domingo, 28 de outubro de 2018

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Behind White Shadows: É uma boa oportunidade de redescobrir o trabalho de Rosa Menkman na glitch aesthetics e databending. O ensaio é curto, e reflete sobre a apropriação do corpo feminino na imagem digital, recordando que a imagem que ainda hoje é a referência de calibração de cor da norma JPEG é a de uma modelo da Playboy.

The Spooky Genius of Artificial Intelligence: Normalmente não associamos criatividade à inteligência artificial. Mas será que não poderemos considerar como criativas as soluções estranhas, mas lógicas, a problemas que os algoritmos de IA resolve de forma inesperada?

Taiwan Can Win a War With China: Será? O artigo observa que apesar da enorme superioridade militar chinesa face a Taiwan, a invasão seria dificultada ao ponto de se tornar impossível vencer. Honestamente, espero que esta questão se mantenha como exercício de especulação...

Watch Moebius's "Starwatcher," a pioneering 3D computer animation from 1991: Recorrentemente, a internet recorda-se desta raridade, uma animação 3D onde Moebius participou. A estética deste mestre da banda desenhada, recriada em 3D com os meios técnicos (que hoje nos parecem rudimentares) dos anos 90.

Why haven't we heard from any extraterrestrials yet?: Pista: porque lá fora, o espaço é muito, muito grande, e vasto, muito, muito vasto. Ao fim de décadas, os projetos de rastreamento do espetro rádio que procuram por indícios de inteligência alienígena apenas conseguiram analisar uma ínfima parte do espaço que nos rodeia. É complicado. Até porque os extraterrestres podem estar lá agora, mas só daqui a milhões de anos é que nos aperceberemos da sua existência. O limite de c é um chato.


On the origin of the word processor: Um interessante artigo sobre as origens do processamento de texto, que se inicia não no software, mas nas primeiras máquinas de escrever, onde se originou o conceito. Não havia corretor ortográfico automático e Clippy (essa praga que deixou memória) (confesso, tinha um fraquinho por aquele clip com olhos expressivos) nas maquinas de escrever puramente mecânicas do século XIX, mas foi aí onde o processamento de texto começou. Tem também um insight interessante sobre a padronização de tecnologias. Porque é que utilizamos o teclado Qwerty, e não outros? Porque nos habituámos, e o trabalho que nos dá aprender a usar outro tipo de teclados não compensa. Ou é mesmo difícil. Eu que o diga. Depois de sete anos a usar o layout de um teclado qwerty dos Vaio, a minha memória muscular habituou-se de tal forma à localização das teclas de função nesse teclado que agora, ao fim de dois anos e picos a usar um HP, ainda não consegui reaprender a usar de forma automatizada teclas como o del, home e end... porque não estão precisamente naquela posição onde a minha memória muscular as registou.

If the Point of Capitalism is to Escape Capitalism, Then What’s the Point of Capitalism?: Estamos nos primórdios de um  novo século e já todos percebemos que o capitalismo tradicional, com as suas desigualdades, falta de humanismo, impacto ambiental e enviesamento de concentração de riqueza, não é uma solução sustentável.


The Computers That Changed the World: Os desafios de manter tecnologia obsoleta a funcionar, para memória histórica. A história da computação não é feita só de objetos, há o software que neles corria, e para se compreender a sua evolução histórica, não basta o computador em si, é preciso saber de que forma funcionava.

Why Real Change Won’t Come From Billionaire Philanthropists: A The Atlantic não é o sítio onde espero ver críticas acérrimas à ordem capitalista e à filantropia dos um percentistas. Mas o artigo tem razão. Precisamos de resolver problemas, não deixar que grupos de interesse causem problemas e depois os mitigem levemente com a capa da generosidade.

Russian operatives increased Star Wars Last Jedi fan divide: Tipo, LOL. Provavelmente foi um bom treino para os operacionais do FSB e exércitos de trolls arregimentados. Começa-se com um alvo fácil, o fandom, e depois de bem aprendidas as técnicas avança-se para outros setores da sociedade.

Writers No One Reads: Bem, eu li Virgilio Piñera. Graças ao trabalho de impecável curadorida do editor da Snob, que nos trouxe O Grande Baro e outras histórias. É de facto um escritor de difícil digestão, uma espécie de Borges mal comportado, com uma prosa fascinante.


Control Panel: Vai um pouco de fétiche com botões e controladores?

Now in print: William S Burroughs' lost guide to overthrowing a corrupt government: Isto deve ser interessante. Burroughs em full on anarchist mode. E ainda por cima com frases destas, tão prescientes na nossa era de clickbait, fake news, envieasmentos e outras manipulações do real mediado por tecnologia: "I have frequently spoken of word and image as viruses or as acting as viruses, and this is not an allegorical comparison. It will be seen that the falsifications in syllabic Western languages are in point of fact actual virus mechanisms.”For a start you scramble the news all together and spit it out every which way on ham radio and street recorders. You construct fake news broadcasts on video camera. . . .And you scramble your fabricated news in with actual news broadcasts".

Portugal em 1941 segundo a literatura: Comecei a minha carreira de professor precisamente na Escola Básica Soeiro Pereira Gomes, em Alhandra. Onde duvido que a maior parte dos meus colegas se tenha dado ao trabalho de ler Esteiros. Quando o li, fiquei espantado com a similaridade entre os meninos do livro e os meninos alhandrenses que tinha como alunos. Não todos, claro, a evolução dos tempos e dos modos ditou que a vila tivesse ido de aldeia à beira-rio para subúrbio industrial e posteriormente subúrbio classe-média. Mas ainda existiam velhas famílias, de pobreza geracional, porque nestas coisas por vezes é muito difícil quebrar o padrão, que correspondiam em tudo ao que o escritor neo-realista registou neste romance.


Enchanted garden of frescoes unearthed at Pompeii: Fico sempre fascinado quando se redescobrem raros exemplos da policromia pictórica do mundo antigo. Viviam, de fato, num mundo recheado de cores. Bem longe da monotonia da pureza do mármore branco que, durante muito tempo, se julgava caracterizar o mundo plástico greco-romano.