Alessandro Bilotta, Luca Casalanguida (2021). Dylan Dog n. 412: Una pessima annata. Milão: Sergio Bonelli Editore.
Uma vinha amaldiçoada, uma herdeira em risco de perder o legado familiar, e um bando de vinhateiros vingativos colidem nesta aventura de Dylan Dog. Quando enólogos que detém interesses financeiros sobre as vinhas de uma antiga família começam a ser mortos, suspeita-se que algo mais está em campo do que um típico assassínio. Por um lado, há um grupo de empregados que descobre o segredo da vinha, e decide continuar o seu legado de morte. Por outro, alucinações que nos mostram a origem sangrenta da prosperidade de uma família que, agora, está em risco de tudo perder. Uma aventura algo desconexa, entre o policial e o sobrenatural.
Carlo Ambrosini (2021). Dylan Dog n. 413: I padroni del nulla. Milão: Sergio Bonelli Editore.
Um delírio? Uma aventura? Uma tragédia? Um policial? É difícil definir esta história de Dylan Dog, que cruza a tradição cultural italiana da Commedia dell'arte com terrorismo. Tudo começa quando o eterno carocha de Dylan se avaria numa estrada, e este e Groucho são levados por um taxista generoso que parece transportar um Polichinelo, e Nina Simone. Leram bem. A partir daí a história alterna entre o irrealismo e o policial duro. Dylan descobre-se numa taverna venezianda onde polichinelos e marionetes lhe contam a história das desgraças de uma antiga família veneziana, cuja última descendente aguarda a morte do pai, agonizante num quarto sobre a estação de serviço, mesmo ao lado do improvável restaurante italiano do local. Onde, porque a história oscila sempre entre comédia e tragédia, Groucho se vê envolvido numa luta de comida. Entretanto, a polícia londrina dá caça a um grupo de terroristas islâmicos, que se refugia no restaurante com reféns. No inevitável tiroteio que se segue, é a agente Rania (que nesta recriação de Dylan Dog é a sua ex-mulher) que abate a tiro uma das terroristas, vindo a descobrir que o volume suspeito no seu ventre não era uma bomba mas sim gravidez. A história tem um final improvável em Veneza, onde Dylan leva a sua ex-mulher numas férias, para curar os traumas do incidente violento. Frente a um quadro de Ticiano, Dylan sente que conhece os personagens da Commedia dell'arte, e talvez desapareça na pintura. Uma história surreal, surpreendente, pouco linear e cheia de momentos inesperados.
Giovanni De Feo, Giulio Rincione (2021). Dylan Dog Color Fest n. 36: Mister Punch. Milão: Sergio Bonelli Editore.
Aventuras com marionetes parecem ser o tema de Dylan Dog em fevereiro. A série regular recebeu uma interessante aventura com polichinelos sobreanturais. Agora a Color Fest traz-nos o britânico Mr. Punch, numa história soberbamente ilustrada. Dylan cruza-se com um especialmente malévolo Punch, capaz de capturar vítimas incautas e as transformar em marionetes para o seu clássico espetáculo de violência. Quando Groucho se torna uma das suas vítimas, Dylan fará tudo para travar a marionete demoníaca. O melhor desta história está no seu lado visual, o ilustrador cita extensivamente a estética de Dave McKead no livro Mr. Punch de Neil Gaiman, embora o faça como referência e não cópia.