sexta-feira, 25 de março de 2016

An Atlas of Countries That Don't Exist

 

Nick Middleton (2015).  An Atlas of Countries That Don't Exist: A Compendium of Fifty Unrecognized and Largely Unnoticed States. Nova Iorque: MacMillan

A maioria destes países não existentes são tragédias políticas e humanitárias, com povos que se viram atravessados no meio das forças da história. Outros, curiosidades e resquícios dos tempos antigos. E ainda outros são constructos do imaginário, formas de tangibilizar os territórios da mente na geografia, ou de imaterializar as difusas fronteiras territoriais.

Passamos o tempo desta rápida leitura a pensar é só isto? O livro faz uma listagem interessante de estados-pária, países não reconhecidos, territórios sob ocupação, sem esquecer os micro-países auto-proclamados por pessoas bizarras. Infelizmente, não passa disso, com pequenos apontamentos que parecem decalcados de parágrafos da wikipédia a contar histórias que mereciam ser mais aprofundadas. O interesse deste livro está no recordar-nos que a ordem global não é tão estável quanto queremos crer, e termina com um apontamento interessante sobre países imaginários. Infelizmente, não passa de uma colecção de curtos apontamentos.

Como curiosidade, o autor refere um território independente na Madeira, o ilhéu da Pontinha, aparentemente ocupado por templários até ser devolvido à coroa portuguesa e entregue ao primeiro comprador, em 1909. Estranhamente, conheci o auto-proclamado príncipe da Pontinha em Santarém, num congresso de professores organizado pela ESE local. Tal como eu, o príncipe Renato é professor de Educação Visual e Tecnológica, e recordo-me vagamente de me ter falado do seu ilhéu num jantar scalabitano bem regado, mesmo na viragem do século. Curiosidades. Há que ver que os professores de EVT estão sempre envolvidos no que é interessante.

Certo, escrevi ali em cima viragem de século. Cresci no último quarto do século XX, o que é que querem...