terça-feira, 1 de outubro de 2013

Comics: Creepy Presents Steve Ditko; American Vampire Anthology


(2013). Creepy Presents: Steve Ditko. Milwaukie: Dark Horse Comics.

O nome de Steve Ditko na capa promete. Este lendário ilustrador que trouxe o psicadelismo surreal aos comics tem uma iconografia inconfundível e enche as vinhetas com uma imagética onírica que ultrapassa largamente os limites do género. Mas não esperem ver muito disso neste livro. Coligindo histórias ilustradas para as clássicas revistas de horror Creepy e Eerie, mostram o trabalho de um na altura jovem ilustrador que estava a desenvolver o seu estilo individual no meio dos constrangimentos editoriais. Não há aqui os voos visuais de imaginação da sua obra mais tardia. O traço é muito convencional e fiel aos ditames do realismos. Nalgumas vinhetas nota-se a sua evolução estilística em direcção ao surreal, mas no global o estilo fica-se pelo convencional. Mas é Ditko, e isso atrai leitores, que deve ser precisamente aquilo que a Dark Horse pensou ao editar esta colectânea que reimprime excertos das revistas de terror gráfico.


Scott Snyder (2013). American Vampire Anthology. Nova Iorque: DC Vertigo.

A moda mediática dos vampiros é o que explica a continuidade desta popular série na Vertigo. Não que Skinner Sweet seja um personagem desinteressante. Feroz e visceral, traz algo novo ao género. Não é o elegante vampiro clássico nem a criatura efeminada tão popular nos dias de hoje. A sua imortalidade é um bom mote para histórias que tocam em diferentes cronologias e Scott Snyder tem aproveitado isso muito bem. Mas para manter a sequencialidade dos floppys o tom está mais numa espécie de novela com dentadas sangrentas com as obrigatórias disputas entre vampiros à antiga e caçadores. Esta antologia tenta insuflar algum novo interesse na série expandido o universo ficcional através de pequenas histórias em que a voz é dada aos personagens mais secundários. Não se sai mal, mas o peso da sequencialidade da série está a fazer perder o interesse a um personagem que, convenhamos, é mais um vampiro para povoar os sonhos erótico-fantasistas dos segmentos-alvo do mercado.