sábado, 23 de julho de 2005

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Os belos dias da Ericeira: meio dia nas furnas, brisa fresca, céu cinzento e mar a condizer. Que fresquinhos são os dias de verão aqui na vila...

Visão terrível, esta manhã, ao chegar ao cruzamento principal da Ericeira. Um animal, quase inidentificável, debatia-se em violentas convulsões na estrada. Vítima de atropelamento, o animal aparentava ter a cabeça esmagada, e estava moribundo num sofrimento atroz. Espero estar enganado. Espero que o animal tenha apenas membros partidos, e que os automobilistas que depararam com ele o tenham levado a um veterinário para ser tratado, ou abatido.

Fiquei profundamente chocado e entristecido. Como é possível tanta crueldade? É certo que o atropelamento foi acidental, mas a crueldade de quem deixou o animal entregue a uma morte horrenda é indescritível. Provávelmente, olhou para o lado, pensou "bem feito, não se tivesse metido à frente do carro, cabrão do bicho que se calhar me amolgou o carrinho" e seguiu viagem, enquanto os restos do bicho se contorciam no meio da estrada.

Foi uma visão horripilante que se gravou na minha mente, que me revolta as entranhas só de pensar no que vi.

As horripilâncias continuam mal se liga um televisor e nos surgem mais imagens de atentados terroristas, desta vez numa estância turística no Egipto. O terrorismo é uma guerra cobarde, levada a cabo por mártires que se sacrificam para destruir vidas inocentes. Com as forças militares não se metem os terroristas. É mais fácil, e mais apelativo, explodir dezenas de cidadãos incautos que apenas querem viver a sua vida. Escondem-se por detrás de um pretenso islamismo de jihad, mas não passam de cobardes assassinos.

Por vezes pergunto-me se estes ataques são os indícios da queda da civilização ocidental. O que terão os romanos pensado quando começaram a ver as primeiras tribos bárbaras a aproximarem-se do seu império?