segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

The Thomas Beale Cipher



Às voltas com um conto obscuro sobre cifras e buscas sem destino, esta curta metragem de animação filmada em rotoscopia surpreende pela forma como mistura texturas e colagem numa animação com um estilismo muito elegante.

...

domingo, 30 de janeiro de 2011

Accelerando



Charles Stross (2005). Accelerando. Nova Yorque: Ace Books

Accelerando (HTML, ePub, Mobi, RTF)

Há livros que nos atingem como um murro com o seu futurismo desbragado Este é um deles. Cada página lê-se como um inventário de conceitos trans e pós-humanistas, com uma grande dose de utopismo digital à mistura. Estruturalmente, Accelerando lê-se como uma versão cibernética do Schismatrix de Bruce Sterling, onde o transhumanismo bioengenhado é substituído por um pós-humanismo tecnológico.

É uma obra ambiciosa. O arco é longo, iniciando-se num futuro próximo e terminando num futuro onde o tempo cronológico deixa de fazer sentido. Segue as aventuras e desventuras da dinastia Mancx, iniciada por um futurista bleeding edge que vive na crista da onda tecnológica, iniciador de ondas de choque técnicas a qualquer momento do seu dia, criativo que liberta todas as intuições e criações no domínio público. A transcendência cristaliza-se na personalidade da filha, destilada de um centro de reprodução artificial e que acaba por partir à descoberta dos limites do universo, através da exploração de um artefacto alienígena encontrado nas fronteiras do sistema solar que é um router que dá acesso às auto-estradas galácticas da informação. Por detrás da cortina está uma inteligência artificial que se encarna como um gato, que no final do livro surge como uma entidade que ao longo dos tempos manipulou os personagens obrigando a humanidade a dar um longo salto evolutivo.

Quanto a conceitos futuristas... temos um pouco de tudo. Lagostas digitais inteligentes, que ganham consciência como consequência de explorações da digitalização da mente, interconectividade total entre o ser e o mundo digital, ambientes virtuais habitados por cópias conscientes de pessoas, a economia como ser sentiente autónomo, visões de uma humanidade que se digitaliza e transforma o sistema solar num vasto computador, divisão de um ser humano em múltiplas cópias igualmente conscientes, civilizações galácticas que vivem num perpétuo estado digital... entre outros voos de futurismo profundo.

Deste livro retiro duas expressões que caracterizam muito bem estados contemporâneos: the burn of the new, usado pelo autor para descrever a sede de novidade para lá da crista da onda, e cognitive dissonance, significando momentos de incompreensão devido à falta de estruturas cognitivas capazes de abranger as novidades trazidas pelas mudanças.

...

...

sábado, 29 de janeiro de 2011

...



Pois... alguém há de apagar...

New Voices in Dark



Junji Ito, New Voices in Dark

New Voices in Dark é uma compilação de histórias curtas de horror nipónico originalmente publicadas em revistas do género. Marcadas pelo toque pessoal deste autor, com a surrealidade enigmática do horror japonês, oscilam entre o escatológico e o absurdo, numa visão caótica e aleatória do que constitui o horror sublinhada por um traço preciso e iconografia surreal. De todas as histórias coligidas destacaria The Library of Illusions, misto de Borges e Bradbury, onde a memória das palavras literárias se encarna em terrores devoradores do ser humano, e Anything but a Ghost, onde as regras da atracção sexual são distorcida de uma forma apelidável apenas como "fantasmo-fágicas".

(O link não é exactamente legal. Enfim, de vez em quando há que passar fronteiras para descobrir o que não se encontra nas nossas livrarias... como nota, seria giro se se encontrasse mais manga por cá para lá do entediante Deathnote ou do adolescente Naruto.)

...

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Chuvas...

Grandes momentos das minhas capacidades domésticas: acordar, olhar para as nuvens e pensar que pode chover. Ou talvez não. Por isso deixar a roupa a secar na varanda. Ficar de queixo caído a ver a chuva durante o dia. Regressar a casa, retirar a roupa ensopada da varanda e voltar a fazer uma máquina. Boa. Mais um ponto alto. O problema é que com o ordenado de stor não dá para arranjar uma maria para dar umas voltas à casa. Ou, nesta era globalizada, uma Yulia ou Marineide...

:)



Que não se diga que sou um professor desprovido de sentido de humor. Os alunos gostaram. As professoras que foram para a sala na hora seguinte é que talvez nem por isso...

...



They're in our skyes...

...

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Rei Mosca



Uma das personagens criadas pelos alunos de uma das turmas de 3º ano de escolaridade para um filme em 3D. O objectivo é que o trabalho seja desenvolvido maioritariamente pelos alunos, e apesar das dificuldades da modelação 3D, as coisas começam a compor-se. Nesta fase já só faço pequenas correcções de proporções e posicionamento aos trabalhos das crianças. O software é o venerável Bryce 5.5.

...

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Capote in Kansas



Andy Parks, Chris Samnee (2007). Capote in Kansas. Portland: Oni Press.

In Cold Blood ficou para a história como um marco da literatura, uma obra que mostrou que a não-ficção bem escrita tem o poder de marcar os leitores. Foi também um momento decisivo na carreira do escritor dandy Truman Capote, urbanista frequentador de elevados círculos sociais que mergulhou na ruralidade americana para contar uma história em que a realidade é a ficção.

Neste comic, é essa a história que é observada. O processo criativo do autor, o seu contacto com as gentes simples e os criminosos, bem como a preocupação em escrever uma obra que faça justiça às pessoas e não explore o lado lúrido do crime, são os grandes temas deste livro. A ilustração, num sóbrio registo de preto e branco, sublinha o carácter intimista desta obra que mergulha na mente única do escritor.

...

...

domingo, 23 de janeiro de 2011

Previsivelmente...

... cavaco ganhou as eleições presidenciais. O resultado era mais que previsível. Há cinco anos, aquando das eleições anteriores, o New York Times definiu muito bem o gosto do povo português por este político, ao apelidá-lo de saint cavaco (não vale a pena ir à procura do artigo, está inacessível atrás de paywalls). Não vou fazer comentários do tipo "mais cinco anos de obscurantismo", porque este já dura há mais tempo na política portuguesa. Serão mais cinco anos de aurea mediocritas e gravitas fátuo. Talvez alguém com jeitinho para a coisa faça malandrices e cavaco nos surpreenda, parando o país para anunciar a sua surpresa e abalo porque lhe hackaram o email ou a conta do facebook...

Collage Voyage



Uma intrigante exposição nas Caldas da Raínha: Collage Voyage na associação Bixo Mau. Ao invés da collage tradicional, as imagens foram pintadas simulando a estética da técnica. Interessante, e sempre com aquele apaixonante détournement de dissonância cognitiva que caracteriza a collage.

Ir...

... ao supermercado e não esquecer o essencial: paninhos amarelos para limpar a cozinha. Aquele que reside no lava-loiças tem uma cor suspeitamente verde-acinzentada. Pela forma como se mexe, assumo que já fervilha com formas de vida que evoluíram por entre as fibras amarelas. Algo me diz que já desenvolveram civilizações avançadas e estão a tentar comunicar com a vida inteligente mais próxima através de sinais de rádio. Claramente não é comigo. Pano para o lixo.

Fail...



Num artigo da PC Guia deste mês sobre o Android a ilustração do cabeçalho é um smartphone a correr Windows Mobile 6.5 (com a skin sense da HTC). O Android tem vários sabores, mas Windows ainda não é um deles... aposto que o designer gráfico que montou a página usa iPhone. Para essa malta tudo o que não tiver maçã é igual... Fail!

...

sábado, 22 de janeiro de 2011

Coisas...

... bizarras que me apetecem dizer: o show de strip no bar de alterne acabou mais cedo. A stripper era avantajada e o palco ruiu.

...



We are the robots.

Vislumbre



Um vislumbre do que ando a fazer em algumas escolas do 1º Ciclo, por pura carolice. Neste caso, o objectivo é criar um filme em 3D a partir de uma história criada pelos alunos. O software é gratuito ou open source, e o hardware o comum Magalhães (tirando algumas excepções e o meu vaio). Ei-los a modelar as personagens em Bryce.

...

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Lobo

Travo amargo do café nos lábios. Vento a rugir lá fora. Suave calor do processador e ronronar da ventoinha. Brilho fosco do monitor. É a hora do lobo, em que procuro a espuma da crista da onda das marés cibernéticas em busca de vislumbres fugazes do absolutamente novo, do que está para vir e do que já foi esquecido.

...

Tinta nos Nervos



Tinta nos Nervos

Saí desta exposição com mixed feelings. Por um lado, é um sinal da maturidade da BD portuguesa o ter chegado a uma sala de exposições com as conotações de grande arte do CCB. Conta com imenso material gráfico, representativo do que melhor se faz na oitava arte em portugal, e toca uma abordagem histórica ao mostrar autores contemporâneos ao lado de autores clássicos.

Por outro lado... a exposição merecia um espaço maior. A multiplicidade de pranchas expostas num local tão pequeno é saturante e não deixa os trabalhos respirar. Quanto às escolhas curatoriais, achei curioso que numa iniciativa tão abrangente o clássico José Ruy tenha ficado de fora (também não sou fã, mas não deixa de ser um marco na BD portuguesa) bem com as novas experiências no vibrante campo dos manga. Estilisticamente, à excepção de alguns autores, apresenta uma concepção de BD como objecto artístico, oscilando entre o underground e a prática de arte contemporânea.

O grande mérito desta exposição é o colocar a BD nacional num spotlight pouco comum. E para fãs conhecedores, ver reunidos num mesmo local pranchas originais de autores como Vítor Mesquita ou José Carlos Fernandes é uma delícia.

...

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Adbusters #93



É absolutamente fascinante ver que a crítica mais concertada ao capitalismo desenfreado vem não dos suspeitos do costume mas de uma coligação fracturada de ambientalistas, teóricos dos media e activistas. Se o velho argumento anti-capitalista colide com as realidades históricas das ditaduras soviéticas e do gangsterismo norte-coreano (já para não falar da revolución sem dissidências ou do comunismo capitalista chinês), esta nova forma de criticar e apontar as falhas ao sistema que parece dominar a sociedade humana reflecte uma coligação inesperada de quem vê os recursos naturais a esgotarem-se, o ambiente a degradar-se e a cultura global a uniformizar-se sobre a pressão das grandes corporações transnacionais.

Reparem que enquanto nos preocupamos com deficits, envelhecimento da população, pressões mercantis e onde arranjar dinheiro para mais TGVs há questões maiores que passam ao lado: o corrente modelo social não só é injusto, promotor de desigualdes e demasiado ao sabor de caprichos financeiros, como é insustentável do ponto de vista ambiental e da utilização dos recursos naturais. Encerrados numa lógica de eterno crescimento, apregoamos o combate aos desafios de curto prazo, mas estamos a esquecer o verdadeiro desafio geracional: como fazer sobreviver a civilização humana num planeta cada vez mais vazio de recursos.

...

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Burn

Sabem o feeling. Muitas ideias e muito trabalho, pouca energia. Constante sensação de cansaço e sempre que se pára adormece-se. Toque de burnout. É normal, estou habituado, é como as ondas e marés, vai e vem. Regular programming will resume soon.

...

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Blues



Robert Crumb, Blues.

Apesar de indelevelmente conotado com a contra-cultura dos anos 60, Robert Crumb é também um grande amante dos Blues. E não de qualquer género, mas sim dos blues de raiz, dos percursores do género musical que viviam de terra em terra, a tocar as suas violas acústicas e a cantar canções de tristeza ou alegria. Blues é a homenagem do autor a este género musical, coligindo contos biográficos sobre algumas personalidades quase desconhecidas, elegias ao coleccionismo de antigos discos e capas de albuns ilustradas por Crumb no seu estilo distinto.

...

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

...



Maquinaria oculta no tecido do universo.

The Boy Who Followed Lovecraft

Marc Laidlaw, The Boy Who Followed Lovecraft

O plot twist é uma das técnicas elementares do conto de terror e ficção científica. Não é essencial para uma boa história, mas quando é bem aplicado, é memorável. É o caso deste conto publicado na edição mais recente da Subterranean Online. Mergulha-nos no fascínio de um rapaz pelos contos de Lovecraft, na época em que estes foram escritos. Este tem de ocultar o seu gosto, uma vez que estas leituras são desencorajadas pela família (onde é que eu já senti isto.... Quando a professora o informa que o escritor vive mesmo ali ao seu lado, na cidade onde o rapaz habita, este começa uma busca tentando encontrar o seu herói literário. E quando o encontra, numa só frase em que termina o conto todas as ilusões são desfeitas. O notoriamente racista Lovecraft não reage bem ao seu jovem fã negro.

...



Tremeliques

domingo, 16 de janeiro de 2011

Burn of the New

His brain is still fuzzy, like a scalpel blade clogged with too much blood: he needs stimulus, excitement, the burn of the new. - Charles Stross, Accelerando. Descreve exactamente o estado habitual do meu cérebro.

...



Experiências com a app RetroCamera no galaxy tab...

...

Squirrel Seeks Chipmunk



David Sedaris (2010). Squirrel Seeks Chipmunk: A Modest Bestiary. Nova Yorque: Little, Brown & Co.

Se Esopo e LaFontaine estivessem hoje vivos e a escrever, sobre o que versariam as suas fábulas? Seriam as reflexões divertidas e moralizantes às voltas do padrão de comportamento aceite na sociedade ocidental, ou espelhariam as incongruências e paradoxos de uma sociedade contemporânea onde os conceitos comportamentais se fracturaram e os padrões estabelecidos deixaram de fazer sentido nas eternas buscas do bem estar individual?

É esta segunda via que Sedaris, presença regular nas páginas da New Yorker, recria nas pequenas fábulas que retratam as neuroses humanas contemporâneas utilizando a antropomorfização, um dos mais clássicos artifícios literários. Sob a cobertura dos pequenos animaizinhos ternurentos, o escritor ridiculariza a falta de bom senso que caracteriza as relações sociais contemporâneas. A minha fábula favorita é a do coelho que preocupado com a invasão da floresta se nomeia defensor vigilante e de cacete na mão abate tudo o que lhe parece ameaça à estabilidade e bem estar, aniquilando animais que lhe apontam falhas mas acabando nas bocarras dos lobos. Belíssimo comentário aos defensores mais arreigados do conservadorismo, prontos a saltar à cacetada sempre que se sentem ameaçados mas cegos perante os reais perigos do mundo contemporâneo.

sábado, 15 de janeiro de 2011

V1



Uma coisinha complexa que ando a preparar no Bryce. Parte um, e por hoje já chega.

...

Nham!

Já tiveram daqueles sonhos em que comiam compulsivamente delícias culinárias? Acabei de ter um desses... em que devorava saborosos bolos cremosos. Infelizmente acordo e os conteúdos da despensa e frigorífico não são adequados aos apetites despertados pelo sonho. Vicissitudes da vida...

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

...

Tokyo Vice



Jake Adelstein (2009). Tokyo Vice. Nova Yorque: Pantheon Books

Japan Subculture Research Center

Este não é um livro habitual sobre o Japão. Obras que se concentram no país do sol nascente normalmente abordam o papel do país na II Guerra mundial ou então olham para a contemporaneidade, traçando retratos quase caricatos de uma nação hipermoderna com uma cultura popular muito peculiar e um quase fanatismo por tecnologia.

Tokyo Vice retrata um Japão oculto através da experiência de vida de um jornalista americano a trabalhar para um dos maiores jornais japoneses. Integrado na cultura, torna-se repórter criminal e investiga o submundo nipónico, dos crimes banais às zonas vermelhas de Tóquio, onde todas as perversões e fetiches encontram o seu local. O seu envolvimento com a Yakuza é inevitável, e é esta a verdadeira história da obra: uma luta entre um jornalista e um dos maiores criminosos da máfia japonesa, que coloca em perigo fontes, família e o próprio jornalista, que assusta os editores nipónicos e põe a nu uma certa permissividade baseada em antigos ideais de honra e salvar a face que caracteriza a relação entre a polícia e os sindicatos criminais.

Não é uma leitura divertida, por nos fazer olhar para um Japão violento, perverso e criminalizado, onde organizações criminais estão profundamente enraizadas na sociedade e o valor da vida humana é muito baixo.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

...

Piano



Cuidado com os pianos. Se não os tratarmos bem eles defendem-se... esta animação, da autoria de Paul Rayment, também se distingue pelo seu estilo gráfico muito inesperado.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Mosquito



Uma simples modelação com formas primitivas para mostrar aos alunos do 1º ciclo como criar personagens em 3D. O objectivo é criar um pequeno filme em que tudo, argumento, cenários, personagens e voz, seja da autoria dos alunos. Um filme em 3D, entenda-se. Após um primeiro passo em que as crianças esboçaram algumas das personagens em papel, tentámos hoje passar ao computador. Pensei que iria ser desastroso, uma vez que este passo não é fácil e implica desenvolver percepções de como descrever uma forma complexa a partir de sólidos geométricos e aprender a trabalhar em diferentes pontos de vista para posicionar correctamente as formas. Mas correu melhor do que imaginei. Novamente, as crianças surpreendem pela flexibilidade com que aprendem.

...

Gotta Have 'Em



Robert Crumb (2003). Gotta Have 'Em Portraits of Women by Robert Crumb. Los Angeles: Greybull Press.
Robert Crumb

Uma ode gráfica às mulheres que Robert Crumb amou, no seu inconfundível estilo. Fortemente intimista, este é um longo diário gráfico cuja história subjacente se envolve com a vida do autor.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

The Cat With Hands



Deliciosamente creepy, esta curta de terror é muito eficaz a despertar calafrios. Cuidado com os gatos. Não sabemos o que se esconde por detrás daqueles olhares enigmáticos

...

Video Killed The Ignorance Star

Num fascinante artigo publicado na Wired deste mês, Chris Anderson, um dos organizadores das conferências TED, observa que a disponibilidade de videos na internet está a revolucionar a forma como aprendemos. A tese do autor é interessante, e intrigante. Mostra, com exemplos, como utilizando o vídeo se formam globais comunidades de criadores que disseminam conhecimento funcional, gerando ciclos de criação, partilha e estímulo a novos avanços criativos: "I believe that the arrival of free online video may turn out to be just as significant a media development as the arrival of print. It is creating new global communities, granting their members both the means and the motivation to step up their skills and broaden their imaginations. It is unleashing an unprecedented wave of innovation in thousands of different disciplines: some trivial, some niche in the extreme, some central to solving humanity’s problems. In short, it is boosting the net sum of global talent. It is helping the world get smarter.

Eu iria um passo mais longe: esta revolução cultural em que sinto que vivemos está a ser alimentada pelo poder colaborativo da internet, que tornou fácil o que antigamente era difícil: a partilha de cultura, particularmente das criações mais avant garde ou bleeding edge. Há inúmeros sites - do DeviantArt ao YouTube, sem esquecer o precioso Vimeo, que fervilham de criatividade. E há redes sociais que ajudam a disseminar essa informação, à velocidade de um clique nos botões de partilha. O resultado é uma explosão de criatividade global, constantemente reforçada e acessível a quem dispuser de uma ligação à web.

domingo, 9 de janeiro de 2011

...

Promethea

A ler o espantoso Promethea de Alan Moore. Brilhantemente escrito e cheio de referências à magia e ao oculto. A começar no título, variação feminina do mito do dador do fogo da imaginação.

Mesclagem



Quando a ficção se mescla com a realidade... nesta hora e época, bastaria uma simples busca para em poucos segundos saber se esta cerveja Duff tem alguma coisa a ver com a já arcaica e anacrónica série Os Simpsons. Talvez sim, talvez não. Prefiro ficar-me com a impressão que a vida imita a arte, ou a arte imita a vida.

...

Scrat's Continental Crack-Up



Parece que afinal o Alfred Wegener se enganou. Foi isto que realmente causou a deriva dos continentes... :)

Fora de brincadeiras, os estúdios da Pixar distinguem-se pela qualidade e criatividade das suas produções, num estilo CGI muito próprio e distinto.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Utensílios

A seguir uma discussão no Interactic sobre iPads nas escolas, que está a ser bem interessante e estão a ser levantadas questões muito importantes quer em relação ao papel da tecnologia quer ao do professor num futuro próximo.
- em primeiro lugar, a questão do hardware: mais do que marcas, o preço, potência, expansibilidade e flexibilidade são as questões que me parecem essenciais. aqui confesso-me já um anti-mac irredutível - não por desprezar as qualidades do hardware e software (e o design lindo de morrer), mas por os achar demasiado caros, com um culto quase religioso pela marca e com um princípio subjacente de computação como electrodoméstico. antes de começarem a atirar os tomates e os ovos podres, recomendo uma vista de olhos ao the future of the internet de Jonathan Zittrain e creio que poderão entender melhor esta minha postura.
- serão os tablets o futuro da computação? na minha opinião, sim. odiei os tempos dos desktops, em que era obrigado a isolar-me no atelier/escritório/sala/gabinete para utilizar o computador. agora com um tablet posso ir para a esplanada, e fazer o que mais gosto ou necessito num ecrã de tamanho decente. finalmente (mas hoje não que chove torrencialmente e ainda encharco o brinquedo)! há ainda um longo caminho a percorrer, em termos de potência das maquinas e disponibilidade de aplicações (there's an app for that, quer ios quer android, mas ainda há muitas coisas que ainda não há apps - assim de repente, desenho vectorial, 3D ou vrml/x3d, que são as áreas em que invisto na minha prática pedagógica e onde curiosamente os malfadados magalhães me estão a surpreender pela capacidade de correr aplicações que requerem uma certa potência)
- irão os nossos alunos conseguir utilizar estes equipamentos da forma que nós gostaríamos? bem, não. como todas as crianças - e todos nós, vão optar primordialmente pelos seus interesses. cabe aqui um papel fundamental ao professor - mostrar possibilidades, aplicar concretamente, e também disciplinar a sua utilização. dizia a minha mãezinha que há momentos para tudo - e sublinho essa lição sempre que na minha sala os alunos ligam os computadores e tentam ir à net. simplesmente sublinho que estão num momento específico, com tarefa específica, e disciplino a utilização dos equipamentos. se não o fizermos, o nick carr (http://www.theatlantic.com/magazine/archive/2008/07/is-google-making-us-stupid/6868/) e companhia têm toda a razão.
- subjacente a tudo isto, está o papel do professor e a sua redefinição nesta era em que os paradigmas educativos estão a mudar. a transmissão de saberes continua a ser fundamental. por muito adepto que se seja da auto-descoberta, o mostrar, divulgar, abrir horizontes é elementar. mas os meios de que hoje já dispomos para o fazer têm o potencial de alterar profundamente as pedagogias, a gestão dos espaços e tempos escolares, se tivermos a capacidade e abertura pessoal e institucional para o fazer. a coisa aqui depende bastante da área de conhecimento em que se trabalha, das que dependem mais da aquisição de conhecimentos às que exigem criatividade. mas o potencial dos diferentes recursos - desde as apps/quizzes de apoio a ambientes virtuais tridimensionais de simulação é enorme e ainda parece estar no seu início. e sim, as pessoas - as suas aprendizagens, motivações, personalidades, estão no centro do processo de ensino/aprendizagem. os tablets e outras tecnologias são "meros" utensílios.

Colapsos

Weird dream. Passei a noite com um sonho bem estranho, e fascinante. Sonhei com um conjunto massivo de universos paralelos acessíveis por pessoas capazes de percepcionar a multiplicidade de universos. O problema é que viajar entre universos provocava um colapso entre eles, e por isso dei por mim num grupo de pessoas que estavam activamente a colapsar universos em busca de um mundo mais justo e perfeito. E democrático. Entre aventuras e desventuras oníricas, descobri-me num mundo 8bit (simulação de simulação...?), num mundo avançado onde o ângulo recto reinava e todas as formas, excepto as rodas dos veículos, eram cúbicas... algumas variações totalitárias e o meu favorito: um universo de coelhos humanóides do qual só houve um sobrevivente, que teve algumas dificuldades em adaptar-se à vida entre humanos.

Ok, certo, posso lembrar-me de muitos livros, filmes e séries que certamente inspiraram este sonho. Mas que foi divertido, foi.

...