Rita Alfaiate (2002). O Caderno da Tangerina. Lourinhã: Escorpião Azul.
Confesso-me fã do trabalho de Rita Alfaiate. O seu estilo gráfico é espantoso, muito pessoal, elegante e expressivo, quer em registos de cor quer em preto e branco. As suas histórias são de uma complexidade inesperada, partem de conceitos simples que se desenvolvem numa não linearidade inesperada que não teme o ambíguo. Nesta história aparentemente infantil, os monstros são metáforas reais da solidão das crianças inadaptadas. Caminhando sempre na linha da ambiguidade, tanto nos deparamos com monstros reais como com as projeções dos temores individuais. Um livro assombroso, como esta jovem criadora nos tem habituado.