Este, foi um deles. Clássico da literatura de Ficção Científica, premiado com algumas das maiores distinções do género, e por cá publicado na lendária coleção da Clássica Editora editada por João Barreiros. É um excelente livro, com um worlbuilding singular. Neste futuro, um mundo pós convulsões sociais foi substituído por uma sociedade global, assente em biotecnologias avançadas. Uma sociedade comunista, governada por um consenso. Descobrimos esse mundo, onde coexistem as ruínas do passado e a utopia governada de um futuro onde todos têm um lugar determinado, através das experiências de uma jovem inadaptada, a quem a biotecnologia tem dificuldades em modelar o comportamento.

Apesar da premissa, não foi um livro que me tocou. É normal, estas coisas acontecem. Nem todos os livros tocam nos seus leitores, e cada um de nós tem os seus percursos individuais. 

segunda-feira, 11 de novembro de 2024

Periphera












 Projetos artísticos intrigantes e palestras inspiradoras, no Festival de Arte Digital da Trafraria.