quinta-feira, 27 de outubro de 2005

Oito da manhã na auto-estrada

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Cai a chuva, torrencial. À minha volta apenas a paisagem desolada que rodeia a auto-estrada. Á frente, inúmeros carros parados, uma constelção improvisada de luzes de travagem, piscas e luzes de presença. A geometria da velocidade automóvel é substituída por um hieratismo de motores a ronronar. À minha volta, os condutores agastados passam por uma multitude de expressões que vão desde o desagrado à enfadonha resignação. Inseguros, sem saberem o que aconteceu para provocar tamanho engarrafamento, os condutores ligam dos seus telemóveis avisando que vão chegar atrasados ao emprego. Desesperam, perante tamanha fila de carros. Resignam-se, tratando dos pequenos pormenores do dia a dia - atrás de mim, a mulher que conduz o veículo imobilizado aproveita para aplicar a sua maquilhagem, num estranho vector de beleza e imobilidade.

O tempo passa, inexorável. Cinco minutos transformam-se em dez, depois vinte, trinta... quando damos por nós, passou-se uma hora e o carro apenas andou uns metros.

Foi assim esta manhã na auto-estrada Mafra-Malveira, graças a um acidente na A8 entre a Malveira e Lousa que paralisou todo o trânsito de Mafra em diante. Chovia, e quando chove os condutores parece que desaprendem a conduzir.