terça-feira, 7 de janeiro de 2020

Dylan Dog: Il suo nome era guerra; Morbo M



Giovanni Eccher, Luigi Siniscalchi (2019). Dylan Dog n. 396: Il suo nome era guerra. Milão: Sergio Bonelli Editore.

Dylan Dog está quase a atingir o redondo número de 400 edições, e a Bonelli não está a passar despercebida a efeméride. Ao longo deste ano, há uma linha narrativa a atravessar as aventuras do old boy. Um meteoro com comportamento agressivo e inteligente, um mistério que a cada mês se aproxima e vai provocando acessos de loucura na população global. É sob esse enquadramento que têm decorrido as histórias da série, que culminará num prometedor número 400.

Mas não é o meteoro que estrutura as aventuras, essencialmente não são muito diferentes do habitual. Esta surpreende pela sua crítica velada à violência institucionalizada. Antigos elementos de um pelotão dos SAS começam a assassinar pessoas indiscriminadamente, caídos na loucura. E um dos elementos é o inspetor Carter, sucessor do clássico Bloch, mas que ao contrário do velho amigo de Dylan, detesta-o. A causa envolve o passado de Carter e dos seus antigos companheiros de armas, que numa missão no Iraque são contaminados por uma antiga divindade marcial suméria. Que, com o efeito generalizado do meteoro, se manifesta num caso sangrento de possessão. A ironia de ter um personagem que despreza tudo o que está associado ao sobrenatural a ser possuído por uma divindade malévola e ser salvo pela pessoa que mais detesta não escapa ao leitor


Paola Barbato, Corrado Roi (2019). Dylan Dog #397: Morbo M. Milão: Sergio Bonelli Editore.

O asteróide que ameaça meter fim à  vida na Terra aproxima-se, inexorável, e um dos efeitos que provoca manifesta-se por surtos de uma doença contagiosa, que tanto pode consumir as suas vítimas, como deformá-las, ou até mesmo explodir. Uma doença aparentemente incurável, até os cientistas se aperceberem que é travada pela sensação de esperança. Dylan descobre a potencial cura, ao tentar ajudar uma das suas paixões, infetada pela doença. Mas num mundo ameaçado de extinção, as únicas esperanças de salvação são falsas. A cura assenta numa mentira, com que Dylan se recusa a pactuar, até se aperceber que o seu amigo de sempre, o inspetor Bloch, também está infetado. Por amizade, por sentimentalismo, alinha na mentira. Uma aventura no típico estilo direto de Paola Barbato, com as ilustrações de grafismo sempre interessante por Corrado Roi.