Rafer Roberts, David Lafuente, Mike Norton, Ryan Lee (2018). A&A: The Adventures of Archer and Armstrong Deluxe Edition. Nova Iorque: Valiant.
Quando a Valiant reviveu os seus personagens clássicos, uma das séries depressa se destacou: Archer and Armstrong, as aventuras de uma dupla improvável composta por um dissoluto imortal que traça a sua origem à Suméria, e o seu fiel companheiro, um jovem especialista em artes marciais que foi treinado desde criança para caçar e eliminar este imortal, mas que acaba por se tornar o seu ajudante. Juntos, combatiam as ameaças da Seita, um grupo que unia diferentes sociedades secretas com dois objetivos: exterminar Armstrong, o imortal, algo em que se mantinham muito ineficazes ao longo dos milénios, e dominar o mundo, onde as suas teias de influência estavam a ser mais bem sucedidas do que na caça ao seu alvo milenar. Por seita, entenda-se uma união nada sagrada de grupos que incluía freiras católicas guerreiras (semi-deuses imortais não agradam ao catolicismo) a cientistas ex-soviéticos ou os meus favoritos, os um percentistas - yuppies endinheirados que destabilizam o mundo para fazer lucro a qualquer custo, que se ocultam as suas identidades sob capacetes de touros dourados. Já o imortal, o que prefere mesmo fazer é manter-se em vários estados de ebriedade. O argumentista Fred van Lente fez, à altura, um trabalho delirante misturando comédia com buddy movie, em aventuras surreais e divertidas. A primeira encarnação destes personagens, criada em 1989 por nada menos que Barry Windsor-Smith, também merece ser lida, mas diga-se que no reboot, Van Lente soube dar-lhes novas e divertidas dimensões.
Este volume representa a continuação do estilo, mas sob a direção de outro argumentista que, apesar de saber manter os elementos que tornaram Archer e Armstrong um sucesso, não tem a capacidade de os levar ao absurdismo que merecem. Apesar de tudo, não deixa de ser uma leitura divertida, porque convenhamos, histórias frenéticas com freiras guerreiras renegadas, surtos de orgias báquicas, deusas gregas divorciadas, cientistas soviéticos que criam um circo de deformidades enquanto pesquisam os segredos da imortalidade, e muitas referências profundamente alcoólicas, são sempre uma leitura divertida, apesar de não tão interessante quanto a temporada original.
Dwayne McDuffie, Ernie Colon (2015). Damage Control: The Complete Collection. Nova Iorque: Marvel.
Viver em zonas afetadas por super-heróis tem destas coisas. Depois de nos salvarem dos super-criminosos, monstros assustadores, alienígenas invasores ou outras ameaças que são derrotadas após valorosas lutas onde o bem prevalece sempre, resta um enorme rasto de destruição material. Quando um super-herói manda abaixo um robot gigante na cidade, há edifícios que vão sofrer. E nestes casos, quem é que se chama para resolver as ruínas? Damage Control, a empresa especializada em recuperar aquilo que as boas intenções dos heróis mal deixaram pedra sobre pedra. Série de humor, foca-se nas desventuras de um grupo de personagens - o executivo estiloso que encontra sempre uma solução para os problemas, a eficaz gestora que equilibra tudo, o encarregado de obras que realmente implementa as soluções, o techie que da sua cave domina até as mais inauditas tecnologias alienígenas, a rececionista que se resume a ser uma cara bonita que coloca os clientes em espera, os estagiários ingénuos, e a patroa com ligações políticas. Um grupo sem superpoderes, mas muito capaz de lidar com as mais estranhas ameaças.
Bruce Zick (2016). Terminal Point. Caliber Comics.
Não é um dos melhores exemplos de banda desenhada dos anos 90. Visualmente é interessante, com um estilo visual barroco que enche o olho. A história também parte de uma premissa curiosa, viagens no tempo vindas de um futuro interrompido por uma guerra atómica, que depende do passado para sobreviver. Mas a história em si segue o campo da ação cega, e isso, não é verdadeiramente interessante.