Roy Thomas, Esteban Maroto (2020). Dracula: Vlad the Impaler. IDW Publishing.
Um olhar para o clássico de Bram Stoker, que não segue os traços convencionais. O livro é sobre Drácula, o caudilho da Valáquia, e as suas guerras intermináveis contra turcos e príncipes rivais. Não esperem toques de sobrenatural e vampirismos, o livro é aventura de guerra medieval, sangrenta, violenta, sem quartel, sublinhando a lenda implacável de Vlad Tepes. Nem poderia ser de outra forma. O argumento é de Roy Thomas, nome excelso dos comics sword and sorcery, e aplica aqui o seu imaginário numa visão sobre a personagem histórica que deu alguma base a Stoker. A ilustrar, outro veterano, este livro é um profundo mergulho no traço barroco, luxuriante e sensual de Esteban Maroto.
Chris Ryall, Luca Pizzar, Guy Dorian (2020). Rom: Dire Wraiths. IDW Publishing
Era apreciador das aventuras de ROM na época Marvel, não porque fossem grandes histórias, mas porque o design simples e elegante do cyborg me atraía. Sempre achei curioso que ROM não se cruzasse muito com as restantes personagens do universo Marvel, o que até faria sentido dado que o personagem estava na Terra a combater uma invasão de repulsivos alienígenas dedicados à magia. Mais tarde vim a descobrir que a falta de ligação se devia a questões de propriedade intelectual, este personagem não era da Marvel mas sim de uma marca de brinquedos. Uma série dos anos 90 que ficou esquecida, até ser recuperada pela IDW. Mas, pela amostra deste arco narrativo, sem grande esforço. No livro, os astronautas que pela primeira vez pisam a Lua vão-se deparar com a ameaça dos invasores, e a ajuda de ROM. Para apimentar a coisa, o que os astronautas estão a fazer é apenas um golpe publicitário, já há equipas humanas multinacionais no espaço para defender a humanidade. Vão por mim, isto soa mais interessante do que realmente ficou no livro. Nem em termos gráficos a coisa se safa.
J. Michael Straczynski, Chris Weston (2014). The Twelve: The Complete Series. Nova Iorque: Marvel.
Doze super-heróis esquecidos num bunker da II guerra regressam aos dias de hoje, numa história que cruza dois estilos dos comics - a visão simplista dos anos 40, e a complexidade contemporânea. Isso é expresso pela dificuldade dos heróis em adaptar-se aos tempos modernos, a maioria tem modos antiquados de cultura e ideologia tão arreigados que não se conseguem adaptar. Outros conseguem encontrar algum equilíbrio. Uma história entre o revivalismo e o crítico.