Dark Matter: O canal SyFy anda a surpreender, produzindo séries de ficção científica mais a sério do que as patetices de filmes de série B em que nem os efeitos especiais se aproveitam ou inúmeras variantes dos monstros sobrenaturais com problemas sentimentais a que nos habituou. Dark Matter é uma variante do clássico western in space. O seu universo ficcional vai sendo ampliado a cada episódio, e parece um vasto recreio para as aventuras de um bando de inadaptados que, aparentemente, são mercenários criminosos procurados em toda a galáxia mas que acordaram com amnésia numa nave espacial em trânsito. A galeria de personagens socorre-se de todos os arquétipos do género, dos durões aos desenrascados e carismáticos, sem esquecer uma fria andróide que na forma seca, mecânica e autista como interage com os restantes personagem é de longe a mais divertida destes. Metodicamente, quer pela base ficcional quer pelo tipo de histórias que nos dá a cada episódio, parece querer estar a almejar ao estatuto de culto que Firefly tem, esse sim um descarado western in space.
Killjoys: Já a outra aposta do SyFy depressa se reduz à mediocridade. A premissa de uma sociedade neoliberal meritocrática de conglomerados financeiros e servos, sistema social ao qual só escapam os caçadores de recompensas ao serviço de uma entidade neutra dentro de um sistema triplanetário é interessante, mas a execução é o que se espera: as aventuras de três caçadores ao serviço da companhia. Boa desculpa para inevitáveis cenas de acção que se parecem suceder na mesma temporização em todos os episódios, cenários mais intuídos do que investidos, e actores a passear armas em coldres mas incapazes de qualquer profundidade emocional. E o inevitável mistério que se arrastará ao longo da série, nunca revelado, sobre uma das persoangens principais. Resta a actriz Hannah Kamen, que não se está a safar nada mal como sensual badass SciFi queen.