domingo, 25 de agosto de 2013

Leituras

Big Bang Theory Gets a 3D Printer: Bazinga! Parece que finalmente a sitcom mais g33k do momento se apercebeu da impressão em 3D. Pena é que a cena em si tenha pouco do bom humor repleto de cultura g33k que caracteriza a série e muito do que parece ser propaganda da Stratasys ou da Makerbot. Todo aquele discurso sobre revolução na manufactura, acessibilidade de preço, e deslumbramento face à capacidade de imprimir objectos, parece algo saído da pena dos evangelistas da tecnologia. E claro, os personagens tinham que se recriar como bonecos impressos em 3D...

The Reality Show: Como é que os esquizofrénicos e os paranóicos expressam os males-estares de alma? Noutros tempos apontariam para as manigâncias de maléficas criaturas divinas ou encantamentos de criaturas de magia. Com a evolução tecnológica começaram a culpar as suas ilusões patológicas numa espécie de hiper-tecnologias de fantasia utilizadas por grupos obscuros para controle de percepção. Dos anos e demónios controladores a "estou a viver num reality show, quando é que conheço os argumentistas e a equipe de câmaras", sublinhado de uma forma que inverte o mcluhanismo do media ser a mensagem. Aqui a mensagem, a da ilusão paranóica de forças externas que controlam o indivíduo, é sempre a mesma mas os meios em que se manifesta mudam: "a desert nomad is more likely to believe that he is being buried alive in sand by a djinn, and an urban American that he has been implanted with a microchip and is being monitored by the CIA. ‘For an illness that is often characterised as a break with reality,’ they observe, ‘psychosis keeps remarkably up to date.’ Rather than being estranged from the culture around them, psychotic subjects can be seen as consumed by it: unable to establish the boundaries of the self, they are at the mercy of their often heightened sensitivity to social threats." O artigo conclui com uma intrigante reflexão sobre a tendência contemporânea da cultura popular que abandonou a linearidade lógica em troca da desconexão sequencial e multiplicidade de visões do real que dão a qualquer um uma aproximação do que é um estado de psicose. Cita obrigatoriamente Philip K. Dick e o filme Matrix, como não podia deixar de ser, mas o que eu não sabia era que Evelyn Waugh escreveu um livro baseado nas suas próprias experiências com ilusões paranóicas. (Waugh foi um brilhante e hilariante escritor britânico do século XX que se celebrizou pelo nostálgico Brideshead Revisited mas que tem na trilogia Sword of Honour, crónica das aventuras de um aristocrata vagamente incapaz na máquina militar britânica na II guerra, uma das mais bilhantes sátiras àquela aura de elegante anglicidade fleumática que permeia as percepções da aristocracia inglesa.)

Antonio Bernal - Hora T, Super Relatos Gráficos de Terror: E já que estamos em maré de visões anglicistas... as capas do ilustrador espanhol Antonio Bernal que dão dimensões monstruoso-psicadélicas a personagens clássicos dos comics britânicos como The Spider (um super-criminoso que com as suas armas tecnológicas tentava dominar o mundo) e Steel Claw (um agente secreto com uma mão de metal que lhe conferia o poder de invisibilidade, particularmente útil para roubos ou assassínios institucionais).

New Imagery of Asteroid Mission: Como seria uma missão destinada a salvar a Terra do impacto de um asteróide? Muito pouco a ver com o filme Armageddon. Neste um conceito de abordagem caso seja necessária uma missão para desviar um asteróide (e não explodir com bombas nucleares, o que é altamente contraproducente) a NASA deslumbra com uma design fiction altamente cinemática. E sem ter de recorrer a acidentes no espaço, cidades pulverizadas, perfuradoras orbitais ou astronautas heróicos que descolam sob o sol poente.