domingo, 23 de junho de 2024

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1984
: Estéticas retro.

Emoji history: the missing years: As origens dos emojis, descoberta nos gadgets de comunicação eletrónicos japoneses dos anos 80. E, até, um ponto inicial vindo dos anos 50. Quem os diria tão idosos?

As leituras em inglês e a preocupação (tardia) das editoras: Subscrevo totalmente o ponto de vista do artigo, até porque espelha na perfeição a minha própria experiência como leitor apaixonado por literaturas não-mainstream. Entre a falta de acessibilidade aos livros que queremos ler, e o elevado preço quando algumas migalhas são editadas e traduzidas por cá, a solução mesmo é ler em inglês (e italiano, porque tirando raras exceções, por cá não se edita fumetti, e francês, porque a FC francesa raramente é traduzida para inglês ou mesmo português… e só não se vai ao alemão porque me qualifico como burro velho). O mainstream acordou agora, quem gosta de leituras de género já há muito que conhece o fenómeno. É um problema, um ciclo vicioso, e suspeito que as editoras, no seu íntimo, culpem a Escola Pública com o Inglês no currículo. Este ciclo poderá quebrar-se? Duvido. Recentemente cruzei-me com uma aluna no corredor da escola, vi que livro ela tinha nas mãos, um daqueles romances booktok a puxar à fantasia. "Estás a ler em inglês", perguntei, ao que a adolescente me disse que não era fácil. Mas claramente está a tentar, porque aquilo que quer ler, é mais fácil de encontrar e mais barato em inglês.

Filter Wars: How Our Digital Life Is Killing Creativity: A curadoria algorítmica traz dois graves problemas culturais. A monotonia, com tudo o aquilo a que somos expostos via recomendações a reforçar os mesmos padrões e, essencialmente, a ser mais do mesmo, sem novidade ou diversidade; e, também, o abandono da ideia de criação a favor da produção de conteúdo, onde o que conta não é a qualidade e pertinência do que se faz, mas sim o seu alcance medido em likes e visualizações. E sabendo que esse alcance é favorecido pela curadoria algorítmica, a tendência é para a mediania baixa.

Una colección de 3.000 películas de cine antiguo gratuitas, con obras maestras y grandes largometrajes de serie B, ciencia-ficción incluída: Antídoto perfeito para a escassez de bons filmes na televisão.

Lançamento: O homem que sonhou o impossível: Estou muito curioso com esta homenagem a um dos grandes dos comics, sabendo a admiração que Mário Freitas tem por ele.

Cómics portugueses del «primeiro trimestre» que hay que descubrir: Uma partida à descoberta da BD contemporânea portuguesa, para os leitores espanhóis.

5063) James Joyce e o surrealismo (18.5.2024): Confesso que nunca tinha associado Joyce ao movimento surrealista, e com razão. Sendo seu contemporâneo, e a também a usar o inconsciente como fonte de inspiração e base de trabalho, Jouyce representa uma abordagem metódica, longe dos automatismos e aleatoriedades do surrealismo.

10 of the best sci-fi books nominated for the Booker Prizes: Sendo um prémio mainstream, este tem-se distinguido por nomear romances que ultrapassam as fronteiras de género, e mergulham de forma assumida na FC.

Lançamento: Trilogia Filipe Seems: Um excelente regresso. Tenho as edições originais, adquiridas na minha adolescência, de uma das bandas desenhadas mais interessantes dos anos 90.

Leituras da Semana (#18// 20 Mai 2024): O meme que o João Campos regista, qualifica na perfeição o profundo tédio de uma cultura pop que se resume ao recauchutar de propriedade intelectual.

Gary Meyer, for Space Horizons #1, 1965: Outros futuros.

GPT-4o Must Die?: Algumas observações interessantes sobre a integração de LLMs em assistentes virtuais, especialmente no campo emocional. Que os utilizadores se relacionem com os interfaces de algoritmos como se estes fossem seres reais, isso vai acontecer, não é uma especulação. Basta ver a forma como algumas pessoas se embrenham em esquenas e sites, especialmente de relações, onde pensam estar a falar com pessoas reais, mas na verdade não estão. Com estes novos assistentes, a quantidade de pessoas que vai acreditar piamente que está a relacionar-se com um ser através do seu telemóvel vai disparar. É a natureza humana, a nossa credulidade.

Google targets filmmakers with Veo, its new generative AI video model: Muitas novidades nestes novos algoritmos de vídeo e imagem da Google, mas... confesso que desconfio de ferramentas maravilhosas mas que não estão acessíveis sem ser em versões de demonstração.

Google tiene un plan para acabar con las llamadas fraudulentas para siempre: escuchar lo que te están diciendo: E a pergunta que ninguém fez foi... e queremos mesmo que os algoritmos da Google analisem as nossas conversas telefónicas? Quais as garantias de privacidade e confidencialidade? Notem, se estas ferramentas nos parecem úteis e entusiasmantes, experimentem trocar de entidade promotora. Troquem "google" por, por exemplo, "stasi", e talvez sintam o enorme risco para a privacidade individual e direitos humanos. Claro, a Google não é a polícia secreta de um regime totalitário, mas reparem que tem um forte historial de colaborar com autoridades quando solicitado.

Google strikes back at OpenAI with “Project Astra” AI agent prototype: Como assistentes virtuais interpretativos de dados recolhidos por telemóveis, os LLMs começam a mostrar-se úteis.

LearnLM is Google’s new family of AI models for education: Tutores virtuais que ajudam os estudantes, parece uma excelente ideia, certo? Bem, depende do nosso ponto de vista pedagógico. Ter um sistema automatizado de feedback e acompanhamento que analisa o desempenho e incentiva o trabalho de um estudante perpetua o modelo educativo instrucionista, a ideia que se aprendo vendo, exercitando em perguntas e respostas. De fora, ficam as aprendizagens mais ricas que o construtivismo permite.

Pluralistic: AI "art" and uncanniness (13 May 2024): Doctorow, como sempre muito perceptivo em relação à IA Generativa. É interessante a forma como desmonta o argumento do treino de modelos como violação de propriedade intelectual, equiparando este uso de dados ao fair use.

FURIA, O SUPERCARRO PORTUGUÊS COM SOTAQUE DO NORTE E MAIS DE 650 CV: Bem, é um brinquedo para milionários, mas em termos da indústria portuguesa e da capacidade da nossa engenharia, é um projeto muito interessante.

iPhone owners say the latest iOS update is resurfacing deleted nudes: No fundo, a questão aqui é esperarmos que ao apagar um ficheiro, qualquer que seja o seu conteúdo, este fique mesmo apagado e irrecuperável. É uma expetativa razoável no uso comum de meios digitais.

How LLMs Work, Explained Without Math: Um excelente guia para se compreender a base técnica da Inteligência Artificial generativa.

The Dream of Streaming Is Dead: Talvez um dos melhores exemplos de merdificação de serviços e plataformas, com a promessa de ser poder ver o que se quiser quando se quiser a ser estilhaçada por uma multiplicidade de plataformas fechadas, que obrigam a muitas subscrições. Ganhou a pirataria, que voltou a ser útil. 

EU investigating Meta over addiction and safety concerns for minors: E, finalmente. Quando discutimos o uso dos telemóveis simplificamos com uma visão centrada na incapacidade das pessoas, especialmente dos públicos mais vulneráveis, em resistir às tentações do paralelepípedo negro. Mas raramente perguntamos o porquê desta impossibilidade de resistir, preferimos demonizar o telemóvel e qualificar a fraqueza moral e psicológica dos utilizadores. Na verdade, o problema está nas plataformas, e nas decisões conscientes que tomam para captar e condicionar a nossa atenção, com todos os mecanismos viciantes que implementam. Não estamos a viver uma epidemia de desatenção provocada pelos telemóveis, mas sim um esforço consciente e sustentado de manipulação psicológica levada a cabo por empresas para maximizar os seus lucros.

Big Energy: Uma análise às industrias digitais sob a perspectiva das suas crescentes necessidades energéticas, tornadas exponenciais pelos serviços de nuvem e Inteligência Artificial.

The Toilet Theory of the Internet: De facto, boa parte da navegação na internet é feita na casa de banho. Mas a observação não é um juízo de valor, apenas uma metáfora que nos mostra que hoje, com a internet como infraestrutura do dia a dia, interagimos com ela nos inúmeros buracos, tempos mortos ou momentos de necessidade do nosso dia a dia atarefado. O real problema está na intrusão da IA Generativa nestes momentos, forçada por detentores de plataformas que, apregoando a maior acessibilidade, na verdade estão a limitar a capacidade dos seus utilizadores.

How cuddly robots could change dementia care: A investigação no uso de robótica afetiva como forma de acompanhar a terceira idade não é nova. O que aqui é novidade é a incorporação de Inteligência Artificial, o que permite outras formas de interação. Notem que o objetivo não é substituir os cuidadores humanos por animais-robot fofinhos de estimação, mas sim complementar esse acompanhamento.

Sony Music opts out of AI training for its entire catalog: Não é inesperado. Mas duvido que a lógica da editora seja de proteger o património musical humano. Quando encontrarem forma de lucrar com o treino de IAs, de certeza que mudam de posição.

New Windows AI feature records everything you’ve done on your PC: Sou só eu que leio isto e penso que é um pesadelo do ponto de vista da privacidade? Para além dos óbvios riscos de terceiros a usar esta funcionalidade, que regista toda a nossa atividade no nosso computador, para intrusões, há o assumir da parte da Microsoft, que se arrogam da capacidade de analisar tudo o que alguém que usa o Windows faz. Não só os padrões de uso, mas todo o conteúdo do que se faz.

Following OnlyFans-Related Mishap, the Portal Is Back: Um portal que liga por vídeo duas cidades, permitindo a qualquer um mostrar-se. Depressa foi alvo de uso abusivo. E, de facto, olhamos para a ideia e fica-se a perguntar em que é que os promotores estavam a pensar. Não aprenderam nada com o esgoto que é a cultura da internet, cujo sonho original (e admirável) de dar voz a todos, de democratizar a expressão, se tornou no palco baico de influencers, trolls, extremistas, e toda a catrefa de idiotas chapados com demasiado tempo e insuficiente capacidade mental que polui as redes sociais.

Heat Death of the Internet: Diz o João Campos, em cujo blog apanhei esta leitura, que o texto é humorístico. Confesso que o li como um retrato sério e fiel do que é o mundo digital de hoje.

The Day They Bombed Cassino: Equilíbrio periclitante.

Brasileira do Chiado abre concurso para nova coleção de quadros, cem anos depois da primeira vaga: Uma iniciativa interessante, que renova o clássico papel cultural que o café A Brasileira teve, ao tornar-se sala de exposição dos pintores modernistas portugueses.

First official portrait of King Charles III: Bem, já vi cartazes de filme de terror menos arrepiantes. Aquela cara realista a emergir de um mar de vermelhos, é, realmente, creepy.

Europa no se puede permitir un arancel del 100% a los coches eléctricos chinos por un motivo simple: Alemania: A China invade os mercados globais com veículos elétricos fortemente subsidiados, o que explica os seus baixos custos. Nos EUA, foram impostas tarifas de 100%, que duplicam o preço do veículo e tornam as vendas impossíveis às empresas chinesas. Na Europa, torna-se mais difícil adotar medidas de proteção da indústria europeia, por causa dos laços comerciais com a China enquanto mercado.

In Search Of Nefertiti’s Tomb: Nada como um bom mistério na terra dos faraós.

La Expedición Oso Polar: la única y desastrosa invasión hasta la fecha de Estados Unidos a Rusia: Recordar que nos tempos pós-Outubro, durante a guerra civil entre bolcheviques e russos brancos, contigentes europeus e americanos lutaram, sem grande sucesso, para tentar travar os revolucionários russos.

Meteorito ilumina céu nocturno em Portugal: As imagens são fantásticas. E eu, com maré de sorte em fenómenos cósmicos, estava tranquilamente a dormir quando isto aconteceu.

How In The World Did The Royal Portrait Of Charles Turn Into The King In Something That Looks Like A Pool Of Blood?: Mais umas achegas para o bizarríssimo retrato oficial do rei inglês.

The Evolution of Hokusai’s Great Wave: Desconhecia que a mais icónica das obras de Hokusai não é única, o mestre da arte clássica japonesa criou várias versões do mesmo tema, ao longo dos anos.