segunda-feira, 16 de abril de 2012

Metal and Flesh: The Evolution of Man: Technology Takes Over


Ollivier Dyens (2001). Metal and Flesh: The Evolution of Man: Technology Takes Over. Cambridge: MIT Press.

A primeira questão que este livro se coloca é o que é a vida. Olhando para os vírus e sistemas complexos, tira ilações curiosas. Vida é um conceito que pode ser entendido como algo mais do que um conjunto de seres vivos tradicionais. Genes, ideias, memes, cultura, tecnologia: para o autor todos partilham das condições necessárias ao estar vivo. O existir, o reproduzir-se, o evoluir. Não falamos de vida consciente, mas de formas de vida elementar que encontram estratégias evolutivas de sobrevivência.

Misturando um pouco de teoria dos memes, o autor vai um pouco mais longe: hoje, a cultura e as ideias dominam a evolução da vida e nós, parte de um complexo ecossistema terrestre que mistura o natural, o consciente e o tecnológico, agimos para ajudar a preservar no tempo memes culturais. Religiões, hábitos culturais, filosofias foram os meios de propagação dos memes. Hoje temos a tecnologia, que nos está a levar a horizontes cada vez mais pós-humanos.

Chegamos ao momento contemporâneo em que todos os futuros são possíveis e serão as escolhas a ditar quais os que bifurcam e quais os que se extinguem. Dyens observa que hoje somos já uma espécie mista, um constructo cultural de base biológica cada vez mais mesclado com a tecnologia. Não se trata de perder a humanidade ou dexiar de ser vivo, trata-se de perceber que estamos a ficar diferentes. Não piores, nem melhores, apenas diferentes, como consequência de um processo evolutivo em que a cultura é cada vez mais dominantes. Este é um livro que não é particularmente claro, misto de ensaio com dissertação que deixa as ideias fluir. Desse fluxo tiramos novas e intrigantes ideias. Não há conclusões, só uma enorme provocação sobre o que significa a vida, a cultura, o ser, a humanidade e a tecnologia.