quinta-feira, 3 de agosto de 2006

Leituras

BBC | X-rays reveal Archimedes secrets Sob os textos de um manuscrito de orações ortodoxas encontram-se textos de Arquímedes. O texto original, que copiava as obras de Arquímedes, foi raspado para ser reciclado como papel de escrita no século XIII. Os traços apagados das letras anteriores encontram-se por debaixo do texto legível, e são visíveis graças a técnicas especiais de raios-x que permitem olhar novamente para textos que se julgavam já desvanecidos da memória humana.

Guardian | What future after Fidel? A ditadura cubana não se conforma com os moldes habituais. Implacável para com dissidentes e restritora das liberdades como só as ditaduras o conseguem ser, a ditadura cubana também é um exemplo de como o poder pode ser utilizado para melhorar a vida de um povo. O sistema de saúde e o sistema educativo cubano são invejados por sociedades mais avançadas, e só a combinação de uma filosofia económica marxista esclerosada com a pressão do embargo económico americano mantém a economia cubana de rastos. Os governantes cubanos, ao contrário dos seus homólogos de outras ditaduras e de governos democráticos, não aproveitam o poder para enriquecer obscenamente, e Fidel Castro é a incongruência de ser um herói da liberdade e um ditador agarrado há décadas ao poder. Agora, que a idade de Fidel ameaça o fim do regime, a oportunidade para Cuba será em ser capaz de fazer evoluir o regime, abrindo-se e democratizando-se, melhorando a economia sem perder o que de bom têm no seu desenvolvimento social. Quando Fidel desaparecer, o que acontecerá? Caos e possível guerra civil, com um regime entricheirado a resistir à mudança, abertura ao estilo chinês (mercados livres e sociedade oprimida), ou uma transição suave para a democracia?

Guardian | We must fight our instinctive distaste for mercenaries Quando os governos hesitam em usar a força militar institucional, entram ao serviço os soldados da fortuna. Este conturbado princípio de século XXI assiste a uma verdadeira explosão económica no sector - cada vez mais são as organizações e os governos que sub-contratam a segurança, a defesa e as operações especiais a empresas de mercenários. Algumas destas empresas são arrepiantes - como a americana Blackwater, que se diz capaz de oferecer um pequeno exército bem equipado e bem treinado com a quantidade de homens de uma brigada (5000 soldados) aos países que o desejarem. Mas, conscientes da má imagem das tropas mercenárias, grande parte das firmas do género quer-se estabelecer como uma alternativa legítima de segurança para actuarem onde os exércitos regulares não podem, ou não querem, actuar - intervenções humanitárias pontuais, segurança a ONGs, segurança a jornalistas, distribuição de alimentos em zonas perigosas do mundo.

Na sátira disfarçada de tecno-thriller de ficção científica Snow Crash de Neal Stephenson, onde todas as funções sociais se econtravam sub-contratadas a empresas e onde até o governo federal não se distinguia de uma corporação, a defesa estava entregue a duas empresas - a General Jim's Defense System e a Admiral Bob's National Security. A vida parece estar a imitar a arte satírica.