segunda-feira, 13 de julho de 2015
Comics
Batman #42: A icónica personagem é indissociável de Bruce Wayne e eu já me estava a perguntar onde é que o tinham enfiado nesta reinvenção ao estilo transformers. Cá está, como anónimo benemérito cujo olhar trai mais do que nos é revelado nesta linha narrativa onde o Batman original desapareceu, e cai nos ombros do comissário Gordon o assumir do uniforme, agora revisto como um exo-esqueleto robótico com uma unfra-estrutura de apoio decalcada daquelas séries televisivas dos anos oitenta sobre combatentes pela justiça ao volante de carros falantes.
Constantine: The Hellblazer #02: Continua a seguir muito bem esta revisão do clássico personagem de comics de horror. Torna-o mais contemporâneo, sem deitar a perder todo o misticismo anterior criado por Moore e Milligan, afastando-se da recente tentativa falhada de o popularizar dento dos cânones mainstream dos comics de super-heróis. Constantine está menos torturado, de sorriso cínico, sem o endurecimento do evenlhecimento da série Hellblazer, onde Milligan o levou à amargura. E com alguma ambiguidade sexual como pormenor curioso. Algo ausente até agora num personagem sempre visto como claramente heterosexual e com uma relação nunca resolvida com Zatanna. Esta poderosa ilusionista sempre se foi cruzando nas linhas narrativas mais acessíveis do personagem, culminando com um melodrama amoroso nas páginas da divertida mas aparentemente extinta Justice League Dark. Hellblazer sempre teve um longo historial de amarguras amorosas, que culminou com o casamento de John Constantine com a filha de um criminoso londrino. Agora, temos olhares indiscretos em direcção a homens de músculos bem torneados. Curioso. Curiosa aposta da DC. Será que irá funcionar?
Starve #02: Brian Wood pegou na patética proliferação de espectáculos de culinária onde aspirantes a cozinheiros se defrontam em selecção natural darwiniana enquanto se afadigam a cozinhar os mais requintados e inesperados pratos. Misturou-lhe uma saudável dose activista de futurismo deprimido por colapsos ambientais e económicos. E deu-nos isto: um futuro próximo onde as águas dos mares submergem as ruas de Nova Iorque, cidade onde os mais ricos dos um percentistas gozam de luxos inacreditáveis enquanto o planeta se desagrega. A alta culinária é moda, e quanto mais em risco de extinção estiver o animal do qual é feita a iguaria, melhor. Uma metáfora pouco velada para o actual capitalismo colapsante alimentado por clientelas neo-liberais de élites cada vez mais distanciadas de uma humanidade cujo progresso parece estar em regressão em toda a linha.