quarta-feira, 13 de julho de 2005

Science et Vie Aviation 2005

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Tenho estado a ler a Science et Vie Aviation 2005 e cheguei a algumas conclusões deprimentes. Como aficionado que sou pelo mundo da aviação de alta tecnologia, é decepcionante ver o pouco que a tecnologia evoluiu nestes últimos vinte anos. Os aviões de combate do presente e futuro de há vinte anos atrás ainda continuam a ser os aviões de combate do presente e futuro. O F-16, por exemplo, apesar de ter feito o primeiro voo em 1975 (tem a minha idade) ainda é o mais moderno caça em serviço. O super-projecto F-22 parece que já está quase pronto a chegar às esquadrilhas norte-americanas, e quanto ao Eurofighter Typhoon... ao fim de décadas de desenvolvimento, também já só falta o quase para chegar às esquadrilhas britânicas, alemãs, francesas e espanholas. A aviação civil é dominada por dois gigantes, a Airbus e a Boeing, que monopolizam um mercado aeronáutico de máquinas espantosamente complexas e caras.

Olhando para a história da aviação, esta é uma altura deprimente. Os requisitos técnicos para criar um avião são hoje tão caros e complexos que um projecto demora décadas a estar concluído. E falamos de um projecto... nos anos 30, 40, 50 e 60 deste século havia imensas companhias, cujos nomes ficaram ligados a aeronaves imortais, capazes de criar projectos arrojados. Hoje, há um punhado. A excitação da criação de um Spitfire, de um Messerchmit Me262 (o primeiro caça a jacto), de um F-86 Sabre, de um F-4 Phantom, e de tantos outros projectos bizarros, fascinantes e avançados (como a asa voadora da Northrop, ou os lifting bodies, aviões que prepararam o terreno para o vaivém espacial) perdeu-se, transformada em burocráticos consórcios que constroem máquinas caríssimas e altamente complexas.

Viciei-me na aeronáutica na minha adolescência, onde descobri o fim da vida das máquinas aéreas clássicas e fiquei excitado ao descobrir as (na altura) novas máquinas. Quando comecei a descobrir o mundo da aviação, os veneráveis F-4 phantom, os Starfighters, os Migs 21, os Mirages ainda voavam, excitantes, e as novas promessas dos F-15, F-18, F-16, Harrier, Mig 29 e Sukhöi 27 estavam prontas a descolar. Quinze ou vinte anos depois, pouco mudou.

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Há excepções. Para máquinas menos complexas, mas modernas e de alta tecnologia, temos sempre o sueco Saab Gripen e o francês Rafale. São projectos que desafiaram a complexidade dos F-22 e dos Typhoons, desenvolvidos independentemente com recursos nacionais. E conseguiram voar, prontos para o serviço operacional, antes do F-22 e do Typhoon.

Onde ainda resta algum do espírito inovador aeronáutico, o espírito dos aviadores europeus dos inícios do século XX (não falo aqui dos irmãos Wright, que tentaram fazer à aviação o mesmo que as editoras de música estão a tentar fazer à internet - paralizá-la com processos de direitos de autor), é do domínio dos UAVs - Unmanned Aerial Vehicle, aviões não tripulados. Aí sim, sucedem-se projectos arrojados e excitantes.

E é melhor nem falar da astronáutica, que sobrevive com os STS (vaivém espacial) que representam o pináculo da tecnologia dos anos 70 (do princípio da década, nem mais) e com as cápsulas Soyuz, um design dos anos 60. Onde estão as bases lunares, as colónias orbitais e as expedições tripuladas aos confins do sistema solar?