Europe just voted to wreck the internet, spying on everything and censoring vast swathes of our communications: Isto é inacreditável. Os eurodeputados, que supostamente representam os cidadãos europeus, mas claramente não é para isso que querem servir, aprovaram uma lei europeia feita à medida dos grandes interesses económicos. Os dois atentados mais óbvios são os infames artigos 11 e 13. O primeiro, carinhosamente conhecido por link tax, essencialmente criminaliza aquilo que estou a fazer aqui, partilhar uma hiperligação para um artigo com uma citação textual e/ou visual, se não se pagar uma taxa a todas as possíveis fontes noticiosas. O décimo terceiro vai ainda mais longe, obrigando todas as plataformas de partilha de conteúdos (leiam redes sociais e serviços similares) a instalar filtros automatizados para deteção de conteúdos potencialmente ilegais. Na prática, institui mecanismos de censura prévia, ainda por cima assentes em sistemas famosos por funcionarem mal e serem facilmente manipulados por detentores de propriedade intelectual que gostam de abusar dos seus privilégios (não são uma ou duas ovelhas negras no rebanho inócuo dos defensores dos princípios mais restritivos dos direitos de autor, mas toda uma indústria predatória, parasítica, que lucra espremendo trocos onde conseguir). Mas há mais pérolas. Como, por exemplo, a proibição de partilha de imagens captadas em eventos desportivos, porque todos, todos, os direitos de imagem pertencem aos organizadores. Ou seja, aquela selfie que se tira no estádio de futebol num jogo da seleção e se partilha nas redes sociais para os amigos com a hashtag forcaselecao, passa a ser automaticamente bloqueada por violar os direitos de autor das federações de futebol. Ridículo, não é? Esta por acaso até nem me afeta, não frequento estádios, mas estende-se a outros contextos públicos. Selfies num concerto? Fotos em espaços públicos onde a lente apanhe conteúdos potencialmente protegidos - como outdoors publicitários? Aquele vídeo parvo com os amigos a desafinar uma música (e recordem-se, o inescapável parabéns a você tem direitos de autor...)? Tudo coisas que infringem a nova lei europeia. Até mesmo tirar fotos num local público para partilhar no instagram pode ser uma violação desta lei, o aspeto visual dos edifícios é considerado conteúdo protegido. Parece absurdo? Para os eurodeputados, pelos vistos, não.
Os melhores livros para aprender sobre Espaço (Parte 1).: Sugestões de leitura para comprender melhor as ciências do espaço.
When War Gets Weird: Alguém falou de tubarões nazis voadores? Não, não tem nada a ver com sharknados, foi uma ilustração de propaganda britânica da II guerra mundial que foi rejeitada por temores de induzir pânico em Inglaterra com a ideia de tubarões nazis voadores (ah, como adoro conseguir escrever estas expressões!). Esta, e outros pormenores bizarros, num demasiado curto artigo sobre detalhes das duas guerras mundiais.
Real Wasabi: É super deprimente, para um fã de sushi, saber que o que achamos que é wasabi afinal é fake. Por outro lado, ler sobre o intricado processo de cultivo numa localização específica no Japão, e descobrir que o seu sabor se esvai poucos minutos depois de ser preparado, faz-nos sorrir com as peculiaridades desse país meticuloso, onde tanto esforço é colocado na criação de maravilhas fugazes. Mono no aware é, creio, o conceito que designa esse espírito.
Inside China’s Plan to Build the Second-Biggest Aircraft Carrier Fleet in the World: Primeiro copia-se, depois desenvolve-se. Mais um sintoma do século chinês: o crescimento acelerado da sua frota naval de combate, que poderá a curto prazo contar com quatro porta-aviões.
They Killed People until they got Tired: Relatos arrepiantes de sobreviventes aos ataques de milícias islâmicas, em zonas do planeta onde ninguém se interessa pelo que lá se passa.
What We Know About Art and the Mind: Intrigante. O que está por detrás do que consideramos arte é a compreensão da intenção do criador, quer o resultado artístico nos agrade, ou não. Mesmo que o estilo nos desagrade profundamente. Depois vem o resto, o conhecimento sobre as estéticas e filosofias vanguardistas, ou as loucuras de um mercado que é no fundo uma orgia de produtos de luxo disfarçada sob a capa respeitável de cultura erudita.
When Science Fiction Grew Up: Interessante artigo sobre as mudanças estéticas e artísticas trazidas à FC pelos escritores da New Waeve, e outros que expandiram as fronteiras do género. Parte é de uma premissa a meu ver redutora, a ideia que a FC clássica era meramente juvenil e marca de imaturidade, seguindo-se o natural comentário de com as novas tendências, o género deixou-se de criancices. É um tipo de visão crítica de nariz empinado que não subscrevo. Os escritores que avançaram (e os seus sucessores, hoje) as fronteiras literárias da FC não renegam o passado, embora possam apontar os seus defeitos e o simplismo das suas premissas.
Why Science Fiction Is the Most Important Genre: Agora apetecia-me tirar selfies sorridentes com o Harari, enquanto os meus dedinhos fazem o símbolo do coração (mas sem duckface, há mínimos a respeitar). Nesta conversa do podcast da Wired, Harari segue a ideia base da FC enquanto género que nos permite, através de antecipação especulativa, refletir sobre o impacto no humano das tecnologias que moldam a sociedade contemporânea.
John Wayne Gacy and the Birth of the Murderabilia Industry: O We Are The Mutants disseca o fascínio mórbido com os crimes macabros dos assassinos em série. E se há interesse, depressa nasce uma indústria que lucra com o olhar lúbrico dos curiosos.
Double Trouble: Uma história dos primórdios do software de compressão de ficheiros. Algo que hoje até nos esquecemos que existe, no nosso mundo digital de internet de alta velocidade e dispositivos de armazenamento entre os gigas e os terabytes. Mas nos tempos em que um disco de 500 mb era considerado muito espaçoso, comprimir era a solução para a proliferação dos dados digitais (I kid you not, o meu primeiro computador portátil corria windows 3.1 sobre um estonteante disco de 500 mb... e tinha ecrã de dezasseis cores).
42 Years Ago Today: The Daring Defection of The Secret Soviet Super Fighter: Uma recordação vinda diretamente dos tempos da guerra fria - a deserção do piloto Viktor Belenko, aos comandos de um Mig-25, à altura a aeronave de combate mais avançada da União Soviética. Fun fact: a guerra fria terminou, a URSS desintegrou-se, e os russos ainda consideram Belenko um traidor.
Can Facebook Really Drive Violence?: É fácil querer ver uma ligação direta entre as redes sociais e os comportamentos violentos, xenófobos ou extremistas. Se de fato as redes vieram aumentar o raio de alcance dos promotores do ódio, talvez só reforcem enviesamentos e comportamentos que já existem nos meios sócio-económicos. Se entrarem numa tasca ou café daqueles não-hipsters, e prestarem atenção às conversas, depressa sentem que as opiniões extremas têm raízes muito fortes no mundo real. E se quiserem mesmo perder a esperança na humanidade, puxem conversa com um taxista.
A Vision of Isolating Technology from 1906: Toda esta tecnologia está a isolar-nos... acho que já se dizia isso quando a cultura oral se começou a sentir ameaçada pelo surgimento da escrita.
An Extraordinarily Expensive Way to Fight ISIS: E um artigo extraordinário sobre a guerra moderna, e tecnologia sem limites financeiros. O relato de uma missão de bombardeiros B2, uma das mais avançadas armas aéreas, como ponto de partida para analisar algumas tendências da guerras de hoje: as assimetrias entre combatentes, e em especial o desligamento mediado por interfaces tecnológicos que os soldados-operadores de armas de alta tecnologia têm da violência bem real que infligem: "B-2 bombers are still primarily regarded as a nuclear-delivery system, meaning that their crews are by selection the sort of men and women capable of defining success as a precisely flown sortie at the outset of mass annihilation". Ou mais prosaicamente, chegar a casa no meio da América e fazer recados para a esposa, depois de uma missão de combate a bombardear insurgentes na Líbia.
Afirma Pereira – Antonio Tabucchi e Pierre-Henry Gomont: Outra crítica a um livro que ainda está na minha lista de aquisições. Serei tal como a Cristina, também vou mergulhar nesta adaptação sem conhecer o original. Diga-se que o traço de Gomont é sedutor.
Comic Con Portugal 2018 em fotos: Bem, não fui à CCPT, restam as imagens para perceber o que perdi. Com mixed feelings. Por um lado aprecio o evento e penso que é bem vindo no crescente espaço cultural geek, por outro, o seu fortíssimo pendor comercial, com um enorme peso das parcerias mediáticas, deixa-me de pé atrás. Tenho algumas dificuldades em compreender a lógica de pagar um bilhete caro para aceder a um evento cuja principal atividade é fazer compras (com preços que suspeito serem inflacionados) e assistir a atividades que são para todos os efeitos estratégias de marketing direto. Algumas notas: a aposta é clara nos cosplayers, e compreende-se, é uma forma de dinamizar o evento sem ter custos. As fotos dos espaços são estranhamente desprovidas de multidões. Das três uma - ou o fotógrafo aproveitou os tempos mais mortos para fotografar, ou os espaços era mesmo muito amplos, ou a CCPT não foi visitada por assim tanta gente.
The U.S. Navy’s New Carrier Drone Borrows 1970s Stealth: A marinha americana conta com um novo drone, e é tão parecido com o Compass Call, um dos primeiros prjetos de arenaútica stealth e algo que pode melhor ser descrito com uma abetarda que até conseguia voar.
Descend Into Great Britain’s Network of Secret Nuclear Bunkers: vai um pouquinho de delícias para os fãs de história do século XX e apaixonados por urban exploration? Através do Atlas Obscura, podemos ficar a conhecer alguns bunkers da rede secreta britânica de instalações subterrâneas, planeadas para sobreviver a ataques nucleares. Espaços arquitetónicos decaídos, salvos da ruína por curiosos dedicacos à preservação destes indícios do temor do apocalipse nuclear.
MIT team digitizes historic sanctuary of Machu Picchu: Um projeto espantoso de digitalização do património, usando fotogrametria para capturar a mais icónica das ruínas vestigiais da civilização inca.
14 Baffling Pics From Our Bizarre Dystopian World: Confesso, o FailBlog é um dos meus prazeres culposos. Boa parte das vezes é parvoíce pura sem sentido, mas de vez em quando o nível de absurdismo aleatório é extraordinário. Caso desta imagem, que teve de certeza origem em alguém que se inspirou em, mas não percebem, 1984 de Orwell.
Boring Company approved to build a tunnel entrance inside a residential garage: uma parvoíce do Elon Musk que, incrivelmente, está a ser levada a sério. A solução para os congestionamentos de trânsito é um túnel com cápsulas para carros individuais. De fato, resolve o problema, para os plutocratas, com a vantagem adicional de não terem de levar com a visão deprimente das massas fedorentas cujo suor exploram, como agora, nas auto-estradas. Como ideia de facilitação de tráfego urbano, é absurda. E notem, já temos sistemas de túneis subterrâneos que permitem resolver os problemas de transporte urbano. Chamam-se metropolitanos, mas de fato sofrem do incómodo de não se poder meter na carruagem o bentley ou o tesla, para se viajar enquanto se saboreia um pouco de champanhe, refastelado dos confortáveis assentos de couro do carro.
Old Predictions About Space Travel Can Be Super Depressing in 2018: Para ser realista, praticamente todas as passadas predições de futuros são hiper-deprimentes quando vistas por aqueles que vivem no futuro. Mas, de fato, a exploração espacial é especialmente deprimente. Quais bases na lua e colónias em marte. Temos umas latitas em órbita e já estamos com sorte.
Science fiction’s new golden age in China, what it says about social evolution and the future, and the stories writers want world to see: Cixin Liu, Hao Jingfang, Ken Liu: nomes que há alguns anos mostram ao mundo que a ficção científica chinesa amadureceu e tem qualidade global. Muito se deve ao trabalho do sino-americano Ken Liu como tradutor, que tem contribuído para que os leitores globais conheçam o trabalho dos escritores chineses.
Exoplanetas: Super-Terras podem funcionar como prisões gravitacionais: Pondo a questão em termos simples, nos planetas gigantes: para se sair de lá, we're gonna need a bigger engine. E foguetão a condizer.
This South African cave stone may bear the world’s oldest drawing: Do extraordinário. Vestígios com mais de setenta mil anos daqueles que foram os primeiros traços artísticos da humanidade. O sentimento criativo, a vontade de se exprimir pela arte, um instinto primevo, algo que nos está enraizado desde a noite dos tempos.
Refutação dos Argumentos Contra as Alterações Climáticas de Origem Antropogénica: O SciMed publica pouco, mas quando o faz, fá-lo bem. Desta vez desmonta, com dados e apontando as falácias fisolóficas, a ideia de ceticismo face às alterações climáticas.
Making useful three-dimensional maps: Uma ideia que faz imenso jeito. Olhem para um mapa do Porto, ou do Funchal, e aquilo parece fácil, com ruazinhas tão direitinhas. Quando lá estamos é que descobrimos que o que é plano no mapa é a pique na realidade. As pernas é que sofrem.