Hans Arnold (2007). Monsterland. Estocolmo: Arvinius Förlag AB.
Uma surpresa intrigante, apanhada nas prateleiras de refugo e material danificado de uma livraria bem conhecida. Imagine-se um cruzamento entre o estilismo de Edward Gorey e a iconografia da E.C. Comics e fica-se com uma ideia do que é este delicioso Monsterland. Essencialmente uma fábula negra em tom cómico, é uma curta narrativa de viagem a uma terra de monstros por uma rapariga que, digamos... faz pela vida. Ingenuidade e sensualidade estão em colisão nesta fábula macabra que vive do traço do desenhador sueco Hans Arnold.
Um novo sentido para a expressão flying crate...
Arnold, que confesso que até agora desconhecia, foi um influente desenhador sueco que revolucionou a literatura infantil com obras que aliavam a puerilidade do género ao lado tenebroso do horror. Tal como Gorey, um criador de histórias para traumatizar crianças. O que no fundo é o objectivo da literatura infantil, embora estes traumas geralmente se fiquem pelas lições de moralismo ou comportamento social ou sejam adocicados, caso das versões imortalizadas pelos irmãos Grimm das arrepiantes lendas e narrativas tradicionais norte-europeias.
A curta história lê-se nas interessantes ilustrações do autor, que insuflam de vida e simpatia os mais arrepiantes monstros do imaginário de género fantástico.