domingo, 13 de janeiro de 2019

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O Humano no Algoritmo: Podem as imagens geradas por Inteligência Artificial ser consideradas arte? As criações visuais de algoritmos GAN desafiam a nossa perceção visual com uma estética inesperada. A visão artificial é-nos profundamente surreal, quase alienígena. No entanto, o método pelo qual estes algoritmos produzem não é em si criativo, dependendo de quantidades massivas de informação visual. O projeto AmalGAN leva mais longe este questionar, introduzindo a intuição humana como parâmetro decisivo na geração artificial de imagens.

The Search for Alien Life Begins in Earth’s Oldest Desert: Estudar as formas de vida que existem nos ambientes mais extremos do nosso planeta dá-nos pistas importantes, quer para perceber como procurar indícios de vida noutros planetas, quer para compreender melhor como surgiu a vida no nosso planeta.

The New Silk Roads: the Present and Future of the World review: Estamos sem dúvida no século chinês, alicerçado em investimento em zonas do planeta às quais tradicionalmente não damos importância.

What Cafés Did for Liberalism: A cultura dos cafés como cadinho para discussão de ideias, tertúlias e partilha livre de opiniões. Deliciosa a história onde um alto responsável do império austro-húngaro despreza os indícios da revolução russa, apontado para um cliente de um café vienense enquanto dizia que se calhar, aquele seria um dos lideres da revolução. O cliente apontado era Trosky.

Rascunhos na Voz Online – Mike Carey: Aproveitando a presença do escritor por cá no âmbito do Mensageiros das Estrelas, a Cristina Alves entrevista Mike Carey para o seu sempre interessante podcast.

Early TV-Age Media Theorists Understood A Lot About Our Current Age: McLuhan, Innis, Postman e outros como arautos proto-digitais da nossa contemporaneidade. Não é um argumento novo, não é por acaso que McLuhan é considerado o santo padroeiro da internet. Como observa o articulista, nos primeiros momentos de uma tecnologia que viria a ganhar expressão final no digital, "a sort of prophetic canon that collectively catalogs our species’ first reaction to these newfangled contraptions, with their blinking lights and blaring speakers". E no que toca aos discursos catastrofistas sobre os efeitos culturais dos media digitais, acerta em cheio quando diz isto: "Think how such a conversation would once have been limited to rarefied elites, and probably not accessible within a 1,000-mile radius of your hometown". Nem mais. Em parte, o catastrofismo deve-se mesmo a este caráter democratizador da internet, e à perda de poder das elites culturais tradicionais. Apesar do lixo online que também prolifera. Trolls e extremistas, simples patetas ou sociopatas estão no mesmo pé que as vozes mais sensatas. O como gerir isso, mantendo a liberdade de expressão, é um dos problemas que enfrentamos no mundo digital.


Google turned cloud storage traffic into mesmerizing works of art: Visualização de dados enquanto experiência estética, nestes gráficos de análise de tráfego digital.

No, You Don’t Really Look Like That: Mal nos apercebemos, mas a imagem digital é cada vez mais sintética. O que as lentes captam não é o real cru, é uma interpretação mediada por software:  "The cameras know too much. All cameras capture information about the world—in the past, it was recorded by chemicals interacting with photons, and by definition, a photograph was one exposure, short or long, of a sensor to light. Now, under the hood, phone cameras pull information from multiple image inputs into one picture output, along with drawing on neural networks trained to understand the scenes they’re being pointed at. Using this other information as well as an individual exposure, the computer synthesizes the final image, ever more automatically and invisibly".

Inside Shenzhen’s race to outdo Silicon Valley: Indícos do século chinês: a aceleração criativa e produtiva de Shenzen, o investimento fortíssimo naquelas áreas do planeta que o mundo ocidental ignorou. E o cadinho de ideias possibilitado pela aproximação laxista aos direitos de autor.

My Stepdad's Huge Dataset: Pornografia e vanguarda da internet sempre combinaram. A sério, achavam que o que despoletou o vídeo online foram os clipes de gatinhos no YouTube? A relação continua: o que hoje determina a produção de filmes pornográficos não é a penetração de nichos de mercado (lamento, não consegui resistir à piada), ou a criatividade dos produtores. O que determina scripts, falas e atos sexuais é a análise algorítmica dos dados das pesquisas online dos consumidores de pornografia.

O fim (anunciado) da Goody: Em jeito de elegia, Pedro Cleto analisa  o papel da Goody na edição de BD popular em Portugal. Desconhecia que trabalhavam de perto com a comunidade para selecionar edições. O fim da Goody deixou mossa, perdemos a única editora que publicava comics em banca.

The most common forms of censorship the public doesn’t know about: Combater a censura online alterando os protocolos que sustentam a internet, tornando-os mais opacos e reforçando a privacidade ao nível da infraestrutura de base.


How Pixar Helped Win 27 of the Last 30 Oscars for Visual Effects | WIRED: O perfil do Render Man, um software de animação 3D que tem sido fundamental para a explosão de qualidade e realismo na animação, cinema e efeitos especiais.

7 Arguments Against the Autonomous-Vehicle Utopia: Essencialmente, ainda há muito que desenvolver a tecnologia até termos veículos totalmente autónomos. O que não quer dizer que a adoção de sistemas com elevado grau de autonomia não esteja a acontecer, progressivamente.

Disruption, Drones, and Big Airports: Impossível não ver isto como uma espécie de teste de conceito. Resta saber se de terrorismo, ciberguerra ou cibercrime. Mandar abaixo um avião é uma tragédia, mas tem um impacto real muito reduzido. Parar um aeroporto durante 36 horas tem um impacto social e económico tremendo direto, e com repercussões a nível global, num efeito dominó. Os voos cancelados não afetam apenas os passageiros que ficam em terra, mas todos os voos previstos das companhias que voam para o aeroporto afetado, com repercussões noutros aeroportos. É um pequeno ataque local, cujas ondas de choque são potencialmente globais.. Agora observem o mapa dos aeroportos que servem Londres, e imaginem uma ação concertada em que drones apareçam nas proximidades de Heathrow, Gatwick, Luton, Stansted, Southend e City em simultâneo. Já vi cenários de ciberguerra menos plausíveis... O John Robb aponta, e muito bem, que é um tipo de ataque com um enorme ROI: baixo custo, automatizável (meta-se o drone a seguir uma rota pré-programada por GPS) e de alto impacto económico, com baixo risco de custo de vidas humanas. Perfeito como ciber-operação de terrorismo ou militar de baixa intensidade.

THE 'FUTURE BOOK' IS HERE, BUT IT'S NOT WHAT WE EXPECTED: E ainda bem, nunca percebi muito bem a piada do conceito de livro como objeto multimédia. A grande evolução fez-se de forma discreta nos dispositivos de leitura - um e-reader permite ter bibliotecas inteiras no bolso, na facilidade da auto-edição digital e física, nos novos modos de ler, escrever e discutir leituras da blogoesfera.

This Was the Year the Robot Takeover of Service Jobs Began: E sem grandes fanfarras. Notem o alastrar discreto da automação em áreas tão díspares como o homebanking à fast food. Muitas vezes, estes sistemas automatizam processos e passam a fazer cair sobre os clientes o ónus do serviço.

The Cost of Living in Mark Zuckerberg’s Internet Empire: Confesso que a paciência para este tipo de argumentos, de virgem ofendida na sua inocência com os reais modos de agir da rede social, começa a ser diminuta. É preciso ser-se muito néscio, ou totalmente tapadinho, para aceder a estes serviços pensando que existem por puro altruísmo dos seus criadores. Podemos escolher ficar embasbacados, ou tentar manipular o sistema para os nossos objetivos. Não quero com isto dizer que estes serviços, e a coleta indiscriminada que fazem de dados com usos questionáveis, não deva ser regulada, mas também é preciso conhecer e saber jogar com as regras do jogo.

The GPS wars have begun: Primeiro, era só um. Agora, multiplicam-se as constelações de sistemas de posicionamento por satélite. Há muitas razões para esta proliferação, entre a segurança de não depender de um sistema controlado por um único país, aos potenciais económicos destas tecnologias.

Friends Without Brains: Um artigo que olha para a nossa tendência para formar laços emocionais com máquinas. E consegue colocar de forma excelente a questão de se o computador é, realmente, uma máquina capaz de pensar: "Can computers actually think? Well, they are designed to perform functions that humans perform through thinking. They expertly process information, present it at appropriate points in a conversation, and use it to draw reasonable conclusions. But thinking in this sense can just be a kind of high-level functioning. (...) they gener2ate output without being literally aware of doing the calculations or of what the calculations mean.