quinta-feira, 3 de setembro de 2015
Styx
Bavo Dhooge (2015). Styx. Nova Iorque: Simon & Schuster.
Raphael Styx é um típico polícia veterano, corrompido pelo sistema. Acredita piamente na justiça enquanto espanca suspeitos e faz negócios com criminosos ligados ao contrabando. Também acredita na felicidade familiar, apesar do filho não lhe falar e a mulher estar cheia de vontade de pedir um divórcio. Tem de aturar na esquadra um chefe demasiado intrometido na sua vida pessoal e um colega novo, um belga de raízes congolesas que decidiu passar a vestir-se como um sapeur após o suicídio da irmã.
Styx está embrenhado numa caça ao homem. A sonolenta e provinciana cidade de Ostende está a ser palco de uma vaga de assassínios macabros cometidos por um assassino em série que se inspira nas obras icónicas dos pintores surrealistas belgas para dispor os corpos das suas vítimas. Quando confronta o assassino, o impensável acontece. Styx é abatido, mas renascerá como um zombie que vai apoderecendo pelas ruas da cidade enquanto continua a busca pelo psicopata. Renascido na morte, confronta os dilemas da sua antiga vida, descobre que é capaz de saltos ao passado para visitar a Ostende da Belle Époque, apercebe-se que de vez em quando convém dar umas trincadinhas em carne humana para se manter um morto-vivo apresentável, e só poderá contar com a ajuda do colega cuja propensão para roupa cara e garrida não consegue compreender.
Um mimo, este pequeno romance policial com um toque de horror do escritor belga Bavo Dhooge. Leitura rápida que desperta e mantém a curiosidade do leitor, faz bom uso das estruturas narrativas do policial com um toque do visceralismo do terror zombie. O recordar das belas artes belgas, com referências a Ensor, Delvaux e Magritte, dão-lhe uma certa elegância erudita. Styx será editado em novembro de 2015.