terça-feira, 11 de abril de 2017

Robots: The 500-Year Quest to Make Machines Human



Ben Russell (2017). Robots: The 500-Year Quest to Make Machines Human. Londres: Scala.

Em Londres, o Science Museum alberga nestes dias uma fascinante exposição temporária sobre robótica. De visita, optei por não ir ver essa exposição e ficar a conhecer os restantes espaços do museu, mas não resisti a trazer este livro, que não sendo um catálogo exaustivo, nos mergulha quer nos objectos significativos da exposição quer na lógica que determina a sua curadoria.

A história, fascínio e impactos da robótica são explorados em curtos ensaios que, apesar de reduzidos, aprofundam estas temáticas. Em foco está a evolução histórica de uma tecnologia que julgamos apanágio da contemporaneidade, mas cuja existência documentada se remete para a antiguidade clássica. Para os nossos olhos habituados à tecnologia, tem o seu quê de fantástico ler sobre robótica e autómatos na Alexandria Ptolemaica, Idade Média ou Iluminismo. De facto, o conhecimento mecânico tem uma longa história, e as capacidades dos autómatos com mecanismo de relojoaria fascinam, ainda hoje.

Fascínio é outro dos conceitos que caracterizam a nossa relação com estas máquinas. Os ensaios deste livro mostram que a nossa curiosidade contemporânea tem raízes na mitologia grega. Os impactos sociais também são aflorados, embora não os económicos. Pelo meio, há uma curiosa ligação entre autómatos e computação, com a visão dos mecanismos dos autómatos dos irmãos Droz como programação mecânica, Babbage, cujo fascínio com estes mecanismos é bem conhecido, a experimentar jogar xadrez no Mechanical Turk, bem como a conceber uma forma algorítmica de jogar este jogo, e Ada Lovelace a intuir a moderna visão de computação de uso geral ao trabalhar com Babbage nos engenhos analíticos.

A complementar os ensaios estão fotos de alta qualidade de alguns dos mecanismos, proto-computadores, autómatos e robots em exposição.