Gregory Fremont-Barnes (2002). The Napoleonic Wars (3): The Peninsular War 1807-1814. Oxford: Osprey Publishing.
Uma visão concisa, mas abrangente, das guerras peninsulares. O foco está nas manobras e ações das forças inglesas e, posteriormente, anglo-portuguesas no espaço ibérico. Analisa o trabalho de Wellington como comandante e estratega militar, capaz de com forças numericamente inferiores e alguma qualidade questionável (o baixo nível dos exércitos espanhóis é muito sublinhado nestas obras, entre a falta de treino dos soldados e à incompetência dos oficiais), enfrentar e vencer sucessivamente as mais bem preparadas e numericamente superiores forças francesas. Uma estratégia que envolveu muitos cuidados defensivos, manobras inteligentes e procurar o confronto mantendo a vantagem do terreno.
Em paralelo, fala-nos do papel das revoltas e guerrilhas, uma guerra de violência extrema que desgastou os franceses, levando-os a atos de vingança que agudizaram mais a revolta. Se as guerras napoleónicas foram, na sua maioria, combates tradicionais caracterizados por manobras e choques entre forças regulares, por cá irrompeu a violência extrema da guerrilha. Não por acaso, o livro qualifica o conflito como a combinação de uma guerra de cavalheiros, seguindo as regras e com cortesias inusitadas entre combatentes, e o combate sujo dos guerrilheiros.
Sendo da Osprey, o livro foca-se estritamente nos aspetos militares, com contextualização histórica. É uma leitura abrangente, que nos leva a conhecer melhor este momento tão dramático da nossa história.
