domingo, 20 de janeiro de 2019

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Mars Express orbiter snaps stunning image of Korolev crater: É destas imagens que os sonhos de exploração espacial são feitos.

A missão Insight e a sua relação com os “dust devils” marcianos: Jorge Pla-Garcia é um dos cientistas responsáveis pelo controlo dos rovers marcianos. Neste artigo, conta-nos algumas das suas experiências na exploração remota da superfície marciana.

The Juul Fad Is Far Bigger Than I Ever Would Have Guessed: A quê, perguntam? E perguntam bem, a Juul é uma empresa que se dedica aos cigarros eletrónicos. Cujos lucros, nos estados unidos, dispararam para a estratoesfera graças aos adolescentes. O resultado: décadas de bem sucedidas campanhas anti-tabágicas colapsaram, e os adolescentes voltaram a consumir tabaco em grandes quantidades. O cigarro perde terreno, mas o uso da substância aditiva nicotina, presente nos produtos dos cigarros eletrónicos, disparou. E por cá? Uma coisa que me surpreendeu quando estive na Maker Faire Rome foi a promoção agressiva deste tipo de produtos junto dos adolescentes. Ou seja, como país periférico que somos, ainda não sentimos este impacto, mas iremos sentir...

Aboard the giant sand-sucking ships that China uses to reshape the world: E porque é que a China, que não é exatamente um pais pequenino, precisa de aumentar a sua área territorial reclamando terra ao mar? Há as razões óbvias, de infraestrutura costeira e proteção contra intempéries e subida do nível médio das águas do mar. E há as razões geopolíticas, construindo ilhas artificiais nos recifes Spratly e Paracel, áreas disputadas por todos os países que ladeiam o sul do mar da china, que contém ricos depósitos de petróleo e outras matérias primas.

We finally started taking screen time seriously in 2018: O comentariado encontrou uma nova demonização hipsterizante: o tempo que passamos a usar dispositivos móveis. E, como sempre, a reação é de negação, explorada em miríades de artigos a postular os benefícios de desintoxicação de dispositivos digitais, publicados e partilhados em plataformas digitais lidas em dispositivos (não é irónico, é a voracidade da economia da atenção que sustenta a publicação digital). Gostei especialmente deste, por a autora confessar que o uso de iPhones lhe deu cabo da capacidade de atenção e concentração... num artigo longo e coerente, o tipo de texto que requer atenção e concentração para ser escrito. Notem que de facto os criadores de plataformas digitais e apps sabem explorar os seus efeitos aditivos sobre o nosso cérebro, mas o hipsterismo do digital detox não é a solução para isto.

Don’t worry about screen time – focus on how you use technology: Sim, é isto. Um discurso moderado, assente não nas impressões e histerias do momento, mas em investigação. Não é a quantidade de tempo, é o que fazemos com as ferramentas digitais, e os usos que encontramos para melhorar as nossas vidas. Não negando que os excessos, especialmente os induzidos pelo design intencionalmente aditivo das aplicações, são prejudiciais, mas olhando para o que nos leva, realmente, a usar tecnologias digitais. Não é o consumo que nos motiva: "With increasing attention to the effects of technologies, we should not only be concerned with their potential harms. As I’ve observed, experimenting with how – not just how much – we use technology might uncover unexpected ways to make life better".

Democratic Capitalism’s Future: É um bocadinho tenebroso, nesta infeção neo-liberal de late stage capitalism que descapitaliza o bem público para favorecer uma elite, aprofunda o fosso das desigualdades e empobrece ativamente a maioria enquanto dá à minoria riquezas nunca atingidas na história global. Estamos no ponto em que a ganância e arrogância dos um percentistas destrói ativamente as bases sociais que lhes permitiram enriquecer. A ironia histórica é que nem sempre foi assim, houve momentos na história em que o capitalismo, mal grado as suas bases ideológicas, soube reconhecer a necessidade de contribuir ativamente para o bem público, não através de filantropia espúria ou iniciativas pontuais, mas de forma sistémica. Nessa altura, todos beneficiámos. O desmantelamento neo-liberal desse compromisso está a ser uma ameaça civilizacional.

How ‘Makers’ Make the Classroom More Inclusive: Sim, é isto. Ir além da estanquicidade dos currículos, despertar a criatividade através do mexer. Parece revolucionário, mas é elementar.

The League Of Extraordinary Gentlemen: The Tempest #3 – It’s All About Control: Intrigante ponto de vista. Quando li este volume da Liga dos Cavalheiros Extraordinários, pensei que a forma como Moore saltita entre diferentes registos e grafismos de banda desenhada tinha apenas a ver com o lado metaficcional da narrativa, replicando estilos clássicos da BD comercial. Por outro lado, a ideia de controlar ao pormenor todos os elementos do livro é algo que carateriza muito todo o trabalho de Moore.

How Much of the Internet Is Fake? Turns Out, a Lot of It, Actually.: De certa forma, é o corolário lógico do uso intensivo de algoritmos para classificar e mediar dietas de consumo de media. Reduzindo ao absurdo, não é necessário que o conteúdo seja realmente visto, lido ou ouvido por humanos, o que conta é a métrica, e isso pode ser otimizado sem qualquer interferência humana. Bots que produzem conteúdos acedidos por bots para alimentar algortimos de análise estatística de interações online. Algo que extravasa para o mundo real.



E já que falamos em fake digital, este tweet de Evgeni Morozov define na perfeição esta questão.

The biggest technology failures of 2018: Por falhanços, a equipe da MIT Technology Review quer  dizer tecnologias que são mesmo muito má ideia, entre a primeira e nada ética experiência de edição de genes com CRISPR em bebés chineses, o marketing de cigarros eletrónicos que fez disparar o consumo de nicotina entre adolescentes, ou a manipulação dos algoritmos de redes sociais para acicatar ódio e violência, sem que as redes sociais façam nada para evitar isso.

the automation paradox in developing nations: Colocando a coisa de forma simples. As economias em desenvolvimento tinham até agora um caminho que ia da passagem da agricultura às indústrias leves, criando condições para indústrias pesadas e, finalmente, serviços. Mas com o desenvolvimento da robótica, um dos motores desse desenvolvimento - a deslocalização de indústrias leves dos países desenvolvidos para países em vias de desenvolvimento para diminuir custos de produção, desaparece.
 

HOW THE HUMBLE ROBOTIC ARM TOOK OVER THE WORLD: Um curto vídeo que nos mostra as origens da automação industrial com o clássico Unimate, e nos fala dos impactos laborais das tecnologias de automação. Por um lado, eliminam postos de trabalho, por outro, permite a criação de novas áreas da economia.

Edward Gorey and the Power of the Ineffable: A Atlantic traça um perfil daquele que é o mais gótico e irónico escritor e ilustrador de literatura infantil de sempre. Bem, infantil é um eufemismo. Há muitos adultos a quem o trabalho de Gorey passa completamente ao lado...

HMV: The rise and fall of a music icon: Tenho recordações de infância de passar ao lado de uma loja e ver o inigualável ícone da His Master's Voice. Aquele cão a ouvir a grafonola sempre me encantou. Distraído como sou, sempre pensei que a HMV era uma marca de gira-discos e não uma cadeia de lojas de música...