quinta-feira, 8 de maio de 2025

Haverá um Amanhã?


Véte (2020). Haverá um Amanhã? Lourinhã: Escorpião Azul.

Tenho um problema constante com a maioria das edições da Escorpião Azul, que é o de achar que são livros que precisavam de afinação a nível gráfico e narrativo. A grande maioria do que publicam sempre me pareceu mais estética de fanzine do que trabalho de BD mais maduro. Mas elogio, sempre, o seu papel a dar espaço editorial a uma grande diversidade de autores, dos mais novos aos veteranos, mesmo que grande parte dos livros sejam de um óbvio amadorismo (e outra coisa dificilmente seria, dado que vivemos num país onde dedicar-se à produção cultural é necessariamente uma atividade de tempos livres). Não quero dizer que sejam maus livros, e este é um bom exemplo disso. Um pouco rígido ao nível gráfico, com um traço que revela vontade de criar detalhe mas falta de capacidade para isso, e uma divertida e bem construída história de ficção científica, que não tem medo de mostrar as suas influências. Apreciei a leitura, não sendo excecional, é divertida e bem construída.