quinta-feira, 27 de outubro de 2005

Bender

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IMDB | Futurama

Nos anos 90, Matt Groening ganhou o estatuto de celebridade do mundo dos cartoons com a sua genial criação que criticava de forma divertida e mordaz o modo de vida suburbano americano. Estou a falar, claro, de Os Simpsons, retrato acutilante de uma simpática família disfuncional inserida numa pacata e disfuncional cidade de província.

Após Os Simpsons, Groening atirou-se de cabeça num novo projecto de animação com o seu estilo visual muito próprio. Surge, assim, combinando um visual futurista retro com a mordacidade a que Groening nos habituou, Futurama.

Futurama gira às voltas das desventuras (quase que diria aventuras, mas..) de Fry, um rapaz de uma inteligência talvez um pouco abaixo da média que acorda inesperadamente no ano 3000. Há aqui uns ecos de Buck Rogers no Século XXV, misturados com toda a panóplia iconográfica de um futuro inspirado nas visões dos anos 50. A série tem todos os ingredientes, desde carros voadores, bases espaciais decoradas em estilo art-deco, alienígenas estranhos e até uma patrulha espacial, versão cartoon da Frota da Federação do Caminho das Estrelas, comandada por um perfeitamente inepto herói louro.

De todas as personagens criadas por Groening para Futurama, a que mais sobressai é Bender, um robot anti-heroi que vira ao contrário todas as espectativas que giram à volta dos robots.

Convenhamos que um robot está em um de dois extremos: ou é bom, imaculadamente bondoso na sua mecânica alma inocente, ou então um erro de programação ou um cabo que entra em curto-circuito transforma-o em máquina assassina. Bender não cabe em nenhuma destas categorias. Ostensivamente um robot criado para dobrar barras de ferro, Bender é demasiado preguiçoso para exercer a sua profissão. Quem o quer ver bem vê-o a ler a última edição da Playboy para robots enquanto fuma charutos e bebe cerveja. E podemos sempre contar com Bender para nos insultar e dizer aquilo que não deve ser dito.

A TV 2: transmite, todos os domingos, Futurama. Recomendo a visão deste optimista futuro distópico saído da mente perversa do criador de Bart e Homer Simpson.