quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Escolhas Literárias - Fórum Fantástico 2014


Um dos momentos tradicionais do Fórum Fantástico, com as selecções de literatura escolhidas pelo tio João Barreiros e seus dilectos sobrinhos. O momento em que o decano dos escritores de ficção científica portugueses, dono de uma vastíssima cultura literária, nos mima com pérolas literárias. Com achegas de outros fãs do género.

A lista de recomendações de João Barreiros incluía Of Bone and thunder de Chris Evans, World of trouble de Ben H. Winters, American Elsewhere  de Robert Jackson Bennet, Bird Box de Josh Malerman, Echopraxia de Peter Watts, The Peripheral de William Gibson, Authority de Jeff Vandermeer, Bête de Adam Roberts, Three parts dead de Max Gladstone, e London Falling de Paul Cornell. Sempre recomendadas com o seu estilo muito próprio de enfant terrible. A lista de livros marcados no radar inclui Charles Stross com The Rhesus Chart, Stephen King com Dr. Sleep, Peter F, Hamilton com The abyss beyond dreams, Alastair Reynolds  com On the steel breeze, Stephen Baxter com Proxima, Michael Faber com The book of strange things, David Mitchell com The bone clocks, e Walter Moers com The Alchimist apprentice. The Revolutions de Felix Gilman e The girl in the road de Monica Byrne foram apontados como os piores livros com se se cruzou neste ano.

João Campos falou-nos do livro incontornável do ano, Ancillary Justice de Ann Leckie. Passando para as escolhas cinematográficas, listou Edge of Tomorrow, Guardians of the Galaxy, Zero Theorem, The Congress, Interstellar e Under the Skin como os bons visonamentos do ano, Já Godzilla mereceu a distinção de pior filme do ano.

Cristina Alves trouxe-nos como recomendações Trafalgar de Angelica Gorodischer, Among Others de Jo Walton, Dead Man's Hand: An Anthology of the Weird West, The Night Circus de Erin Morgenstern, War Stories, Kindred  de Octavia Butler, Gorel and the Pot Bellied God de Lavie Tidhar e Station Eleven de Emily Mandel.  Marcou no radar Dead Man's Hand: An Anthology of the Weird West e The House of war and witness de Mike Carey. Open Your Eyes de Paul Jessup e Sono de Haruki Murakami foram as suas distinções de pior leitura.

Das minhas falarei com mais detalhe. Este ano quis dar atenção ao trabalho dos escritores portugueses e destaquei estes livros:

Antígona Gelada, peça de teatro de Armando Rosa: É raro encontrar teatro directamente inspirado na ficção científica, embora os géneros não sejam incompatíveis. É ainda mais raro, e inesperado, encontrar um exemplo português de teatro que vai beber directamente a um género mal visto no meio cultural português. É esse o caso de Antígona Gelada escrito por Armando Rosa e estreada pelo Cendrev em 2008.  Para além de Sófocles há uma influência declarada do transrealismo de P.K. Dick, misto de paranóia com futurismo tecnológico. Os impactos e questões levantadas pela tecnologia contemporânea estão também presentes no texto, que toma a clonagem e a fluidez de géneros sexuais possibilitada pelos avanços na medicina como algo de banal mas ainda a inquietar indivíduos.  Intrigante, o texto destaca-se pelo insólito de ser peça teatral de FC portuguesa, revendo um clássico com muita inspiração nas fímbrias mais provocantes do género.

Nome de Código Portograal, o romance de Luís Corredoura justamente distinguido com o Grande Premio Adamastor de Literatura Fantástica Portuguesa: História alternativa acidental, um elaborado e bem montado e se...? de especulação bem alicerçada em dados históricos. O livro brilha na sua narrativa central. A hipótese colocada é o que é que aconteceria se Portugal tivesse sido invadido pela Alemanha na segunda guerra. É uma hipótese bem estrutura, melhor pesquisada e desenvolvida com uma invejável precisão métrica. Corredoura revela-se um profundo conhecedor da história geo-estratégica da época e sabe muito bem onde desviar o curso da história para criar uma alternativa verosímil, na linha do especular sobre os desenvolvimentos plausíveis de pequenas modificações cirúrgicas à narrativa histórica. A especulação é bem fundamentada e o conhecimento da época é de uma solidez invejável, a geografia do espaço ficcional espelha a dos locais reais. Lisboa sob as botas cardadas da Wermacht poderia ter acontecido, e Corredoura pega nessa premissa para criar um romance impressionante que nos provoca, leva a reflectir e ainda fala de muitos pormenores sobre a forja da Europa contemporânea que foi a II Guerra.

Por Vós lhe Mandarei Embaixadores, romance de Jorge Candeias: Frenético não chega para descrever a sensação de leitura desta hilariante montanha russa. A ficção científica é utilizada como base para a caricatura satírica dos usos e costumes dessa classe seriíssima e pouco danosa para o interesse comum que é a política. As personagens hiperbólicas do romance são claras caricaturas das patéticas figuras públicas que se arvoram do direito de pensar em nome de todos. Satirizando a pomposidade patética do real através de um ficcional hiperbólico, Candeias exorciza um pouco as trevas sobre nós caídas neste tempo em que a propaganda oca e hipócrita domina o ideário popular. A FC dá o mote mas o que inspira o livro é a sátira à lorpice pomposa das classes políticas contemporâneas. E nisso é implacável.

Para as sugestões de ficção científica internacional listei:

The Wandering Earth de Liu Cixin, que suspeito que com The Three-Body Problem ser o cavalo de tróia que trará a FC chinesa ao público euro-americano: Há qualquer coisa que me incomoda neste conto do escritor chinês Liu Cixin. Não é o conto em si, uma utopia negra de sobrevivência da humanidade face a ameaças cósmicas. É o tom, submissivo, de deferência perante a sabedoria dos líderes, de dissolução do indivíduo perante um ideal imposto por cima, o que me deixa inquieto na obra. A deferência à suposta sabedoria daqueles em posição de autoridade pervade todo o conto. É este o carácter que trai a sua origem. O espírito humano submisso à necessidade colectiva imposta pela autoridade esclarecida, misto de confucionismo com ideologia imposta pelas cúpulas de partidos únicos dá um tom muito intrigante a este conto vindo do vasto mas pouco traduzido manancial da FC chinesa.

The Second Machine Age, não ficção de Erik Brynjolfsson e Andrew McAfee: Será que o grosso da humanidade estará condenada à indigência enquanto a economia se mantém pujante e uma nova aristocracia enriquece com os frutos da riqueza produzida por exércitos de autómatos robóticos e de software inteligente? Este livro dá-nos respostas interessantes. Os autores mergulham na vanguarda da investigação e desenvolvimento, dando-nos um amplo panorama do estado actual da tecnologia de automação e robótica. Em seguida levam-nos ao lado assustador. O impacto sobre o trabalho como o concebemos  poderá ser devastador e os primeiros passos já estão dados. Parecem haver poucas áreas de intervenção humana imunes ou à substituição do trabalhador por um robot ou à automação por software. O incentivo económico para o fazer é muito elevado. A médio prazo os robots custam menos, não reclamam, trabalham 24 sobre 24 horas, não têm necessidades, não necessitam de salários e sistemas de saúde. A possibilidade de eliminação de postos de trabalhos é muito real, já em andamento, e uma inevitabilidade lógica sob o ponto de vista da eficiência.

Transcendental, space opera old school de James Gunn: O transcendentalismo tecnológico é o tema deste regresso de um autor veterano, mas desenganem-se.  na forma de peregrinação quase religiosa de indivíduos representativos das várias espécies de uma galáxia num misto de ultrapassar dos limites do ser e da cultura. Gunn vai desvendando de forma metódica e implacável visões progressivamente mais vastas de uma civilização galáctica assente no consenso entre diferentes espécies alienígenas, coligação de potências com fronteiras bem definidas e fortíssimas tendências xenófobas, possibilidade de existência de civilizações num outro braço da via láctea e o impacto presumível num conselho galáctico que busca o equilíbrio homeostático de forma tão acérrima que optou, em tempos, por não responder nem investigar mensagens provenientes de outra galáxia. O equilíbrio é tudo, a manutenção do status-quo a primeira prioridade.Esticou a especulação sobre possibilidades de vida alienígena a novos limites com as espécies que descreve, como uma raça de paquidermes herbívoros respeitada pela sua força tranquila, criaturas similares a furões cuja fibra moral faz os espartanos parecerem sibaritas, nativos da estrela Sirius capaz de controlar temperaturas onde os machos são comidos pela prole de que cuidam, apesar do progresso social ter conseguido aumentar a taxa de sobrevivência entre os pobres machos da espécie,  uma civilização de inteligências artificiais que traz consigo no périplo pela galáxia os últimos sobreviventes dos seus criadores congelados num caixão,  flores inteligentes, em mente-enxame que  desenvolveu por selecção mendelianae ao espaço em naves biológicas. O livro que recupera a estrutura narrativa celebrizada por Chaucer para a space opera. Tal como os contos de Canterbury este Transcendental conta-se pelo ponto de vista do personagem principal mas inclui as histórias narradas pelos vários personagens que Gunn decidiu salientar. Cada qual tem a sua história mas estas tocam-se, entretecendo-se numa linha narrativa fortíssima. Obra de mestre, Transcendental leva-nos de enxurrada para um mundo de vastos panoramas cósmicos e ficção especulativa de alto calibre. Com um ritmo preciso e ideias intrigante a cada virar de página, é um daqueles raros livros que é impossível de pousar.

Nos comics, fumetti e Banda Desenhada (no fundo tudo o mesmo, eu sei, mas estas distinções fazem algum sentido) foram estas as minhas escolhas:

Cidade Suspensa, o notável livro de Penim Loureiro: Devo dizer que estamos perante um dos melhores livros de BD editados este ano pelo expor de pura mestria do traço deste autor. A narrativa percorre a história recente de Portugal pelo olhar de toque autobiográfico de um narrador cuja história pessoal o leva a intersectar-se em curvas sinuosas com amigos atomizados por um mortífero e misterioso acontecimento nas areias do Saara. Pelo caminho vão surgindo referenciais oníricos que remetem para a sempre elusiva ideia de um imaginário fantástico de raiz portuguesa. O livro deslumbra-nos com um referencial iconográfico de grande riqueza, onde podemos encontrar alusões à estrutura gráfica da BD de Loustal, vénias ao Incal de Moebius, e um singular uso de ícones portugueses como o sebastianismo, virgens marianas, galos de Barcelos (muito úteis para contrabandear pistolas, note-se) e esplendorosas passarolas, arquitectura de uma Lisboa que tanto nos leva da elegância art-deco de Cassiano Branco aos palácios setecentistas e novecentistas, ao estilo modernista aportuguesado de António Ferro que se tornou marca de uma nova cidade, sem esquecer a contemporaneidade de edificações arrojadas.

Dylan Dog: Mater Morbi, porque não poderia deixar de falar do meu querido Dylan, de Roberto Rechioni e Massimo Carnevale: Dylan Dog divide-se claramente em duas vertentes. O surrealismo weird fantasista de Tiziano Sclavi e o mistério sobrenatural encarrilado nos pressupostos do costume dos restantes argumentistas.  Dylan é acometido por violentos achaques num momento de elevado romantismo e internado de urgência num hospital. Aí cai nas mãos de um médico que serve uma entidade obscura, que se compraz em prolongar o sofrimento dos pacientes. Utilizando o argumento de manter a vida a qualquer custo alonga as dores daqueles que supostamente procura curar, servindo as vontades da obscura Mater Morbi, a encarnação da morbilidade, a senhora das doenças que se alimenta nos seus domínios sobrenaturais da fragilização dolorosa da doença. Numa vénia perversa a Gaiman Recchioni incorpora a morbilidade numa sensual dominatrix que se compraz a torturar Dylan. Fetichista, surreal e visceral, Mater Morbi é um dos mais surpreendentes episódios da longa série de aventuras de Dylan Dog.

Starlight: Se o argumento de Millar faz uma vénia cheia de ironia à FC clássica a ilustração de Goran Parlov vai ainda mais longe. Imaginem o prototípico herói de queixo quadrado a entrar na terceira idade, reformado num anonimato inclemente com as suas histórias de aventura e glória em mundos alienígenas. E imaginem que esse herói tem uma segunda hipótese de regressar aos bons velhos tempos. A ironia é óbvia e a referência a Flash Gordon, Buck Rogers e tantos outros personagens deste género é sólida. Mas Parlov consegue subir o nível com um estilo gráfico que parece ir buscar referências a Moebius, ao anime e aos monstros clássicos do cinema de série B dos anos 50.

Moon Knight: Encarregue de revitalizar uma personagem de segunda linha, Warren Ellis criou seis historias excepcionais, que redefinem o personagem num cenário de hipermodernidade catastrofista potenciada pela tecnologia. Histórias de ritmo marcado por uma fortíssima linguagem cinematográfica.

Trillium: Jeff Lemire conjurou o melhor da FC com toques de space opera e viagens no tempo com um fortíssimo experimentalismo gráfico pouco habitual nos comics. A série ficará como uma das melhores que a DC/Vertigo nos legou em ficção científica. Viagens no tempo, encontros com alienígenas, aventuras na selva, história alternativa, space opera e até steampunk. Lemire não deixa muitas vertentes por explorar nesta história de paradoxos e tortuosidade mental, onde até a própria disposição das vinhetas na prancha serve para reforçar o seu carácter circular, de duas histórias que de facto são uma e ciclicamente se entrosam.

Dos muitos livros que fazem ping no meu radar destaquei estes:

Consumed, o romance David Cronenberg cujas primeiras leituras diagonais revelam uma frieza cirúrgica, fortíssima linguagem visual e obsessão mórbida com o corpo.

Scale Bright de Benjanun Sriduangkaew. Por mera curiosidade, como será o exotismo aplicado à FC/Fantástico? Entretanto descobri que o autor foi desmascarado como um dos piores trolls do fandom. Péssima escolha para a carreira, parece-me.

Trees: Os humanos como formigas. Deprimente, a premissa de uma humanidade que se acomoda a uma invasão alienígena de seres gargantuescos e aparentemente imóveis que apenas estão, sem se incomodarem com o fervilhar da humanidade que os rodeia. Como nós, a quem o fervilhar do mundo dos insectos na nossa casa passa despercebido. Warren Ellis.

Memetic: Ataques meméticos são um conceito intrigante mas pouco utilizado na ficção científica. Que me recorde apenas encontrei esta ideia explorada no conto Blit de David Langford (graffitis nocivos que provocam epilepsias e esgotamentos mentais infestam as ruas urbanas) e no episódio Invasive da série Global Frequency por Warren Ellis (uma mensagem alienígena decifrada por um computador ligado ao SETI@Home revela-se uma forma de vida víral memética que modifica os cérebros dos infectados).  James Tynion não nos poupa e dá-nos esta simpática preguiça, cuja iconografia remete para os memes virais da internet, a espalhar-se como fogo em mato seco através das redes digitais.

Como o pior do que li este ano listei Limit de Frank Schätzing . Uma história que é interessante entre a exploração lunar por consórcios privados e conspirações na china futurista. O problema é que o autor é excessivamente prolífico em detalhes e arrastar de situações. Quase tão mau como o Neal Stephenson nisso. O outro livro foi Le Successeur de Pierre de Jean-Michel Truong. Pode um conjunto de boas ideias tornar-se um bom livro? Sim, se o escritor souber trilhar o caminho periclitante entre concisão, estrutura narrativa coerente e conceitos intrigantes. Não é o caso deste livro, penosa leitura que nos vai revelando um world building interessantíssimo mas internamente inconsistente, que se perde numa vastidão de páginas para contar uma história que, de facto, é o início do que poderia ser a real história. Especulação distópica, um futuro em que a humanidade vive enclausurada em contentores, sem contacto humano, e os espaços exíguos contém tudo o que é necessário ao indivíduo, com uma grande dose de comunicação digital e virtual. Esta migração dá-se como consequência de uma pandemia global que obriga autoridades globais a aprovar a lei zero-contact e isolam a humanidade em contentores individuais. Escapam os NoPlugs, rebeldes que insistem em viver na superfície planetária. As elites económicas e governamentais sobrevivem em cidades subterrâneas e estão a construir cúpulas nas principais cidades. E, pelo meio, há um segredo bíblico sobre a linha sanguínea do primeiro Papa.

De fora deixei alguns livros que gostaria de ter falado, mas éramos mais três na mesa, há que dar a mereceida preeminência ao João Barreiros, e o tempo não chega para tudo. Registo-os aqui:

Na FC e fantástico portuguesa e lusófona, Coração de Corda de Carina Portugal, uma história  bastante directa e bem ritmada, com um inventor que é atraído pelo encantos de uma bailarina do teatro e que, ao tentar conhecê-la melhor, vai deparar com uma conspiração para levar a cabo um atentado na cidade. A voz literária da autora caracteriza-se por uma forte veia poética que, sublimada com a elaborada iconografia steampunk, poderá resultar em excelentes leituras; e Revista Trasgo, que do lado de lá do atlântico tem trazido boas surpresas para os fãs de FC mais curiosos com outras visões literárias e vozes fora do espectro anglo-americano. Boa forma de conhecer o sabor literário da FC brasileira.

O surpreendente The Martian de Andy Weir seria outra escolha da FC internacional: se a fábula de Daniel Defoe espelha a visão iluminista do homem como senhor da natureza, graças à força dos braços e do pensamento, Andy Weir revê, talvez inconscientemente, este ideário à luz do optimismo tecnológico. O rigor científico e tecnológico é o grande ponto forte deste livro. Não há aqui tecnologias avançadíssimas de voos imaginários de space opera, com aventureiros corajosos a desbravar as selvas marcianas. Weir conhece claramente os estudos que se têm feito sobre missões a Marte com a tecnologia contemporêna, e espelha isso no livro.

De fora das sugestões de comics ficou Afterlife With Archie, a inesperada série da Archie Comics. Esta especializa-se num grupo de personagens eternamente adolescentes centrado no epónimo Archie, teenager prototípico à volta do qual se reúnem duas eternas rivais pelo seu coração e um grupo estereotipado de amigos, mas a american way of life vai ser perturbada por um surto de zombies que terminará num apocalipse lovecraftiano. Para rematar em cheio Francesco Francavilla ilustra com um estilo que está a anos-luz do visual a quatro cores claras habitual nestes comics. Realmente surpreendente.

No radar queria ainda ter falado de O Engenho dos Sonhos de Carina Portugal e o universo partilhado de Comandante Serralves: Despojos de Guerra. Até na secção de piores leituras tive de abandonar Legs Weaver, com que me deparei ao procurar FC em fumetti. Um mundo acidentalmente retrofuturista, aventuras policiais algo patéticas, o cerne é o romance inconfessado entre legs e a sua colega may (que, por razões óbvias, acaba sempre nua nas aventuras). Vale pelos cenários, tudo o resto é não só esquecível como imuniza incautos descobridores do fumetti.

E pronto. Cansado mas com a faísca alimentada pelos três dias dedicados ao fantástico nas artes, este minion do tio Barreiros despede-se. Até para o ano, onde talvez esta sessão decorra à lareira.