Onésimo Almeida (2002). Que nome é esse Ó Nézimo? e outros advérbios de dúvida. Salamandra.
Andava curioso com a escrita deste intelectual português residente nos EUA quando o ouvi numa entrevista na Antena 2. O programa A Força das Coisas, que apanho nas minhas viagens matinais de sábado para as Caldas da Rainha, é causador de rombos na minha carteira e adoção de livros que são de leitura obrigatória. Luís Caetano é um entrevistador nato, e os escritores que nos dá a ouvir ganham muito com isso. Neste caso, fiquei rendido à óbvia erudição de Onésimo Almeida, bem como ao seu forte bom humor, tão raro na intelectualidade portuguesa.
O seu mais recente livro ainda não figura nos meus interesses (suspeito que estou a perder, e isso rapidamente muda), mas coloquei o Século dos Prodígios no meu radar bibliográfico. Por um puro acaso, a vasculhar as estantes da livraria de livros reciclados (alfarrabista é um termo pouco trendy para o espaço) Re Read, dei com esta edição que reúne crónicas publicadas na impresna portuguesa.
Sendo crónicas, estão obviamente datadas, é um regresso ao portugal e américa intelectual dos finais do século XX. Datado não significa perda de tempo de leitura, e o humor e erudição do autor manteve-me agarrado ãs páginas. Mesmo as mais mundanas, embora confesse que adorei o sumo das suas histórias com personalidades académicas.