quinta-feira, 17 de abril de 2014

Comics: Challengers of the Unknown; Big Baby.


Howard Chaykin (2006). Challengers of the Unknown: Stolen Moments, Borrowed Time. Nova Iorque: DC Comics.

Se Chaykin se distingue pelo seu estilo visual dinâmico há momentos em que o excessivo dinamismo acaba por complicar a leitura. É o caso deste Challengers of the Unknown, que até parte de premissas interessantes mas descamba no estilismo comunicativo do argumentista-ilustrador. A sua revisão a estes personagens clássicos que, volta não volta, a DC tenta ressuscitar sem grande sucesso envolve ex-assassinos programados em luta contra uma conspiração de oligarcas que já domina o mundo. Tem um ponto de muito interesse. A páginas tantas Chaykin coloca-os na lua, onde os oligarcas construíram uma base saída dos sonhos da ilustração dos anos 50. O ilustrador deleita-se a recriar a iconografia clássica das naves, aeronaves, foguetões e design retro-futurista, iconografias que lhe são queridas. conceptualmente consegue tocar na manipulação dos media por interesses financeiros específicos, mas o tom geral de excessivo dinamismo anula as leituras possíveis desta revisão aos clássicos desafiadores do desconhecido. O falhanço torna-se mais evidente porque se percebe o esforço colocado no argumento para levar as aventuras dos personagens para além dos limites desta curta série.


Charles Burns (2007). Big Baby. Seattle: Fantagraphics.

O surrealismo grotesco de Burns está em evidência nesta visão distorcida do bucolismo suburbano vista pelo prisma inocente mas transformado pela cultura pop de horror de uma criança. São histórias do banal macabro transformadas pela visão de Burns em algo que remente para o sobrenatural dos comics clássicos. Não sendo um trabalho tão visceral como Black Hole, vive do grafismo pessoal do autor.