Filippo Pigafetta, Duarte Lopes (2015). Relação do Reino do Congo e das Terras Circunvizinhas. Lisboa: Aletheia.
Em si, o relato não é muito empolgante. Trata-se de uma narrativa descritiva, onde o viajante, aventureiro e emissário real descreve as terras, povos, usos e costumes do reino do Congo, nos territórios que se viriam a tornar a colónia portuguesa de Angola. É uma narrativa que nos chega dos tempos dos Descobrimentos, feita de comércio, intervenções militares e o estender de uma influência portuguesa sobre os povos autóctones, que se faz entre a espada e a cruz. Mas o livro não é um relato de aventuras, apenas um elencar de territórios e povos. Descreve profundamente o Congo, e os tratos e destratos do seu rei, convertido ao cristianismo (talvez mais para assegurar os arcabuzes portugueses nas guerras que trava do que por fé) com os povos limítrofes. Termina com uma breve descrição das terras, geografia e reinos do lado africano da carreira da Índia.
Soa demasiado descritivo, é-o, para os nossos dias não é uma leitura especialmente interessante sem ser pelo lado histórico. Mas imaginem o que seria, no século XVI, ler este relato, e tomar contacto com terras longínquas, exóticas, que prometiam riqueza e aventuras?