A realidade, mais estranha do que a ficção. Esta semana circularam pela infoesfera duas notícias que parecem saídas dos recantos mais distorcidos da imaginação literária. Primeiro foi a notícia do serial killer russo que tencionava preencher cada uma das 64 casas do tabuleiro de xadrez com cadáveres de vítimas (que levou Warren Ellis, ele próprio um criador de ficções para estômagos fortes a exclamar fucking brilliant! pela perfeita bizarria da ideia). Ideias menos elaboradas já deram origem a livros e filmes intrigantes. Pense-se em Seven, em Silêncio dos Inocentes ou em Halloween (o slasher de culto que está a sofrer um remake às mãos de Rob Zombie). Esta história, infelizmente verdadeira, certamente que inflamará imaginações.
Para terminar a semana, as imagens e a história surreal da mais inepta tentativa de terrorismo jamais tentada (ultrapassa até a do bombista no sapato). Que inimaginável calibre de mentecaptos, o daquele par de terroristas que foi tão prontamente enganado pelos pilotos e passageiros.
Para rematar a omnipresença da estupidez humana, regista-se o assalto a um banco na Alemanha, levado a cabo por um ladrão perdido de bêbedo, com as previsíveis consequências: ressaca curtida nos calabouços. Foi, talvez, um excesso de copinhos para dar coragem.
Estes fait divers veêm reforçar aquilo que os amantes da ficção nas suas várias encarnações sabem: que a realidade consegue ser mais estranha e bizarra do que a ficção.
Também é algo que nós, que vivemos neste país profundamente irreal, sabemos intuitivamente.