domingo, 11 de novembro de 2018

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Seven Square Miles: A geografia, reduzida à abstração estética e pictórica. Em cada foto, sete milhas quadradas do nosso planeta.

MOMENTOS ESSENCIAIS DO CINEMA DE FICÇÃO CIENTÍFICA: Este texto do João Seixas quase me convence a gostar da série Planeta dos Macacos.

Rise of robots ‘could see workers enjoy four-day weeks’: Ou então serem reduzidos à pobreza extrema, inimpregabilidade e estatuto de humanos excedentários. Estas questões não são uma consequência do inexorável progresso da tecnologia. São escolhas sociais. Podemos adotar a robótica para avançar a agenda neoliberal de lucro fácil a todo o custo, onde qualquer coisa que não distribue riqueza para os bolsos dos um percentistas e seus acólitos é visto como uma heresia, ou podemos, realmente, libertar o ser humano, utilizando a robótica e automação para gerar a riqueza necessária para sustentar a nossa sociedade. O cenário mais negro da redução do humano a quase desperdício numa economia global automatizada, que beneficia uma reduzida elite, só é inevitável se deixarmos que as forças que realmente querem isso se sobreponham nas decisões políticas e económicas (e sempre o quiseram, ao longo da história, se não é a automação é o salário mínimo, horas de trabalho justo, fim de mão de  obra infantil ou esclavagista, droit de seigneur, etc., que isto de argumentos para tentar manter concentrações excessivas de riqueza nas mãos de uns poucos tem sido uma constante histórica).

Why we can’t quit the QWERTY keyboard: Tl;dr:? Porque nos habituámos ao interface que aprendemos a utilizar. De tal forma que é-nos quase impossível mudar, e mesmo que o tentemos, percebemos que temos dificuldades em manter fluidez de escrita.

How trade unions are addressing automation: De forma muito pouco interveniente, parece-me, pelo menos por cá.

The End of the World Is Both Festive and Musical in the Latest Anna and the Apocalypse Trailer: O Nuno Reis tinha razão, quando no Motelx me disse que este filme se ia tornar num clássico de culto. Pessoalmente não o apreciei, apesar do conceito divertido e alguns momentos bem conseguidos, não por ser quirky, mas por achar que tinha falhas técnicas. Mas claramente conquistou os fãs de cinema de terror.


Robots at Work and Play: Ah, parem o que estão a fazer e saboreiem uns momentos de pura tecnoluxúria. Robots, disseram?

Show Us Your Tsundoku!: Dizer a coisa em japonês sempre soa melhor do que "estantes da vergonha", "pilha dos livros esquecidos", ou "monte acumulado que um dia hei de ler"...

THE BOOKISH LIFE: Pois. I can relate. Adorar livros e leitura tem pouco de lógico, muito de sensorial. Divagamos entre livros e ideias, acumulamos páginas, com tempo valorizamos o clássico sobre o contemporâneo.

Don't Panic Over a Bumpy Airplane Landing: Quando o voo começa aos saltos ou na aterragem há sobressaltos, repitam em modo de mantra: os pilotos são treinados para estas situações.


Archaeologists in Pompeii Have Discovered an ‘Enchanted’ Shrine Covered in Gorgeously Preserved Frescoes: Mais fotos das descobertas arqueológicas em Pompeia e Herculano, que trazem à luz maravilhas pictóricas da arte romana.

Entrevistámos um polícia do Facebook em Portugal que impediu coisas horríveis na rede social: Uma leitura que é, de facto, angustiante, não só pelo que o entrevistado nos faz entrever, mas pelas péssimas condições de trabalho dadas a quem tem uma função tão desgastante. Pouco mais do que o salário mínimo para lidar com registos do pior que a humanidade tem, entre suicídios, pornografia violenta, pedofilia, assassinatos, decapitações... ninguém consegue estar exposto a isto e manter a sua sanidade mental. É esta a mão de obra de baixo custo que nos protege, como utilizadores das redes sociais, dos piores conteúdos possíveis.

BARBIE IS WOKE NOW THANKS TO HER NEW VLOG: Ser uma barbie girl no barbie world de hoje... é vestir um rig de motion capture e incorporar uma boneca virtual, extensão digital de um ícone. Hoje, já não chega ser um objeto tangível, é preciso incorporar no virtual.

What next for photography in the age of Instagram?: Confesso que é mesmo o que prefiro no Instagram. A gigantesca diversidade de pontos de vista, o trabalho fenomenal de fotógrafos, alguns profissionais, outros vernaculares. O lado instantâneo da fotografia digital via smartphone veio alterar radicalmente as questões levantadas por esta forma de arte.


Daily Life of Robots by Nicolas Bigot: Um ensaio fotográfico bastante banal, embora visualmente interessante, sobre o nosso futuro robótico. É banal por assumir que a robótica é fundamentalmente antropomórfica.

The Absurdity of the First Man Flag Controversy: Já fui ver o filme e é esplendoroso, um hino à ciência, tecnologia, engenharia, espírito de missão e equipa. Não doura a pílula, não mostra a exploração espacial como algo de heróico e glamoroso, antes, mostra como depende de enormes esforços colaborativos, é perigosa e violenta. A fotografia é excecional. Um hino à exploração espacial, curiosidade científica e humana, e excelente homenagem a Neil Armstrong. No entanto, com as culture wars americanas, o que se debate por lá é o filme não ser patriótico porque não tem uma cena do implantar da stars and stripes no solo lunar, de preferência com uma banda sonora épica. Enfim, idiotas serão idiotas.

How Fish and Chips Migrated to Great Britain: Espera, o so very british fish 'n'chips tem origem... portuguesa? Na parte do fish claro, como prato levado para inglaterra pelos judeus expulsos da península ibérica nos tempos do rei D. Manuel I.

100 Websites That Shaped the Internet as We Know It: Literalmente, cem websites. E se a sociedade como a conhecemos foi irremediavelmente transformada pelo hotmail, altavista, 4chan ou facebook, a inocência da internet perdeu-se quando se descobriu o goatse (acreditem, não vão descobrir o que isto foi).

“Factfulness” (2018), factos e comunicação: Recensão de Nelson Zagalo ao último livro de Hans Rosling.

Rethinking AI through the politics of 1968: Muitas observações acertadas por aqui, e eu sem tempo para as comentar. Mas, essencialmente, desmistifica a suposta sapiência da IA:

"They are playing Go better than grand masters and preparing to drive everyone's car, while the media panics about AI taking our jobs. But this AI is nothing like HAL. It's a form of pattern-finding based on mathematical minimisation; like a complex version of fitting a straight line to a set of points. These algorithms find the optimal solution when the input data is both plentiful and messy. Algorithms like backpropagation[3] can find patterns in data that were intractable to analytical description, such as recognising human faces seen at different angles, in shadows and with occlusions. The algorithms of AI crunch the correlations and the results often work uncannily well. 

But it's still computers doing what computers have been good at since the days of vacuum tubes; performing mathematical calculations more quickly than us. Thanks to algorithms like neural networks, this calculative power can learn to emulate us in ways we would never have guessed at. This learning can be applied to any context that is boiled down to a set of numbers, such that the features of each example are reduced to a row of digits between zero and one and are labelled by a target outcome. The datasets end up looking pretty much the same whether it's cancer scans or Netflix-viewing figures. 

There's nothing going on inside except maths; no self-awareness and no assimilation of embodied experience. These machines can develop their own unprogrammed behaviours but utterly lack an understanding of whether what they've learned makes sense. And yet, machine learning and AI are becoming the mechanisms of modern reasoning".

E, claro, os dados que alimentam os algoritmos representam problemas de enviesamento e desigualdade:

"The delphic accuracy of AI comes with built-in opacity because massively parallel calculations can't always be reversed to human reasoning, while at the same time it will happily regurgitate society's prejudices when trained on raw social data. It's also mathematically impossible to design an algorithm to be fair to all groups at the same time.

For example, if the reoffending base rates vary by ethnicity, a recidivism algorithm like COMPAS will predict different numbers of false positives and more black people will be unfairly refused bail[6]. The wider impact comes from the way the algorithms proliferate social categorisations such as 'troubled family' or 'student likely to underachieve', fractalising social binaries wherever they divide into 'is' and 'is not'. This isn't only a matter of data dividuals misrepresenting our authentic selves but of technologies of the self that, through repetition, produce subjects and act on them. And, as AI analysis starts overcode MRI scans to force psychosocial symptoms back into the brain, we will even see algorithms play a part in the becoming of our bodies".