quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Dylan Dog: Profondo nero; I conigli rosa muoiono; Arriva il Dampyr


Dario Argento, Corrado Roi (2018). Dylan Dog #383: Profondo nero. Milão: Sergio Bonelli Editore S.p.A..

Dario Argento dá o seu toque habitual de giallo com recortes de sobrenatural na mais recente aventura do old boy. Dylan mergulha no mundo sombrio e decadente do sado-masoquismo, envolvendo-se na morte misteriosa de uma modelo especializada na submissão. Ao fazê-lo, descobre um muno de elites mórbidas, onde por detrás da aparência de respeitabilidade residem os mais tenebrosos vícios. Como também é habitual em Argento, a história oscila entre o sombrio e o exploitation. Corrado Roi acompanha com um grafismo expressivo que assenta como uma luva ao argumento.



Luigi Mignacco, Cesare Valeri (2018). Dylan Dog Color Fest #25: I conigli rosa muoiono. Milão: Sergio Bonelli Editore S.p.A..

Para a mais recente Color Fest, Luigi Mignacco faz regressar Pink Rabbitt, um clássico inimigo de Dylan Dog. Mas desta vez o coelho psicótico não espalhará o horror à motosserra pelas ruas de Londres. É um Dylan em coma que se descobre no país das cores, o mundo paralelo habitado pelos personagens de cartoons, onde algo de inédito começa a suceder: a mortalidade começa a afetar as criaturas de desenho animado. Um mistério que se resolverá com o regresso de Dylan à realidade, denominada pelos seres desenhados como um sonho. Sonho pela qual arriscam uma droga que lhes faz perder a vitalidade.

Esta é uma história que só funciona com o trabalho gráfico de Cesare Valeri. Está pensada para ser um desenho animado. Todo o visual replica, de forma intencional, a estética dos cartoons, ao estilo Disney, com seres antropomorfizados e cores berrantes. O tom de ironia é elevado, entre a homenagem aos gags clássicos e ao jogo de sentidos de um personagem de banda desenhada se descobre como personagem de banda desenhada. A barreira ficcional é quebrada múltiplas vezes, e não consigo deixar de ver uma reflexão sobre o momento político contemporâneo em Itália com a caricatura de um leão violento que atiça as multidões contra Dylan por este ser estrangeiro. Óbvia referência a políticos que atiçam os ódios contra refugiados.


Roberto Rechionni, Giulio Gualtieri, Daniele Bigliardo (2018) Dylan Dog n. 371: Arriva il Dampyr. Milão: Sergio Bonelli Editore S.p.A..

Solícito, o empregado da Bonelli Point informou-me que esta é uma história incompleta, cujo final aparece num volume de Dampyr publicado em sequência. Já o sabia. Apesar de ser coisa rara, um crossover no universo Bonelli. Esta editora tem personagens muito distintas que, apesar de nalguns casos partilharem épocas, não se cruzam nos seus mundos ficcionais. Este cruzamento Dylan Dog/Dampyr foi um teste da editora.

Dampyr e Dylan Dog têm pontos em comum, como personagens ligadas ao sobrenatural, mas são diferentes entre si. Dampyr é um título violento e focado na caça aos vampiros, Dylan Dog tem mais nuances, oscila entre o giallo e o sobrenatural com forte carga de romantismo. Neste crossover, sente-se que Dylan sai a perder, perdeu a sua deliciosa subtileza para se adaptar ao toque violento de Dampyr.

A história tem recorte épico, com um grande vampiro escandinavo à solta na cidade de Londres, pronto a exercer a sua vingança por uma derrota face ao grade mestre inglês. Unindo-se a um dos inimigos de Dylan, consegue apropriar-se de armas de destruição massiva, e só uma vampira do seu clã que lhe permanece leal ao ponto de o contrariar parece ser capaz de travar um cataclisma. O episódio termina com um perfeito cenário de casa assediada, com uma horde de vampiros a atacar o número 7 de Craven Road, restando a Dylan e Groucho a ajuda do Dampyr e companheiros para os travar.Solícito, o empregado da Bonelli Point informou-me que esta é uma história incompleta, cujo final aparece num volume de Dampyr publicado em sequência. Já o sabia. Apesar de ser coisa rara, um crossover no universo Bonelli. Esta editora tem personagens muito distintas que, apesar de nalguns casos partilharem épocas, não se cruzam nos seus mundos ficcionais. Este cruzamento Dylan Dog/Dampyr foi um teste da editora.

Dampyr e Dylan Dog têm pontos em comum, como personagens ligadas ao sobrenatural, mas são diferentes entre si. Dampyr é um título violento e focado na caça aos vampiros, Dylan Dog tem mais nuances, oscila entre o giallo e o sobrenatural com forte carga de romantismo. Neste crossover, sente-se que Dylan sai a perder, perdeu a sua deliciosa subtileza para se adaptar ao toque violento de Dampyr.

A história tem recorte épico, com um grande vampiro escandinavo à solta na cidade de Londres, pronto a exercer a sua vingança por uma derrota face ao grade mestre inglês. Unindo-se a um dos inimigos de Dylan, consegue apropriar-se de armas de destruição massiva, e só uma vampira do seu clã que lhe permanece leal ao ponto de o contrariar parece ser capaz de travar um cataclisma. O episódio termina com um perfeito cenário de casa assediada, com uma horde de vampiros a atacar o número 7 de Craven Road, restando a Dylan e Groucho a ajuda do Dampyr e companheiros para os travar.