terça-feira, 12 de setembro de 2017
Valérian #01
Pierre Christin, Jean-Claude Meziéres (2017). Valérian Volume 1. Lisboa: Asa.
Sonhos Maus: um início inconspícuo para aquela que se viria a tornar uma das mais importantes séries de banda desenhada francófona. Num futuro distante, a Terra vive uma era de prosperidade tão grande em que só os tecnocratas e os agentes do serviço espácio-temporal trabalham. Os restantes cidadãos, reunidos na cidade utópica de Galaxity consomem os seus dias em elaborados sonhos. Xombul, o tecnocrata responsável pela gestão dos sonhos, e um homem fascinado pelo passado, vai até à idade média para roubar os segredos de magia de um alquimista, aprendendo a transformar homens em criaturas monstruosas. O seu objetivo é regressar a Galaxity e tomar o poder, moldando a sociedade à sua vontade. Para o travar, só as capacidades do aventuroso agente Valérian, que persegue Xombul entre a idade média e o futuro. Pelo caminho, cruzar-se-á com uma jovem rapariga da idade média, que o salva de alguns apuros e acaba por descobrir o segredo do agente. Este decide trazê-la consigo para o futuro. É assim que Laureline passa de camponesa medieva aventureira a intrépida agente do futuro. Uma história que se lê mais em jeito de comédia, quase pueril no seu desenrolar. Publicação original: 1967.
A Cidade das Águas Movediças: Após a derrota de Xombul no primeiro livro da série, este ser nefasto não desiste de tentar dominar o mundo. O seu novo plano leva-o à era catastrófica do final do século XX, tempo onde por pouco a humanidade não se extinguiu e do qual existem poucos registos no futuro. Valérian segue-o, descobrindo-se numa cidade de Nova Iorque semi-submersa, lidando com bandos dedicados à pilhagem e sendo salvo de apuros pela desembaraçada Laureline. Juntos, descobrem o esconderijo de Xombul, que se dedica a roubar os segredos científicos de uma sociedade em desagregação. O seu objetivo é construir uma máquina do tempo, capaz de o levar a qualquer época para alterar a história. No entanto, um engenho destes construído com tecnologia do século XX não funciona da maneira correta, e Xombul é definitivamente eliminado. Nesta aventura, é notável a iconografia ballardiana da cidade de Nova Iorque, entre as águas que a inundam e a vegetação que recobre os seus edifícios abandonados. Faz recordar o romance The Drowned World de J. G. Ballard. Uma ligação possível, uma vez que este romance foi editado em 1962, muito antes deste segundo livro da série Valérian. Publicação original: 1968.