quinta-feira, 30 de novembro de 2006

Sem Título



Comecei o dia com uma aula de estudo acompanhado em que a tarefa dos alunos consistia na realização de uma ficha de preparação para o teste de matemática. Aproveitei o tempo mais calmo para ir desenhado uns dragões-dinossauros que obviamente atraíram a atenção dos alunos. Aproveitei e dei umas dicas a uns alunos mais afoitos no lápis sobre como desenhar os bichos. E porque não? Lembro-me muito vagamente de tudo o que fiz na escola primária, mas ainda me lembro daquele professor substituto que esteve uma semana ou duas a substituir a minha já esquecida professora primária (a quem eu me lembro que provoquei alguns cabelos brancos) e que me ensinou a desenhar carros. Ainda hoje me lembro como... duas bolinhas para os farois, umas linhas para o radiador, um rectângulo alongado para o pára-choques completo com matrícula, dois rectângulozinhos para os pneus, e um rectângulo torto para o vidro.

Horas depois, um desses alunos, que claramente passou o resto do dia a tentar desenhar dragões (que me desculpem, caros colegas, por ter provocado tal desatenção nas vossas aulas), vem ter comigo no recreio.

- Ó professor, depois tem de me ensinar melhor a desenhar dragões!
- Tudo bem, depois na aula dou-te mais umas dicas.
- E um dia destes tem de me dar umas aulas de desenho!
- Então, e eu sou o teu professor de quê?

O aluno sorriu embaraçado e lá foi à vida dele...

(para quem não sabe, sou professor de Educação Visual e Tecnológica... onde o desenho também faz parte do currículo.)

O dragão fica para outro dia. Por hoje este gatito, de ar estupefacto.