Branquinho da Fonseca (1959). Caminhos Magnéticos. Lisboa: Guimarães Editores.
De Branquinho da Fonseca apenas conhecia esse portentoso e violento romance que é O Barão. O mergulho nestes Caminhos Magnéticos foi curioso, em parte seduzido por um título tão reminiscente do experimetalismo do modernismo português, em parte para conhecer mais da obra deste autor. O livro reúne um conjunto de contos muito sólidos, se bem que difícesi de definir como um todo. Nalguns, o tom era claramente naturalista e até com uma vertente de sóbria crónica política. Noutros, imperava o romantismo e as emoções. Alguns pareciam tocar no expressionismo, na forma como se construíam a partir de sensações e impressões pouco claras mas fortes. Há, até, um leve toque de sobrenatural, embora mais dentro do espírito romãntico do que tentativa de conto de trevas.
A escrita é cativante, sendo um deleite de ler. Talvez a característica que defina este livro seja o olhar, por vezes desconexo mas sempre inquieto, para o mundo moderno da sua época, a sua sua sociedade e modos de vida, buscando novas formas de exprimir visões e ideias. Os personagens destes contos estão sempre em confronto com os modos sociais, impelidos no seu caminho por acontecimentos que raramente controlam.