terça-feira, 5 de março de 2024

Dylan Dog: Picada Mortal


Alberto Ostini, Francesco Ripoli (2024). Dylan Dog: Picada Mortal. Lisboa: A Seita.

É sempre bom regresar a Dylan Dog, algo que por cá só se consegue após idas fugazes a Itália, ou nas edições com que A Seita nos brinda.  Esta proposta, que publica em portuguès uma aventura do detetive dos pesadelos saído da coleção Old Boy, é uma aposta segura. Os Dylan Dog Old Boy focam-se no espírito clássico do personagem, replicando um estilo mais antigo, e afastado dos caminhos da série principal (que têm causado palpitaçóes cardíacas profundas em muitos fãs, mas isso creio que se pode atribuir mais à incapacidade intelectual destes, que não compreendem que um personagem pop evolui e não se mantém igual ao que era nos anos 80, do que a reais desmandos feitos sobre o unverso ficcional dylaniati).

As melhores histórias de Dylan Dog são aquelas que mantém até ao fim a ambiguade entre o natural e o sobrenatural, em que os acontecimentos apontam para a influência de forças estranhas, mas que acabam por se revelar como nada sobrenaturais, mas nem por isso menos violentas. Ostini mantém essa ambiguidade nesta aventura em que Dylan regressa a um amor de adolescência, e a uma cidade aparentemente assolada por um assassino em série, que o desenrolar da narrativa irá mostrar que está mais ligado a alucinações induzidas do que na figura real de um psicopata. Grande spoiler? Bem, se são daqueles que lêem para saber como acaba a história, confundem o destino com a viagem.

Uma boa proposta da Seita, que aquece o coração dos fãs deste personagem de fumetti, infelizmente menos conhecido do que deveria ser.