Daqueles livros que leio e penso o quão gostaria de saber como é que a mente destes autores é capaz disto. Histórias de um elegante surrealismo, simultaneamente oníricas, inocentes, tétricas, deliciosas e tenebrosas. O estilo gráfico é profundamente naif, intencionalmente infantil mas detalhado e elegante. Complementa perfeitamente os delírios surreais das curtas mas provocantes histórias. Tem o seu quê de horror, mas do psicológico, das profundezas insuspeitas da mente humana. Percebi que este criador é o pseudónimo de uma dupla, e tendo em conta a obra, já não causa estranheza o ser uma parceria de irmãos. Ele escreve, ela desenha. E nós, apenas queremos descobrir mais da obra surreal desta dupla intrigante.
Ken Ishikawa, Getter Robo.
O que serão os getter robots? Mechas construídos por humanos para combater a ameaça de invasão por parte de forças temíveis, ou serão mecanismos que se estão a apropriar da humanidade para lhe transformar o futuro, como parceiros simbióticos para conquistar o universo? As várias histórias deste livro tocam nesses aspetos, no entanto, a série em si parece um clássico mangá de robots pilotados. O estilo gráfico é confuso, apostando na ação acéfala com muito pouco desenvolvimento narrativo.
Maasaki Nakayama, Kouishou Radio.
Confesso que é mau sinal quando me esqueço por completo que já li obras de um autor. Não esta, claro, mas quando fui à busca deste livro no Goodreads reparei que já tinha lido do mesmo autor um livro de histórias curtíssimas de terror sob o tema ansiedade. Que, honestamente, não me deixou particularmente impressionado a nenhum nível. Felizmente, PTSD Radio é mais interessante. A fórmula é a mesma, histórias muito curtas, mas o choque do horror aqui é mais direto. Há uma estranha relação com cabelos, que se manifesta nos espaços e personagens destas histórias de formas muito inesperadas.