terça-feira, 11 de março de 2025

Livesuit


James S.A. Corey (2024). Livesuit. Nova Iorque: Orbit. 

O primeiro volume da nova série dos autores de The Expanse deixou-me algo desiludido. Esperava mais deles. Não deixa de ser uma space opera castastrofista divertida, mas pouco mais do que isso, e por muito que os autores se esforcem, não consegui empatizar com os personagens. O mundo ficcional intriga mais pelo que deixa de fora do que pelo que descreve, e veremos como a série progride.

Para os leitores que ficaram aziados perante uma série literária onde o tema principal é o quasi-extermínio e escravidão humana, absorvida por uma espécie alienígena mais avançada que se dedica a aniquilar civilizações, escravizando os seres que lhe interessam e exterminando os restantes, esta novela inverte a lógica. Aqui, há humanos com tecnologia capaz de enfrentar os alienígenas, e a guerra trava-se nos planetas distantes, protegendo os mundos centrais. Uma guerra travada por soldados de elite que vivem em simbiose com os seus fatos de combate, saltando de missão em missão num tempo relativo que se mede em meses, mas no seu planeta natal, passam décadas. 

Parte da história é explorar esta vertente do mundo ficcional de Captive's War, e o resto é o confronto do soldado protagonista com as agruras do combate, mas também o saber que o tempo passou, irremediável, para as pessoas que ama e deixou para trás. 

Se isto vos soa a Forever War de Joe Haldeman, bem, confesso, a mim também soaram alarmes no faro literário. A dupla pseudodenominada Corey é exímia em contrar uma boa história, por isso é uma leitura expectavelmente divertida, mas, tal como o livro que deu início à série, pouco mais do que isso.