Estou a preparar-me psicológicamente para a reunião de condóminos que logo terei de suportar. Estou a tranquilizar o espírito para uma ou duas horas daquilo que eu apenas consigo descrever com uma mistura entre nadar em àguas infestadas de tubarões e um ataque de uma matilha de cães raivosos, a espumar por entre os dentes afiados.
Pronto, sei bem que não será bem assim, e se for estou preparado para mostrar o lobo que reside debaixo da minha pele de cordeiro (ou de coelho, mais apropriadamente), mas estou a contar que a vizinhança se saiba manter nos limites civilizados da decência e da boa educação. Mas tenho vizinhos tão esquisitos, que não sei. Aqueles que se preocupam com o seu trabalho e as suas carreiras são compreensíveis, mas aqueles que gostam de se mostrar machos alfa, a comandar a matilha, ou aqueles que estão em plena crise de meia idade (com todas as atitudes ridículas a essa fase associadas) poderão tornar-se um pouco chatos.
Quanto a isto, vou fazer tal e qual faço nas minhas reuniões de concelho de turma. Decisões já tomadas, ritmo rápido e acelarado, sem deixar espaço a muitos comentários. E se no final conseguir livrar-me do cargo de administrador do condomínio, faço uma festa!