sexta-feira, 27 de março de 2020

A Grande Aventura dos Templários


Vítor Péon (1981). A Grande Aventura dos Templários. Lisboa: Gulbenkian.

A história em si é essencialmente didática, uma abordagem simplista à história dos templários na Europa, e em Portugal com os cavaleiros da cruz de cristo. Destaca-se pelo traço clássico do ilustrador Vítor Péon, que na maior parte das pranchas desta obra são uma explosão de espectacularidade. O sentido de composição é clássico, como seria de esperar. A história conta-se com grandes pranchas ilustrativas, desenhadas com uma Imensidão barroca de pormenores que enche o olho. Por cá, a memória da BD perde-se depressa, raramente olhamos para o trabalho marcante de ilustradores das gerações anteriores às contemporâneas. Faz falta essa recuperação de memórias gráficas, não para alimentar mercados OK boomer à portuguesa com nostalgia simplista, mas para que se redescubra a capacidade gráfica destes autores praticamente esquecidos. Sim, os temas das suas obras parecem-nos datados ou desconfortavelmente alinhados com a estética e valores do estado novo (por outro lado, estes ilustradores iriam fazer o quê?). Mas o seu grafismo merece ser recordado.