sexta-feira, 1 de dezembro de 2006

Leituras

BBC | Move to new planet, says Hawking Mais um meme que volta não volta chega à ribalta: as palavras de Stephen Hawking em defesa da exploração espacial com forma de assegurar a sobrevivência da espécie humana. Isto quando não há novidades interessantes há que reciclar...

BBC | Virtual pals soar in importance Há medida em que vamos vivendo vidas em que o espaço virtual ganha cada vez mais importância, as nossas emoções transferem-se. Estudos apontam para que o círculo de amigos virtuais, aqueles que conhecemos via internet, é tão importante como o círculo de amigos reais, aqueles com quem partilhamos espaços e vidas, mas muitas vezes não aquilo que nos vai na alma.

The New York Times | For 150$, third world laptop stirs a big debate Nicholas Negroponte, antigo director do MIT-Media Lab e guru da computação aplicada, está de parabéns: o seu projecto one laptop per child, que visa fornecer portáteis às crianças de países do terceiro mundo, está a ser um sucesso. Os portáteis são simples, baseados em memória flash (sem necessidade de disco rígido), os ecrãs policromáticos, devido a um processo inovador de manufactura, custam muito menos do que um ecrã de um portátil normal e gastam uns míseros 2 watts de energia (um ecrã de um portátil gasta em média 40 watts), utiliza o Linux como sistema operativo e pode funcionar como nó numa rede sem fios. Tudo isto por cento e cinquenta dólares, com o preço a diminuir. O sucesso do programa pode ser medido pelas encomendas de países do terceiro mundo apostados em aproveitar este programa para dar um salto tecnológico, e pelo coro de críticas. Os educadores queixam-se de que os objectivos pedagógicos são pouco claros, pois o programa limita-se a colocar as máquinas nas mãos das crianças, deixando-as descobrir o resto por si sós - o que como sabemos, é perigosíssimo; o governo indiano rejeitou os portáteis como não apropriados aos seus alunos - mas recordemos que o governo indiano apostou já há alguns anos no simputer, um pda simples que funcionando com uma ligação à internet é uma linha entre as remotas aldeias indianas e os centros de decisão; e a indústria informática, vexada por um programa que provou que os portáteis não têm de custar centenas ou milhares de dólares (e euros), podem ser eficientes no consumo de energia e o seu software não tem de ser licenciado a uma mega-corporação. Ai, os perígos de se ensinar às crianças pobres do mundo a utilizar software livre e a partilhar recursos e informação... de certa maneira, este programa representa uma ameaça séria aos modelos económicos sobre os quais assenta a nossa ideia de prosperidade.

(mas a minha opinião não é isenta - sou fã de Negroponte desde o tempo em que lia as suas colunas na Wired, Being Digital, que formaram a minha consciência das potencialidades dos espaços virtuais.)